Uma série de denúncias de maus-tratos contra animais está mobilizando as comunidades de Barra Velha e Balneário Piçarras. Segundo ativistas, na divisa entre Medeiros e Medeirinhos, junho teve aumento de animais mortos e abandonados, muitos com sinais de tortura.

A ativista A.P. suspeita que os animais estejam sendo usados em rituais de magia negra, diante da forma como são encontrados. Gi Guimarães, da ONG Love Pet, denunciou um morador que praticava zoofilia, crime de manter relações sexuais com animais.

A situação levou a Fundação do Meio Ambiente a fazer uma audiência pública para discutir o tema nessa sexta-feira, na Câmara de Vereadores de Barra Velha, para ouvir ONGs, ativistas e a comunidade e propor soluções. O resultado da audiência ainda será divulgado.

As ativistas criticam a falta de ação das autoridades. “A causa está completamente abandonada em Barra Velha”, afirma Gi. Moradores filmaram a situação e enviaram ao DIARINHO. Cleo Veríssimo, do Projeto Ambiental Mãe Terra, destaca que a Quinta dos Açorianos é frequentemente usada para soltar ou descartar animais mortos devido à sua localização isolada.

Rodrigo Renan Medeiros, secretário de Saúde de Balneário Piçarras, disse que o município busca parceria com a Polícia Civil para investigar e punir os responsáveis. Ele destacou o programa de castração, que já atendeu 400 animais no primeiro semestre deste ano, com meta de 150 por mês.

Em Barra Velha, Kaiann Barentin, presidente da Fundema, afirmou que a ouvidoria recebeu denúncias de um suposto matador de animais, mas moradores negaram tal prática. Barentin explicou que a área isolada facilita o abandono de animais, comum em zonas rurais.

Barentin também mencionou que os sinais nos animais podem ser resultado de ataques de urubus, não necessariamente sendo de rituais. A ouvidoria do município segue à disposição para denúncias.