Uma família que mora no bairro Itacolomi, em Balneário Piçarras, está passando momentos dramáticos em Garopaba, no sul do Estado, desde o último sábado, quando Davi Emanuel dos Santos, de oito anos de idade, foi arrastado pela maré na Praia do Ouvidor e desapareceu. 

Segundo a professora Daniela Borba relatou ao DIARINHO, a estrutura precária de resgate por parte dos bombeiros estende o drama das buscas pelo menino, que até esta quarta-feira, dia 11 de setembro, ainda não havia sido encontrado. 

Ele foi arrastado pela maré ao lado de um irmão, que conseguiu se salvar. Daniela, que mora em Araquari, foi para Garopaba dar suporte à família – a criança desaparecida é filha de um primo dela – e se deparou com o que chama de descaso. 

“Havia só um jet ski com dois bombeiros fazendo buscas. E a gente precisaria acionar o helicóptero ou ajuda de outros lugares para poder resgatar, ajudar na procura do corpo, porque já são muitos dias de angústia, e a estrutura de resgate não foi reforçada”, conta Daniela.  

“A gente não está comendo direito, não está dormindo, estamos angustiados aqui na beira do mar, assim, desesperados com a demora nas buscas”, narra a professora. Segundo Daniela, Keti Monique Albuquerque, 33 anos, mãe do menino, tem mais uma filha pequena, de três anos, e está todos esses dias das sete da manhã até à noite na beira do mar, aguardando notícias. 

“Ela fica esperando para ver se aparece o corpo dessa criança e até agora nada. Então estamos pedindo para todo mundo que conhece autoridades locais que encarecidamente, peçam para quem tem força política para poder nos ajudar. Está muito difícil”, relata. Segundo a prima, nem mesmo assistentes sociais e psicólogos de Garopaba foram deslocados para atender a família, ou ainda a Defesa Civil. 

Ao DIARINHO, a primeira-dama de Balneário Piçarras, Andressa Pera, reforçou que assim que soube da situação, o município prestou assistência e acompanha o caso, através de um assistente social. Andressa também contatou o cabo Bruno Zavareze Marques, da corporação de bombeiros local, para ser o contato entre a corporação e a família. 

“Essa agonia de não aparecer o corpo deixa a todos muito mais tristes”, relatou Andressa. Ela também pediu o reforço do atendimento dos bombeiros ao caso, embora não seja competência da prefeitura de Piçarras.

A reportagem não teve retorno dos bombeiros militares de Santa Catarina até o fechamento da matéria.  

A família criou uma vaquinha on line para levantar dinheiro para combustível de barcos de pescadores que se dispuseram a ajudar; pagar o aluguel da casa em que está e precisa ser desocupada, entre outros custos. Clique no link.

O irmão de Davi que conseguiu se salvar tem 13 anos de idade. O adolescente foi salvo por surfistas e levado ao hospital de Imbituba. Já o irmão mais novo, porém, permanece desaparecido.