CAMBORIÚ
MP pede afastamento de vereadora por interferir na eleição do Conselho Tutelar
Andreia do Pedro Paulo é acusada de usar a atual secretária de Assistência Social como "testa de ferro"
Laura Testoni [lauratestoni16@gmail.com]
O Ministério Público pediu o afastamento da vereadora de Camboriú Andréia de Souza Machado (MDB), a Andréia do Pedro Paulo. Ela e duas ex-servidoras, F.V.S. e F.A., são acusadas de usar a máquina pública para fraudar as eleições do Conselho Tutelar de Camboriú.
A promotoria quer o afastamento cautelar da atual secretária de Desenvolvimento e Assistência Social, Elisabete Machado de Oliveira, que assumiu o cargo em dezembro de 2023, substituindo Andréia. O MP alega que Elisabete seria “testa de ferro” de Andréia, cumprindo ordens da ex-secretária. O MP também requer que Andréia seja proibida de ter contato com servidores da Assistência Social e de acessar o prédio da pasta, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. Em 14 de dezembro de 2023, a vereadora, F.V. e F.A. foram exoneradas dos cargos comissionados devido às acusações de uso da máquina pública na eleição do Conselho Tutelar.
Durante a eleição, Andréia era secretária de Assistência Social, com F.V. como assessora e F.A. como diretora de Proteção Social Especial e candidata ao conselho. No dia do pleito, uma promotora flagrou Andréia transportando uma eleitora até a escola José Arantes, no centro. A eleitora confirmou que F.A. era sua candidata.
Andréia foi vista pela comissão eleitoral transportando eleitores para votar no Caic Ailor Lotério, no Monte Alegre, justificando que os eleitores não tinham outra forma de chegar ao local de votação. Em outro incidente, F.V. foi flagrada pedindo votos no estacionamento da escola Clotilde Ramos Chaves.
O MP obteve prints de um grupo no WhatsApp criado por Andréia para “organizar” a votação, composto por servidores da Assistência Social. A promotoria afirmou que Andréia, F.V. e F.A. conduziram uma campanha eleitoral fraudulenta para captar votos, usando cargos comissionados. F.A. não foi eleita nem ficou na suplência.
Andréia nega
A vereadora disse ao DIARINHO que desde que deixou o cargo de secretária, em dezembro de 2023, não visitou mais a sede da pasta. “A secretária tem toda a autonomia do cargo, até porque não há nenhum tipo de conversa minha em relação à secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social”, disse. A vereadora argumenta que seu trabalho foi “com seriedade em prol da população, principalmente a mais carente” e isso “acabou incomodando pessoas que vêm criando denúncias”.
O advogado de Andréia explicou que a cliente ainda não foi intimada. O prazo é de 10 dias, a contar de 27 de junho, quando foi protocolado o pedido. A defesa, além de dizer que não há nenhuma ingerência por parte de Andréia, defende que determinar o afastamento de um cargo eletivo, neste caso da vereadora, seria de competência da Câmara de Vereadores.