Além da denúncia de lentidão no andamento da fila única para matrículas de crianças de zero a seis anos na Educação Infantil, pais relatam que a prefeitura de Itajaí também suspendeu o atendimento integral em creches credenciadas – nas quais a secretaria de Educação compra vagas para atender à demanda. As aulas começaram semana passada para 16.985 alunos, sendo 10.723 atendidos em 70 creches municipais e outros 6182 alunos nas particulares.
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Nesta terça-feira, a mãe de uma menina de cinco anos que estuda na creche Recanto do Saber, no bairro São Vicente, contou ao DIARINHO que ficou sabendo da decisão do meio período somente quando foi ...
Nesta terça-feira, a mãe de uma menina de cinco anos que estuda na creche Recanto do Saber, no bairro São Vicente, contou ao DIARINHO que ficou sabendo da decisão do meio período somente quando foi deixar a filha na escolinha, na semana passada.
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A mulher é mãe solteira, vive com três meninas menores de idade e paga aluguel. Duas crianças ficam com a filha mais velha, que é casada. Pra não deixar a menina sozinha, a mãe tem trabalhado em meio período. “Sou diarista e preciso trabalhar o dia todo. Eu fiz a inscrição pra vaga no final do ano. Se soubesse que seria meio período, teria me organizado já, mas agora estou indo trabalhar como posso”, disse.
De acordo com a diretoria de Educação da Secretaria de Educação de Itajaí, nesta semana está sendo avaliado, junto à comissão julgadora, o processo de aprovação das vagas integrais. “Há poucas vagas na rede. Dessa forma, todos os deferimentos serão encaminhados para as atividades credenciadas”, informou a gerente de Ensino, Kátia Venâncio. Os critérios pra período integral priorizam crianças em situação de vulnerabilidade, a idade e a renda familiar.
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Fila única tem crianças aguardando há um ano e meio
Também moradora do Santa Regina, outra mãe relata que está com a filha de sete meses na fila única desde outubro. Ela conta que até agora pôde ficar com a criança, mas vai voltar a trabalhar a partir de segunda-feira e precisa do serviço da creche.
Ao pedir informações na secretaria de Educação sobre vagas, a moradora foi orientada a esperar, pois há crianças aguardando há mais tempo, com casos de um ano e meio na fila. “O que eu vou ter que fazer é matricular minha filha numa creche particular”, lamenta.
A falta de vagas também afeta as escolas. A mãe de um menino de seis anos, que vai completar sete em maio, precisa de uma vaga no 1º ano no Centro Educacional Pedro Rizzi, no Cidade Nova. “O lugar mais perto pra mim é ali, mas só tem vaga lá no bairro Cordeiros e eu não tenho como levar”, lamenta.
A mãe de outra criança do bairro espera desde o ano passado a transferência da filha da escola 15 de Junho, também no Cidade Nova, para o colégio Pedro Rizzi. “Fui na segunda-feira no Pedro Rizzi e pediram para eu voltar na quarta-feira (5). Voltei na quarta-feira e simplesmente elas [atendentes] olharam para minha cara e falaram que não tem o que fazer, porque não tem vaga”, relatou.
A secretaria de Educação diz que está organizando as turmas para fazer a liberação de novas vagas no sistema.