Anderson Pereira, de 52 anos, catarinense que sobreviveu ao trágico acidente na BR-101 em 2021, no qual perdeu a esposa Sandra Aparecida Pereira, falou sobre a tragédia em rede nacional.
Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, no último domingo, Anderson relatou o drama de ser vítima de um caminhoneiro que dirigia sob o efeito de drogas. Na época, ele foi arrastado por ...
Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, no último domingo, Anderson relatou o drama de ser vítima de um caminhoneiro que dirigia sob o efeito de drogas. Na época, ele foi arrastado por mais de 32 quilômetros, agarrado à porta do caminhão que atingiu sua moto, até que o veículo parasse em Balneário Camboriú.
O caso de Anderson voltou à tona com a operação Toxicoloko, que revelou o esquema de falsificação de laudos toxicológicos em autoescolas de três estados, incluindo Santa Catarina.
A investigação mostrou que exames exigidos para obtenção de habilitação de motoristas de veículos pesados estavam sendo fraudados, comprometendo a segurança nas estradas.
“Ele (o motorista) vai sair da prisão e seguir com a vida dele. Eu perdi a esposa depois de 30 anos de relacionamento”, desabafou Anderson, que perdeu Sandra, então gerente de uma loja em Balneário Camboriú. O caminhoneiro foi condenado a 14 anos de prisão em 2022.
Esquema de fraudes em autoescolas
A operação Toxicoloko desmantelou uma rede de falsificação que incluía até o uso de fios de cabelo de crianças para burlar exames toxicológicos obrigatórios. Os envolvidos na fraude coletavam amostras de cabelo de terceiros para encobrir o uso de drogas entre motoristas.
Conduzida pela Polícia Civil de Santa Catarina, a operação resultou em oito prisões e foi realizada simultaneamente em Santa Catarina, Paraná e São Paulo. “Identificamos mechas de cabelo de uma criança, de uma menina, que foi coletada e usada em exames para motoristas com dependência química”, explicou o delegado Osnei Valdir de Oliveira, ao Fantástico.
Além de fios de cabelo, moldes de silicone com digitais de alunos eram utilizados para fraudar a presença nas aulas, permitindo que motoristas fossem aprovados sem frequentar as aulas. Em Santa Catarina, dois dirigentes de um centro de formação de condutores de Brusque foram presos, e as autoescolas envolvidas estão sujeitas a processos administrativos.