No aeroporto de Navegantes, a pista foi reaberta pra decolagens às 11h, permanecendo fechada pra pousos. Segundo a concessionária CCR, que administra o terminal, o nevoeiro impactou em 10 operações. Sete decolagens tiveram voos cancelados e de três pousos previstos pela manhã, dois foram cancelados e um alternado. Na segunda-feira, houve cancelamentos pela manhã e à noite.
Pousos e decolagens também foram cancelados no aeroporto de Florianópolis nesta manhã. Conforme aviso da Marinha do Brasil, a região do litoral entre Laguna, no sul de Santa Catarina, e Ilha Bela, na costa de São Paulo, está sob aviso de baixa visibilidade devido aos nevoeiros. A condição persiste durante o dia e deve se estender até quarta-feira. Na quinta-feira, uma nova frente fria trará frio e chuva pra região.
Segundo a meteorologista da Epagri/Ciram, Laura Rodrigues, as temperaturas elevadas para esta época do ano são bem favoráveis à formação do nevoeiro marítimo, que afeta as cidades litorâneas. “Como o frio do inverno foi, com frequência, intercalado por dias de temperatura mais elevada, os nevoeiros marítimos também foram frequentes na costa catarinense”, explica.
Agente de turismo critica aeroporto
O agente de turismo Dagoberto Blaese Junior, de Balneário Camboriú, critica a situação do aeroporto de Navegantes pela falta de investimentos para melhorar a estrutura. “Acompanho o desenvolvimento do aeroporto de Navegantes desde 1970, quando o mesmo entrou em operação substituindo o então aeroporto Salgado Filho, localizado na rua Blumenau em Itajaí”, lembra.
Ela narra que desde 1969 está envolvido profissionalmente com a aviação comercial e turismo, quando iniciou a carreira aos 18 anos como estagiário na então Agência Mundial de Turismo em Itajaí e depois em 1971, como funcionário da Varig, em São Paulo, e mais tarde na Swissair, em São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro.
“Em 1970, quando as operações em Navegantes iniciaram, tínhamos um só voo operado diariamente [pela Varig], um modesto Avro HS-748, [para] 40 passageiros, cuja rota para São Paulo – Congonhas era dividida com Joinville”, diz. Dagoberto conta que depois os voos foram ampliados para três por dia, um deles para Porto Alegre.
Com a demanda em alta, a pista de Navegantes foi reformada em 1978 para receber operações com o Boeing 737. Desde então, Dagoberto tem acompanhado diversas ampliações no aeroporto, que ele classifica como “puxadinhos” que não condizem com a importância do aeroporto, que é o segundo maior em movimentação do estado.
“De puxadinhos em puxadinhos, temos hoje o aeroporto ampliado para suportar quase 30 operações diárias de voos comerciais, [mas] com uma capacidade de conforto longe do bem-estar de seus usuários, em torno de dois milhões por ano”, analisa. Outro ponto é que a pista segue com a mesma dimensão de 54 anos atrás.
“Sem dúvida isso engessa o aeroporto, embora tenhamos no entorno norte da cabeceira 25 uma grande área para a expansão, inclusive com a construção de uma nova pista, que permitiria aviões ainda maiores para passageiros e cargas”, completa. O espaço pra segunda pista está reservado pela CCR, mas a obra ficou fora da concessão, não sendo um investimento obrigatório.
Investimentos atrasados
Já a modernização do terminal está nos investimentos iniciais da empresa, mas é uma das obras em atraso, atualmente em fase de licenciamento ambiental. Dos R$ 300 milhões previstos até 2024, CCR só investiu R$ 80 milhões no aeroporto de Navegantes. Para Dagoberto, a situação reflete em problemas como na dificuldade em estacionar para desembarcar ou embarcar na frente do terminal.
“Hoje o Aeroporto Internacional Ministro Marcos Konder, itajaiense, primeiro ministro da Viação do Brasil, é o segundo mais importante em tráfego nas cidades não capitais do Brasil. Ele mereceria mais muito mais respeito, capacidade, modernidade, tecnologia e não apenas ser o ‘Aeroporto da Diversão’, conforme placa fixada no terminal”, critica.