DENÚNCIA
Pai, mãe e filhas vivem em meio à sujeira, ratos e baratas no São João
Moradores do São João estão preocupados com família que sofre com doenças mentais
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
Moradores da rua Leopoldo Hess, no bairro São João, em Itajaí, estão preocupados com uma família que sofre de transtornos mentais severos e vive em meio à sujeira, comida estragada e fezes de animais. A casa está infestada de baratas e ratos.
O pai tem distúrbios mentais severos, a mãe sofre de esquizofrenia, a filha de 30 anos tem problemas neurológicos em decorrência de um acidente, e a filha mais nova tem transtorno mental moderado. “É chocante ver essa família vivendo nessa situação no coração do bairro São João, sem assistência profissional. Ali vivem também vários animais, muitos gatos que dão cria constantemente, além de um cachorro cego e velho que vive debaixo da casa em condições terríveis”, relatou a vizinha.
Os vizinhos ajudam como podem, mas explicam que o problema não é a falta de dinheiro, apesar de a família ser humilde, e sim a falta de administração, assistência social e psiquiátrica. “Na segunda-feira fui lá, estavam fazendo comida, mas tinha arroz espalhado por toda parte, os gatos comendo o que caía no chão. Não consegui ficar muito tempo, o cheiro é insuportável. No ano passado, estive na secretaria de Assistência Social e me disseram que a família tem renda suficiente e já foi visitada, mas nada foi feito”, disse a denunciante.
A prefeitura de Itajaí informou que o pai, a mãe e as duas filhas são atendidos por serviços do município, tanto da Assistência Social quanto da secretaria de Saúde. No âmbito assistencial, é concedido o Benefício de Prestação Continuada, no valor de um salário mínimo mensal. Neste mês de setembro, a família também recebeu um cartão social de R$ 150 e uma cesta verde.
Além disso, a família é acompanhada de perto e sempre convidada a participar das reuniões. Na área da saúde, o acompanhamento mensal é feito pelo posto de saúde do São João 1, onde retiram os medicamentos de uso contínuo e são atendidos pela equipe médica. Todos já passaram pelo Caps 2, onde foram diagnosticados com bipolaridade e esquizofrenia. As duas filhas foram atendidas no fim de agosto na UBS e os pais em maio.
Diante da denúncia dos vizinhos, a secretaria de Saúde fará uma nova visita à família e checar se é necessário prestar mais algum auxílio ou encaminhamento.