JUSTIÇA
Condenado casal que matou recém-nascida e enterrou em casa
Menina foi morta por asfixia
Laura Testoni [lauratestoni16@gmail.com]
O casal que matou e enterrou uma recém-nascida na cozinha de casa foi condenado um ano após o crime. A atrocidade aconteceu em Caçador porque a filha era de outro homem. O júri começou na manhã de sexta-feira e só terminou na madrugada de sábado. A mulher foi sentenciada a 30 anos de prisão, e o homem, a 28 anos.
Os dois criminosos são casados e têm outros dois filhos. Durante um período, o casal esteve separado, e nesse intervalo, a mulher engravidou de outro homem. Segundo consta nos autos, ao reatarem, os réus decidiram que a bebê não deveria viver.
Conforme o Tribunal de Justiça, o crime foi entre os dias 1 e 6 de novembro. A recém-nascida foi morta, ainda com o cordão umbilical, por intoxicação com álcool etílico. No dia seguinte, o casal enterrou o corpo.
Para tentar esconder o crime, o casal afirmou ter entregue a criança ao pai biológico, mas a mentira não durou e o crime foi descoberto.
"A crueldade deste crime não pode ser subestimada. Um ato contra a vida de um ser absolutamente indefeso exige uma resposta firme", afirmou o promotor de justiça Diego Bertoldi, responsável pela acusação no julgamento.
Os jurados condenaram o casal por homicídio com quatro qualificadoras: motivo torpe, pois o crime foi praticado porque a bebê era de outro homem; asfixia, pela inalação forçada de álcool etílico; recurso que dificultou a defesa, devido à incapacidade de reação da bebê; e vulnerabilidade, por se tratar de uma vítima com menos de 14 anos.
A mulher foi absolvida do crime de ocultação de cadáver, ficando essa condenação apenas para o homem.
Os réus podem recorrer da sentença, mas não em liberdade. Após o julgamento, os dois foram levados ao presídio.