O Brasil amanheceu com mais uma medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Paris. Caio Bonfim alcançou a segunda colocação inédita na prova de marcha atlética de 20km, disputada na madrugada de quinta. Treinado pela própria mãe, Gianetti Bonfim, em Sobradinho (DF), o atleta falou com muita emoção sobre as dificuldades de ser um marchador no país.

“Medalha no Brasil, na marcha atlética, não tem cor. Quando eu passei a linha de chegada no Rio, eu pensei se teria outra oportunidade de disputar os Jogos. Tive muito orgulho daquele quarto lugar. Abriu muitas portas. Na minha cidade, brinco que antes da Rio 2016 eu era xingado quando marchava. Depois de lá, mudou. As buzinas vinham seguidas de ‘vamos, campeão’. Quando meu pai me chamou para marchar pela primeira vez, eu fui muito xingado naquele dia. Era muito difícil ser marchador”, conta o atleta sobre ofensas homofóbicas.

Em sua quarta Olimpíada, Caio conquistou a primeira medalha da história do Brasil na modalidade. Desde o início ele esteve no pelotão de frente e chegou a liderar a prova, mas foi superado pelo equatoriano Brian Pintado, que disparou na reta final. Com o tempo de 1h19min09, Bonfim garantiu a segunda colocação e a prata.