TRADIÇÃO

Carnaval de Navegantes pode se tornar patrimônio cultural depois de primeiro ano "off"

Projeto de lei aprovado na câmara aguarda sanção do prefeito

Ana Júlia Kamchen [editores@diarinho.com.br]

Proposta é de autoria do vereador Gabriel dos Anjos (Foto: Denis Zubieta)
Proposta é de autoria do vereador Gabriel dos Anjos (Foto: Denis Zubieta)

Após o cancelamento do carnaval de Navegantes em 2025, a festa pode se tornar patrimônio cultural do município. Projeto de lei foi aprovado pela Câmara de Vereadores na última quinta-feira e agora aguarda a sanção do prefeito Liba Fronza (PSD). 

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Neste ano, a verba pública teria sido destinada para a etapa do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, realizada no início de fevereiro na cidade. A assessoria do prefeito Liba justificou o cancelamento alegando que Navegantes teria um “carnaval de sossego”.

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O projeto de autoria do vereador Gabriel dos Anjos (Podemos) reconhece a relevância histórica, cultural e turística do carnaval para a cidade. A iniciativa destaca a importância dos blocos carnavalescos e das escolas de samba na preservação da identidade cultural local, promovendo inclusão social, valorização artística e desenvolvimento do turismo.

Com a nova legislação, o município poderá apoiar e fomentar a promoção da festa por meio de incentivos culturais, apoio logístico e divulgação institucional. Além disso, o texto prevê a possibilidade de parcerias entre o setor público, privado e associações culturais para garantir a continuidade e valorização do evento.

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“O carnaval é cultural em nosso país e no município também. A falta dele despertou em nós esse sentimento de declarar patrimônio municipal, motivado sim pelos blocos carnavalescos. Navegantes tem histórico de um carnaval muito bonito e de muito sucesso, mas foi se perdendo nos últimos anos, principalmente depois da pandemia. Percebendo isso, encabeçamos o projeto”, justifica o vereador.

Projeto de lei aprovado na câmara aguarda sanção do prefeito (Foto: Maurício Daleffe)

“Precisamos reconstruir a base”, diz prefeitura

Antes de retomar a celebração oficial na cidade, o município busca resgatar a cultura do carnaval e construir uma agenda de eventos próprios, evitando competir com cidades vizinhas que já têm festas consolidadas em público e orçamento. “A festa precisa ser benéfica para a cidade como um todo. Queremos fazer um trabalho que seja perene e realmente traga um impacto para a cidade. Não adianta olhar para a festa apenas nos quatro dias. Precisamos reconstruir a base para que possamos ter um carnaval fortalecido e com a cara de Navegantes”, explica a prefeitura, por meio da assessoria de imprensa.

A cidade já se organiza para resgatar a tradição dos blocos carnavalescos, como o Estrela do Mar, e fortalecer a cultura dengo-dengo. Reunião entre a Fundação Cultural, a secretaria de Turismo e o presidente do bloco, Caueh Rebello, deu início ao projeto que mira 2026, mas já começa em 2025 com oficinas de percussão, música, canto, figurino, e corte e costura. A ideia é que a festa se torne um evento permanente, incentivando a qualificação de jovens e adultos e movimentando a economia local.

Carnaval o ano inteiro

Bloco Estrela do Mar foi fundado em 1982 (Foto: Denis Zubieta)

Mesmo com o carnaval municipal cancelado, o bloco Estrela do Mar, fundado em 1982, garantiu que a festa não passasse em branco. No dia 3 de março, promoveu sua apresentação na cidade. Antes disso, no dia 1º, o bloco já havia desfilado em Itajaí.

Além dos desfiles, o grupo organizou uma palestra no Colégio Sinergia, oficinas de passistas e de percussão no teatro do CIC, além da apresentação para idosos no Residencial Geriátrico Paraíso Tropical.

Diferente de outras agremiações carnavalescas, cujas atividades se concentram entre outubro e março, o Estrela do Mar mantém suas ações durante todo o ano. Desde 2023, ampliou sua atuação, oferecendo aulas de capoeira e pingue-pongue, além das oficinas tradicionais voltadas para a comunidade.

Para o presidente do Estrela do Mar, o carnaval vai além do aspecto econômico e fortalece o sentimento de pertencimento. “Um bloco não pode existir para desfilar, ele desfila porque ele existe”, afirma Rebello.

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Segundo Caueh, a aprovação da lei facilita a destinação de verbas para o carnaval e dá mais visibilidade aos blocos e ao debate cultural.

“A gente gosta de lembrar que a verba do carnaval não vai para o bloco. Ela vai para a comunidade, porque a gente contrata costureira, ferreiro, soldadores, músicos. É dinheiro injetado na própria comunidade”, explica o carnavalesco. “Cabe às escolas utilizar da lei e do auxílio que ela traz para criar atividades que se mantenham durante todo o ano”, conclui.




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Comentários:

Alvaro Segundo

11/03/2025 21:18

Saudades do Navegay! Poderia voltar, ano que vem!

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