Local teve inédita série de avaliações negativas neste mês; prefeitura diz que chuva prejudicou as análises feitas pelo Ima
João Batista [editores@diarinho.com.br]
Nas últimas avaliações, a praia Grande não apresentou qualidade para um bom banho de mar
(foto: Marcelo Vieira)
Prefeitura diz que chuva teria prejudicado as análises (Foto: Divulgação/Águas de Penha)
Qualidade de água é um dos critérios pra bandeira azul, a ser hasteada em dezembro (Foto: Arquivo/Divulgação)
A praia Grande, em Penha, retomou a certificação da Bandeira Azul pra temporada 2024/25, após ficar de fora no verão passado porque a prefeitura não entregou documentos exigidos pra renovação. Agora, às vésperas do hasteamento da bandeira, a preocupação é com a balneabilidade, que é um dos critérios básicos do programa e teve uma série inédita de resultados negativos neste mês.
Em novembro, a praia que sempre esteve entre as mais bem avaliadas pra banho, registrou três semanas, incluindo as duas últimas do mês, de avaliações impróprias pelo Ima. Na segunda e ...
Em novembro, a praia que sempre esteve entre as mais bem avaliadas pra banho, registrou três semanas, incluindo as duas últimas do mês, de avaliações impróprias pelo Ima. Na segunda e terceira semanas, o Ima informa que houve chuva intensa nas 24h antes da coleta de amostra, o que pode afetar o resultado, já que a chuva pode trazer sujeira das ruas, rios, drenagens e esgotos clandestinos.
Neste ano, a praia Grande teve outra avaliação imprópria em outubro e três vezes em janeiro. No total, foram sete resultados impróprios no ano. Em 2023, apenas uma avaliação foi imprópria. Antes disso, o último resultado negativo tinha sido em 2011.
Conforme a metologia do Ima, um local recebe placa de impróprio quando em quatro das últimas cinco coletas os resultados são negativos. Pra reverter a situação, são necessárias ao menos quatro coletas com resultados positivos entre cinco avaliações.
Além da praia Grande, Penha teve sete dos 10 pontos impróprios nas praias Alegre e Armação. Apenas as praias da Bacia da Vovó, Saudade e Quilombo estão boas pro mergulho.
Certificação em risco
Outro risco é de perda da Bandeira Azul, selo que leva em conta a balneabilidade das praias. O oceanógrafo Gilberto Manzoni, presidente da Associação de Moradores e Amigos da Praia Grande, Cascalho e Poá (Amapg), comenta que os resultados são preocupantes e que a comunidade não esperava as avaliações negativas, considerando que é uma praia ainda com poucas residências.
Segundo ele, uma drenagem na rua Waldemar Werner, a beira-mar da praia Grande, estaria interferindo. “Porque o ponto de coleta sofre influência da entrada da praia Grande. Então, a gente vai ter que fazer uma tarefa ali pra ver esse ponto de contaminação, que teve associado também com esse período de chuva. Mas, infelizmente, não é a primeira vez; esse resultado tem se repetido várias vezes”, lamenta.
Ele destaca que a situação é um problema para os critérios do Bandeira Azul, mas ressalta que a certificação não leva em conta só a balneabilidade e que faltam outras ações previstas no programa. “É fundamental pra ter uma Bandeira Azul, ter um monitor na praia orientando as pessoas das coisas corretas de fazer, como a questão do som na praia, animais na praia e fazer fogueira”, exemplifica.
Gilberto ainda avalia que o município precisa avançar com outros investimentos, como na rede de tratamento de esgoto e de abastecimento de água. Com a nova gestão da prefeitura a partir de 2025, ele diz que a associação pretende construir um caminho pra se trabalhar junto pelas melhorias.
Prefeitura faz testes próprios e culpa a chuva
Em nota, a prefeitura ressaltou que segue diversos requisitos para ser contemplada com a certificação internacional do Bandeira Azul. São avaliados 34 critérios, entre eles gestão ambiental, infraestrutura turística e qualidade da água.
Para atender ao critério de qualidade de água, a prefeitura informa que tem contrato com a Central de Laboratórios de Ensaios Analíticos (Clean), da Univali, pra fazer testes de avaliação. Os resultados têm sido positivos pra balneabilidade.
“Todas as análises são próprias para banho, o último teste foi no dia 12/11. Somente na forte chuva da última semana apareceu imprópria, fato esse que ocorre em todo o Brasil quando a análise é feita após a chuva”, esclareceu.
A certificação da praia Grande está confirmada pro verão. A bandeira azul será hasteada em cerimônia em dezembro, em data a ser divulgada. Em Penha, as praias Bacia da Vovó e da Saudade também garantiram a premiação pra temporada 2024/25.
Cabeçudas e trecho da Brava na lagoa do Cassino seguem poluídos pra banho
O monitoramento da balneabilidade nas praias da região nesta semana também mostrou que Itajaí não melhorou as condições e segue com a orla de Cabeçudas e o trecho da praia Brava, em frente à lagoa do Cassino, impróprios para banho. Na Atalaia e Brava sul, próximo ao ribeirão Ariribá, a balneabilidade foi positiva.
Já Balneário Camboriú melhorou a condição da praia Central. Dos 10 pontos monitorados, apenas um, junto ao molhe da Barra Sul, está impróprio. Na semana passada, mais da metade dos pontos estava poluída. As praias de Laranjeiras, Taquaras, Estaleiro e Estaleirinho não tiveram alteração, se mantendo próprias.
Em Navegantes, o único ponto impróprio é perto do posto guarda-vidas do Gravatá. Na Costa Esmeralda, a orla está boa para banho na maioria dos pontos. Itapema tem um ponto impróprio, enquanto Porto Belo e Bombinhas têm dois trechos poluídos cada. Os resultados têm por base a coleta de amostras de água entre os dias 25 e 28 pelo Instituto de Meio Ambiente de Santa Catarina (Ima).
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