Mulheres de Penha e também de outros municípios confirmaram para quarta-feira, dia 26 de março, uma caminhada em protesto contra a violência doméstica e por mais proteção, a partir das 18h, na região central da cidade. A iniciativa é do Coletivo Mulheres do Brasil em Ação (CMBA), organização que mantém a Casa de Referência da Mulher, em parceria com o Poder Judiciário.
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“Nosso ato será contra a violência doméstica e uma denúncia dos casos de feminicídio em Santa Catarina. Vista-se de preto e venha conosco”, explica a organizadora, Regina Santos. O trajeto iniciará ...
“Nosso ato será contra a violência doméstica e uma denúncia dos casos de feminicídio em Santa Catarina. Vista-se de preto e venha conosco”, explica a organizadora, Regina Santos. O trajeto iniciará em frente à Câmara de Vereadores, na avenida Eugênio Krause, subindo pela rua José João Batista, em direção ao Paço Municipal.
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A manifestação, pacífica, retornará em caminhada descendo a avenida Nereu Ramos, até o prédio do Fórum local, e vem na esteira de outros protestos que estão acontecendo em todo o Estado, para reverenciar a memória de 51 mulheres mortas no ano de 2024 – todas assassinadas pelo fato de serem mulheres, o que caracteriza o feminicídio.
Regina reforça que os números do Estado são mais que preocupantes – são assustadores. “Já são 5 mil pedidos de medida protetiva somente em 2025; o crime aumentou 225% no país e tivemos 528 registros de estupro em 2024”, observa a organizadora do coletivo.
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Na quarta-feira passada, a Procuradoria da Mulher na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) também fez uma manifestação no hall da casa de leis. Durante o ato, mulheres vestidas de preto colocaram 51 sapatos femininos vermelhos em frente à galeria de presidentes da Alesc, representando as vítimas.
A instalação ainda mostrou a data do assassinato e a cidade catarinense onde cada mulher foi vítima de feminicídio.
De acordo com Regina Santos, manifestações denunciam que a questão grave da violência doméstica vem sendo ignorada pelos poderes públicos. O convite se estende a mulheres de Penha e toda a região.
“Não dá para conviver como se nada estivesse acontecendo. Santa Catarina é um Estado com receita em crescimento, empreendedor, pleno emprego e que se diz referência em segurança, mas onde 51 mulheres foram assassinadas e 30 mil mulheres pediram proteção para não serem assassinadas”, contabiliza a procuradora da Mulher em Santa Catarina, deputada Luciane Carminatti (PT).
Sobre o CMBA
O CMBA é um coletivo de referência em cidades como Penha, Balneário Piçarras e Barra Velha, mas também já estendeu suas ações em Navegantes, Itajaí, Araquari, Joinville e São João do Itaperiú.
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Em Penha, mantem a Casa de Referência e uma rede de apoio às mulheres vítimas de violência, trabalhando a formação de ativistas (as “promotoras legais populares”, as PLPs, com ênfase na proteção da mulher, aulas de defesa pessoal, assistência social e jurídica, orientação sobre medidas protetivas e casa de acolhimento, entre outras ações.