Depois de revolta de ex-alunas, programa de defesa pessoal para mulheres é retomado em nova versão em BC
Projeto foi reformulado sem professor que idealizou programa em 2019
João Batista [editores@diarinho.com.br]
Secretário diz que projeto antigo era de cunho pessoal, com irregularidades que serão apuradas (Foto: Divulgação PMBC)
Mudanças provocaram protesto de mulheres que defendiam permanência de instrutor (Foto: Divulgação/Instagram)
O programa de defesa pessoal para mulheres da Guarda Municipal foi retomado pela Secretaria de Segurança de Balneário Camboriú na segunda-feira, em meio à revolta de ex-alunas que criticaram a mudança feita pelo secretário Evaldo Hoffmann. Ele foi acusado de se apropriar do projeto que era tocado pelo instrutor Felipe Platt, da Guarda Municipal, por suposta rivalidade com o ex-secretário de Segurança, Gabriel Castanheira.
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Em nota após a polêmica, Evaldo Hoffmann afirmou que o projeto não poderia ser mantido da maneira como era feito, por ser “de cunho pessoal do professor”. No novo modelo, o programa foi ...
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Em nota após a polêmica, Evaldo Hoffmann afirmou que o projeto não poderia ser mantido da maneira como era feito, por ser “de cunho pessoal do professor”. No novo modelo, o programa foi institucionalizado, ganhando o nome de “Luta por elas” e ficando sob a coordenação do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Guardas (Cefag), responsável por todos os cursos da Guarda Municipal.
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O secretário informou que será aberto processo administrativo para apurar suposto caso de improbidade administrativa e desvio de função do antigo instrutor do projeto. Isso porque o guarda municipal tinha salário como supervisor da GM mas, segundo o secretário, não atuava na função desde que havia iniciado o projeto dele de defesa pessoal.
“Mesmo sem atuar na função, o guarda municipal em questão recebia para tal, o que caracteriza improbidade administrativa. Outro ponto é que, diante de férias, problemas de saúde e outras necessidades de cunho pessoal, o projeto ficava paralisado até a possibilidade de retorno do instrutor”, relatou Evaldo.
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Horas extras indevidas
Além disso, o professor teria recebido indevidamente horas extras, mesmo sem estar trabalhando nas ruas durante o período de cerca de três anos em que não atuou na função de origem na GM. “Se as gratificações forem consideradas irregulares, os envolvidos nessa improbidade administrativa serão responsabilizados”, afirmou o secretário.
Evaldo conta que no início do ano, ao assumir a pasta da segurança, determinou que o programa fosse gerido de forma legal e institucional, pelo centro de formação da GM. Segundo o secretário, o guarda municipal teve a chance de continuar no projeto, podendo se inscrever como professor voluntário, mas o servidor não quis.
“Foram abertas as inscrições para todos os guardas municipais, que desde que sejam habilitados, pudessem se voluntariar para atuar no programa, o que não foi feito pelo guarda municipal em questão. Hoje, já contamos com mais de 220 inscrições de mulheres para o programa, e mesmo diante da necessidade não contamos com a inscrição voluntária do antigo instrutor”, explica.
Aulas voltaram nesta semana com novos professores
A volta do programa, agora no modelo institucionalizado, teve a aula inaugural na noite de segunda-feira, na sede da secretaria de Segurança. O projeto iniciou com 35 alunas e dois instrutores, um guarda municipal e um agente de trânsito. Mais professores irão integrar a equipe por meio de parceria com a Fundação Municipal de Esportes pra disponibilização de profissionais.
O projeto também tem parceria com o Grupo de Proteção à Mulher (GPM), da Guarda Municipal, e contará com a estrutura da secretaria e supervisão do Cefag pra padronização e evolução do programa. As aulas rolam nas segundas, quartas e sextas-feiras, das 19h30 às 20h30, na sede da secretaria, na marginal Oeste, 2381, bairro dos Municípios. Está prevista uma turma nas manhãs de sábado, em horário a ser definido.
O secretário Evaldo Hoffmann adiantou que, nos próximos meses, o programa terá um novo braço com a abertura de turmas exclusivas para idosos. As aulas são gratuitas e oferecem, além do espaço físico para as atividades, materiais para as alunas, como luvas de treinamento, camisetas e aparadores. A parceria do curso com o GPM fará ações de integração e dará apoio jurídico para as mulheres vítimas de violência doméstica.
“Esse projeto é incrível, e reforça o compromisso do nosso governo com a defesa das mulheres. Nós temos dois professores com grande currículo, fora os outros que ainda virão e que, com certeza, serão a virada de chave na vida de muitas mulheres que terão aula não apenas pelo aprendizado, mas pela oportunidade de se defender no dia a dia das lutas diárias que a vida impõe”, comentou a prefeita Juliana Pavan (PSD).
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Revolta por suspensão e reformulação do projeto
Mulheres que eram alunas do projeto criticaram a mudança, denunciando que seria pra prejudicar o antigo instrutor por desavença do atual secretário com o ex-chefe da pasta. O projeto foi idealizado por Felipe Platt em 2019 e contava com apoio da gestão anterior. Cerca de 400 mulheres participavam das aulas. Em janeiro, elas fizeram um abaixo-assinado quando souberam que o projeto voltaria sem o instrutor.
O protesto ganhou as redes sociais, com pedidos para a volta do professor. O secretário Evaldo Hoffmann foi acusado de machista por desprezar as reivindicações das mulheres e ignorar as manifestações das alunas, após a secretaria de Segurança divulgar um vídeo sobre a reformulação do programa e a retomada das aulas sem o antigo professor.
Uma das alunas do antigo instrutor, Gaby Maia, contou que todas as mulheres sabiam que o programa era um projeto pessoal do instrutor Felipe. Ela lembra que o projeto estava dando muito certo até ser suspenso “do nada”. Assim como outras alunas, Gaby saiu em defesa do professor. Ela diz que só participará do projeto com a volta do instrutor.
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“Começaram a colocar ele [Felipe] com um vilão, mas o projeto nos ajudou e muito”, afirma. “Nos deu autoconfiança para enfrentarmos as nossas dificuldades com a cabeça erguida”, completa. Ela destaca ainda que não era só um projeto das mulheres, mas da família, pois muitas alunas levavam os filhos e os netos porque não tinham com quem deixar as crianças.
Com isso, as aulas eram adaptadas pelo instrutor, garantindo o acolhimento. “As crianças saíam de lá com vontade de retornar à aula”, frisa. Com a mudança de governo, Gaby diz que o projeto foi cancelado sem que as alunas fossem informadas. “E quando fomos nos informar sobre, foi alegado que era um projeto pessoal e errôneo. Mas é engraçado que o projeto deu certo por quatro anos e, ‘do nada’, virou errôneo justamente na troca de governo”, disse.
Ela ressalta que o projeto só retornou porque as alunas se mobilizaram, mas lamentou que o idealizador do programa não foi mantido, apesar dos pedidos e do abaixo-assinado pra que ele continuasse. Felipe Platt é guarda municipal e já teve o projeto de defesa pessoal reconhecido em duas moções na Câmara de Vereadores. Felipe disse ao DIARINHO que, em respeito ao estatuto da GM, não pode dar nenhum tipo de declaração, pois tem receio de retaliações.
Sai bradok e entra o home do helicóptero,o bom censo seria manter o que tava dando certo e melhorar o que nao tava.Sempre alerta com os novos gestores,porque os velhos já foram pro lixo da história.
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