Itajaí
Radialista denuncia que foi ameaçado pelo procurador-geral de Itajaí
Gaspar Laus confirmou bate-bocas com Wilson Lima dentro da prefeitura de Itajaí, mas nega qualquer ameaça
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
![Arranca-rabo ocorreu dentro da prefeitura de Itajaí na tarde de quarta
(Foto: reprodução)](/fotos/202407/700_6686e2bc9e042.png)
O radialista Wilson Lima, 52 anos, apresentador da rádio Band FM de Itajaí, usou as redes sociais para denunciar que foi ameaçado pelo procurador-geral de Itajaí, Gaspar Laus, na tarde de quarta-feira. Um boletim de ocorrência foi registrado e o caso também seria levado à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ao DIARINHO, Gaspar Laus nega qualquer ameaça ao radialista, mas confirma o bate-bocas entre os dois.
Pelo boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, Wilson conta que estava na prefeitura por volta das 16h de quarta, quando encontrou dois colegas, funcionários públicos. Enquanto conversava com os colegas, ele viu o procurador. “Eu estava conversando e chega o procurador-geral do município de Itajaí, também presidente do MDB, doutor Gaspar Laus, e me ameaça. Gaspar colocou o dedo no meu rosto e disse: ‘se você falar mais uma vez de mim naquela rádio, você vai ver o que vai te acontecer”, narra.
O apresentador diz que então perguntou: “você está me ameaçando?”. O procurador, segundo Wilson, continuou: “fala de novo que você vai ver... fala de novo que você vai ver...”. Wilson chegou a gravar o final da discussão, mas Gaspar Laus já tinha virado as costas.
Wilson denunciou o caso no programa da Band FM, postou um vídeo nas redes sociais e também registrou o boletim de ocorrência na Polícia Civil. O apresentador diz que irá fazer denúncia formal na OAB, já que Gaspar é advogado.
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Denúncias foram estopim
Segundo Wilson, a ameaça sofrida na prefeitura seria uma represália às denúncias feitas na Band FM pelo então secretário de Governo de Itajaí, Jean Sestrem (UB). Ele denunciou que o chefe de gabinete da prefeitura, Giovani Testoni, e o procurador Gaspar Laus estariam obstruindo um processo administrativo que investigava a falsificação de atestados técnicos de uma licitação do município que foi cancelada.
A Acaert publicou nota oficial repudiando a ameaça feita pelo procurador do município.
“Não era ameaça, mas um recado”, rebate Gaspar
Ao DIARINHO, Gaspar Laus afirmou que não houve ameaça e que em momento algum “encostou” no rosto do radialista. “Apontei o dedo como ele também apontou para mim. Disse que ele não falasse mais meu nome na rádio. Ele replicou perguntando se eu estava lhe ameaçando, também com o dedo apontado, mas também não tocou no meu rosto. Disse que não era ameaça e sim um recado. Virei as costas e segui em direção a minha sala”, contou.
“Ele ficou no corredor perguntando se eu estava ameaçando. Não ameacei ninguém. Agora não dou liberdade para ele ficar falando da minha pessoa, do meu caráter. Críticas são todas bem aceitas. Sou bem democrata nesse sentido e respondo. Sempre atendi todos da imprensa e sempre vou atender, vou dar as respostas. Desse governo, acho que fui o secretário que mais conversou com todos, jornalista e radialista, sempre dando respostas, não tem problema algum. Críticas, posso sofrer, agora falar do meu caráter, me desculpe, daí eu não concordo. Foi isso que eu disse, que ele não falasse mais do meu nome”, afirma.
Sobre a nota de repúdio da Acaert, Gaspar Laus disse que “lamenta que a entidade publicou o repúdio sem ouvir o outro lado. Me admiro muito uma entidade da envergadura da Acaert fazer uma nota oficial sem escutar a versão para saber a verdade dos fatos, mas faz parte, vida que segue. Enquanto a carruagem passa, os cães ladram”, discursou.
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