ITAJAÍ

Grupo da antiga fábrica de farinha de peixe pode falir por dívida de R$ 1 bi

Empresa buscou a justiça pra negociar dívida e tentar sair da crise

Processo de recuperação é tocado por administrador nomeado pela justiça (Foto: Arquivo/Franciele Marcon)
Processo de recuperação é tocado por administrador nomeado pela justiça (Foto: Arquivo/Franciele Marcon)

O grupo Patense, dono da fábrica de farinha de peixe Farol, a antiga Kenya, em Itajaí, entrou em processo de recuperação judicial pra negociar R$ 1,37 bilhão em dívidas com credores e evitar a falência.

O caso corre na 1ª Vara Cível de Patos de Minas (MG), que acatou o pedido de recuperação da empresa e nomeou o advogado Daniel Thiago da Silva como administrador judicial.

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O caso corre na 1ª Vara Cível de Patos de Minas (MG), que acatou o pedido de recuperação da empresa e nomeou o advogado Daniel Thiago da Silva como administrador judicial.

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A justiça também determinou a suspensão por 180 dias de todas as ações de cobrança contra o grupo para que a proposta de recuperação seja tocada. Em decisão nesta semana, o juiz autorizou a realização de laudo de constatação prévia, uma perícia pra análise detalhada da real situação econômico-financeira da empresa, que será avaliada com os documentos já apresentados no processo pelo grupo.

A recuperação judicial abrange 13 empresas da Patense, incluindo a de Itajaí, além de nove produtores rurais da família do empresário Clênio Gonçalves, fundador do grupo. Do total da dívida bilionária da empresa, R$ 500 milhões são de títulos de crédito do agronegócio, R$ 400 milhões são cobrados por bancos e outros R$ 400 milhões são devidos a fornecedores. As dívidas trabalhistas, para mais de dois mil empregados, somam cercam de R$ 2 milhões.

Crise desde 2022

No pedido de recuperação, o grupo alegou que desde 2022 enfrenta uma severa crise financeira e que vinha buscando soluções para se reestruturar, inicialmente com medidas de conciliação. Segundo a empresa, apesar dos esforços a negociação extrajudicial fracassou e não restou outra opção que não o pedido de recuperação judicial, visando o acerto das contas e a continuidade das atividades.

O grupo atua com beneficiamento de resíduos de bovinos, suínos, aves e pescados para a produção de ração animal, óleos e biocombustível. Apesar de o negócio ser considerado lucrativo – em 2023 a receita foi de R$ 1,3 bilhão –, o grupo apontou gastos inesperados para consolidar a compra de empresas, como a fábrica de farinha de peixe Kenya, em Itajaí, e despesas com a alta dos juros para o rombo financeiro.

Aquisições de empresas foram feitas entre 2021 e 2023, sendo que algumas unidades, como da indústria Farol, teriam exigido investimentos maiores, comprometendo o retorno previsto. Outro motivo relatado para a crise foi a redução no preço das gorduras e proteínas em mais de 40% em 2023, enquanto os gastos fixos aumentaram, corroendo o caixa da empresa.

A negociação da dívida com os credores vai envolver grandes empresas, como os bancos BTG Pactual e Safra e a Gomes da Costa, além de centenas de pessoas físicas entre os mais de mil investidores que compraram títulos financeiros do grupo. As medidas para a saída da crise deverão constar em proposta que dependerá de aprovação em assembleia geral de credores e, depois, de homologação pela justiça em processo conduzido pelo administrador judicial.

O advogado Daniel Thiago da Silva não respondeu ao DIARINHO até o fechamento da matéria sobre a situação atual do processo e o futuro da unidade da Farol em Itajaí. Nos últimos meses, funcionários da fábrica denunciaram atraso de salários e falta de pagamento de direitos trabalhistas. Em junho, houve protesto de motoristas que transportam os resíduos animais processados pela fábrica. Em Balneário Camboriú, o centro de coleta de carcaças e ossos chegou a parar as atividades.

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