Foi lançado pelo governador Jorginho Mello (PL) o 1º festival estadual de música sertaneja. Com custo de R$ 3,3 milhões, o festival quer descobrir novos talentos numa competição estadual por meio das 21 associações de municípios, incluindo a Amfri, da região de Itajaí.
Serão selecionados 430 candidatos nas etapas regionais, pra definir os 111 semifinalistas das seis macrorregiões do estado. Os 18 melhores talentos avançam para a final, em 11 de novembro ...
Serão selecionados 430 candidatos nas etapas regionais, pra definir os 111 semifinalistas das seis macrorregiões do estado. Os 18 melhores talentos avançam para a final, em 11 de novembro, em Floripa, com show de Michel Teló. Os três primeiros colocados ganharão prêmios em dinheiro: R$ 20 mil (1º), R$ 10 mil (2º) e R$ 5 mil (3º).
Itajaí é uma das 21 cidades-sede das associações que receberão os eventos do festival, que vão rolar de junho a novembro. Em Itajaí, será em 19 de julho, na Casa da Cultura. O concurso será em duas categorias: infantil, de 8 a 15 anos, e adulto, para maiores de 16 anos. Avançam para as finais 12 adultos e seis crianças. As inscrições para o festival estão abertas até 20 de junho pelo site www.santacatarinacanta.com.br.
A escolha do estilo sertanejo para a competição, segundo o governo, aconteceu porque é o gênero musical mais ouvido no Brasil e um dos que mais revelaram artistas nos últimos anos. A ideia dos eventos regionais busca mobilizar tanto os menores como os maiores municípios de SC, movimentando o turismo em cada região. “Eu não tenho dúvida que Santa Catarina tem um pouco de alma sertaneja. É um estado com uma cultura diversificada e eu sempre pensei fazer algo para revelar talentos, pessoas dos mais diferentes rincões do estado com a oportunidade de poder se apresentar, mostrar, surgir e emergir para o grande público”, justificou o governador.
O presidente da Federação Catarinense de Cultura, Rafael Nogueira, acredita que além do impacto pela descoberta de talentos, haverá estímulo à produção musical. “Santa Catarina ouve muito sertanejo, mas não produz tanto. É uma das tarefas do Estado fomentar a produção cultural e também envolve a economia criativa, a economia da cultura”, diz.
O festival tem direção artística do maestro Jeferson Della Rocca, fundador e diretor da Camerata Florianópolis, que vai se apresentar na final do concurso. Ele explica que a ideia do projeto vinha sendo discutida há tempo pelo governador, com a proposta de alcançar os artistas que encontram dificuldade pra mostrar o seu trabalho. “Esse festival serve como uma forma de impulsionar, promover e dar oportunidade para o artista que tá lá no pequeno município. Até por esse motivo foi dividido em 21 etapas”, comenta.
Custo milionário é criticado
O festival vai cusrar R$ 3,3 milhões, com recursos do Fundo de Desenvolvimento Social do estado. A Camerata Florianópolis foi a contratada para a organização, em parceria com a Fundação Catarinense de Cultura, sem processo de licitação pela “natureza singular e específica do evento”.
Alguns artistas criticaram o valor da grana para o festival sem edital. Um produtor cultural comentou que o valor é maior do que o Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura prevê para a categoria das Artes, com exigências na seleção dos projetos.
Ele comparou que, em 2023, o edital do Elisabete Anderle destinou R$ 8 milhões, distribuídos entre 151 projetos culturais no estado. “A classe não tem nada contra o festival em si, mas é quase metade do valor do edital Elisabete Anderle, que é dividido entre projetos do estado todo. Ou seja, muito desproporcional”, compara.