Aeroporto de Navegantes vive mais um dia de caos por causa dos nevoeiros
Até à noite de terça, terminal teve 22 voos cancelados e cinco alterados; canal de acesso ao porto passou o dia fechado
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
Terminal lotado e falta de informações das companhias geraram confusão e revolta (Foto: Leitor)
Falta de visibilidade fechou o canal de acesso ao Complexo Portuário de Itajaí durante a terça
(foto: JMJ)
A terça-feira foi mais um dia de caos e desespero para quem precisou usar o aeroporto de Navegantes pra chegar ou deixar a região. A incidência de forte nevoeiro afetadou as operações no aeroporto e no Complexo Portuário de Itajaí.
Das 20h de segunda-feira até às 20h de terça-feira, foram 22 voos cancelados e outros cinco desviados para outros destinos por causa dos nevoeiros marítimos. Às 18h, o aeroporto foi fechado ...
Das 20h de segunda-feira até às 20h de terça-feira, foram 22 voos cancelados e outros cinco desviados para outros destinos por causa dos nevoeiros marítimos. Às 18h, o aeroporto foi fechado para pousos, mantendo algumas decolagens. O terminal estava lotado e muitos passageiros manifestaram insatisfação e reclamações.
O aposentado Luiz tentava decolar de Navegantes para uma conexão em São Paulo para as Filipinas. O voo dele, da Latam, estava atrasado e ele corria o risco de perder a conexão internacional. O que mais o chateou foi a falta de informações da Latam e a desorganização na fila e na ordem de atendimento que não respeitava as prioridades. “A Latam está completamente despreparada para lidar com esse tipo de problema. Estamos viajando para Manila, nas Filipinas... As pessoas furam a fila, e o atendimento está péssimo. Houve brigas, e o saguão está extremamente cheio”, relatou o passageiro.
No período da manhã, o aeroporto amanheceu fechado. À tarde, o terminal operou com instrumentos para pousos e decolagens até ser novamente fechado para chegadas às 18h. A reabertura do aeroporto ocorreu às 20h de terça.
Boca da barra fechada
O canal de acesso ao Complexo Portuário de Itajaí também esteve fechado durante o dia. A situação se manteve até o final do dia. Um navio aguardava para sair da Portonave e outros dois esperavam para entrar no complexo.
Conforme aviso da Marinha do Brasil, a região do litoral entre Laguna, no sul de Santa Catarina, e Ilhabela, na costa de São Paulo, está sob alerta de baixa visibilidade devido aos nevoeiros. A condição deve persistir ao longo da quarta-feira. Na quinta, uma nova frente fria deve baixar as temperaturas.
"Ampliações do aeroporto são puxadinhos"
O agente de turismo Dagoberto Blaese Junior, de BC, critica a situação do aeroporto pela falta de investimentos na estrutura. “Acompanho o desenvolvimento do aeroporto de Navegantes desde 1970, quando o mesmo entrou em operação substituindo o então aeroporto Salgado Filho, na rua Blumenau em Itajaí”, lembra.
Ela narra que desde 1969 está envolvido profissionalmente com a aviação comercial e turismo, quando iniciou a carreira aos 18 anos como estagiário na então Agência Mundial de Turismo em Itajaí e depois em 1971, como funcionário da Varig, em São Paulo, e mais tarde na Swissair, em São Paulo, Porto Alegre e Rio. “Em 1970, quando as operações em Navegantes iniciaram, tínhamos um só voo operado diariamente [pela Varig], um modesto Avro HS-748, [para] 40 passageiros, cuja rota para São Paulo – Congonhas era dividida com Joinville”, diz. Dagoberto conta que depois os voos foram ampliados para três por dia, um deles para Porto Alegre.
Com a demanda em alta, a pista de Navegantes foi reformada em 1978 para receber operações com o Boeing 737. Desde então, Dagoberto tem acompanhado diversas ampliações no aeroporto, que ele classifica como “puxadinhos” que não condizem com a importância do aeroporto, que é o segundo maior em movimentação do estado. “De puxadinhos em puxadinhos, temos hoje o aeroporto ampliado para suportar quase 30 operações diárias de voos comerciais, [mas] com uma capacidade de conforto longe do bem-estar de seus usuários, em torno de dois milhões por ano”, analisa. Outro ponto é que a pista segue com a mesma dimensão de 54 anos atrás. “Sem dúvida isso engessa o aeroporto, embora tenhamos no entorno norte da cabeceira 25 uma grande área para a expansão, inclusive com a construção de uma nova pista, que permitiria aviões ainda maiores para passageiros e cargas”, completa. O espaço pra segunda pista está reservado, mas a obra ficou fora da concessão, não sendo obrigatória.
A modernização do terminal anunciada pela concessionária CCR está em fase de licenciamento ambiental. Dos R$ 300 milhões previstos até 2024, só R$ 80 milhões foram investidos.
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