Olho no mar
Águas vivas perigosas aparecem na Praia Central de Balneário Camboriú
Oceanógrafo explica que as caravelas-portuguesas chegaram mais cedo
Laura Testoni [lauratestoni16@gmail.com]
A Praia Central de Balneário Camboriú recebeu uma visita inesperada nesta terça-feira: as temidas caravelas-portuguesas. Os animais marinhos foram avistados pelo Corpo de Bombeiros Militar entre o centro e a Barra Norte, causando surpresa entre os salva-vidas, que relataram um número ainda pequeno de caravelas na área.
O oceanógrafo Charrid Resgalla Jr. explica que a presença das caravelas não é inédita, mas que, neste ano, elas chegaram mais cedo do que o habitual. “Normalmente, elas aparecem no verão, mas este ano se anteciparam, possivelmente devido aos ventos e correntes”, comenta Resgalla Jr., doutor em fisiologia geral e mestre em oceanografia biológica.
Os animais marinhos são altamente perigosos. “As caravelas-portuguesas possuem um veneno potente e células urticantes com um alto poder de penetração na pele”, alerta o especialista, explicando que é necessário evitar o contato direto.
Na água, o cuidado deve ser maior ainda. Charrid explica que a característica flutuante da caravela – sua “bexiga” que permanece à superfície – permite avistá-las facilmente. No entanto, os longos tentáculos submersos podem passar despercebidos, o que aumenta o risco de contato. “Isso pode dar a falsa impressão de que estamos a uma distância segura”, enfatiza.
Caso ocorra contato acidental com a água viva fake, a orientação é remover os tentáculos invisíveis com vinagre. A dor é inevitável e, para aliviá-la, analgésicos podem ser utilizados. “Se os sintomas causarem vômito e desorientação, é essencial buscar atendimento médico. Sair da água imediatamente após o contato é a primeira medida a ser tomada”, destaca o especialista.
A Secretaria de Meio Ambiente de Balneário Camboriú ainda não informou se está monitorando a presença das caravelas-portuguesas na região.