Sem apoio

Porto parado e fake news paralisam avanço de projetos culturais em Itajaí

Projetos aprovados pela lei de incentivo não conseguem captar recursos com empresas da cidade

Projeto Livros Abertos, literatura da infância à adolescência, foi aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura (Foto: Divulgação)
Projeto Livros Abertos, literatura da infância à adolescência, foi aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura (Foto: Divulgação)
miniatura galeria
miniatura galeria

A classe artística de Itajaí vive uma dura realidade desde 2023: a dificuldade em captar recursos para realização dos projetos aprovados na Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Dos 43 projetos aprovados em 2023, somente 23 saíram do papel. O restante não conseguiu apoio financeiro das empresas. Os proponentes contemplados pela lei têm um ano para captar os recursos junto às empresas em até 30% do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) devido ao município. O valor destinado para a lei é de R$ 1,5 milhão.

Segundo a classe cultural, a dificuldade ocorre desde que a APM Terminals anunciou a saída de Itajaí. A empresa era a principal apoiadora dos produtores culturais da cidade. A jornalista ...

Já tem cadastro? Clique aqui

Quer ler notícias de graça no DIARINHO?
Faça seu cadastro e tenha
10 acessos mensais

Ou assine o DIARINHO agora
e tenha acesso ilimitado!

Segundo a classe cultural, a dificuldade ocorre desde que a APM Terminals anunciou a saída de Itajaí. A empresa era a principal apoiadora dos produtores culturais da cidade. A jornalista e produtora cultural Camila Gonçalves, que tem 15 anos de experiência em realização de projetos da lei de incentivo à cultura, vem sofrendo na pele a falta de apoio das empresas desde o ano passado. “Em 2023 trabalhei com 11 proponentes, consegui captar cinco e dois somente a metade do valor aprovado do projeto. Nos anos anteriores sempre captava tudo e com muita tranquilidade”, analisa.

Continua depois da publicidade

Para tentar melhorar a captação, Camila diz que tem procurado estreitar o diálogo com a iniciativa privada. “Ano passado deixamos de captar mais da metade dos projetos culturais aprovados na lei de incentivo à cultura do município, este ano ainda tem muita coisa para acontecer, somos persistentes, e estamos buscando dialogar com mais empresas que pagam o ISSQN para a prefeitura e ainda não patrocinaram projetos culturais”, explica.

Camila pontua que trabalha com diversos artistas da cidade, com projetos que fomentam a arte e a cultura em diversos lugares, além de contribuírem com a responsabilidade social, marketing cultural, retorno sobre o investimento e impacto positivo da marca da empresa na cidade. “Penso que com tantas mudanças políticas, e tudo que este tema nos atinge cotidianamente, vemos cada vez mais a importância da interlocução entre gestores públicos e privados”, avalia. 

Neste ano, 42 projetos foram contemplados pela lei. Em dois meses transcorridos para a captação, cinco já conseguiram recurso e estão em execução. “Os proponentes têm um ano para executar o projeto a partir da data da última captação. Estamos no segundo mês para captação, porque os proponentes podem correr atrás de patrocínio a partir do resultado e da entrega do certificado de enquadramento, que foi entregue no fim de fevereiro”, diz a fundação.

Normélio Weber, superintendente das Fundações, explica que a captação é de responsabilidade do proponente, mas ele aponta alguns fatores que dificultam o processo. “O pessoal se acostumou com a APM, que tinha uma disponibilidade de recursos e gostava de apoiar. Eles se acostumaram a captar só ali, não procuraram outras empresas”, analisa.

Com a saída da APM, os produtores culturais solicitaram uma intervenção na prefeitura para terem acesso às empresas que recolhem ISSQN e que poderiam apoiar os projetos aprovados. “Fomos atrás e entregamos uma lista das empresas da cidade que poderiam contribuir. Fizemos reuniões com a associação empresarial, expliquei para os empresários como funciona a lei, para eles terem confiança e entrarem como apoiadores. Essa é a parte que podemos fazer”, destaca.

Além da falta de diálogo com o empresariado, Normélio aponta outro problema que impactou a dificuldade na captação: a troca de governo federal e a disseminação de informações falsas “que o país iria quebrar ou falir”.

O superintendente também explica que os proponentes precisam estar atentos à temática dos projetos, buscando ideias que despertem o interesse do empresariado em investir em um espetáculo ou atração cultural. “As empresas olham a temática. Mais do que nunca estão olhando para ver se interessa para o público dela. O projeto fala de um negócio, de uma questão muito teórica, muito abstrata, eles questionam se isso interessa para o público... O proponente precisa trabalhar com a questão do convencimento do empresariado.”, completa. 

A Associação Empresarial de Itajaí informou que está aberta para dialogar com os proponentes e a classe cultural.

Continua depois da publicidade

 

LEI DE INCENTIVO À CULTURAL DE 2023

Projetos aprovados: 43

Continua depois da publicidade

Captaram recursos: 23

Projetos já concluídos: 8

Projetos ainda em execução: 15

Continua depois da publicidade

Projetos que não conseguiram captar: 20

 

LEI DE INCENTIVO À CULTURAL DE 2024

Total de projetos aprovados: 42

Captaram recursos: 5

Projetos já concluídos: 0

Projetos ainda em execução: 5






Conteúdo Patrocinado



Comentários:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Clique aqui para fazer o seu cadastro.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.

WhatsAPP DIARINHO

Envie seu recado

Através deste formuário, você pode entrar em contato com a redação do DIARINHO.

×






216.73.216.2


TV DIARINHO


🚠✨ VISTA INCRÍVEL! A 300 metros do niver do mar, a nova Super Gyro Tower garante um rolê nas alturas ...



Especiais

Vítimas de nudes com IA sofrem em limbo digital enquanto sites lucram: “Me senti abusada”

PERIGO DA IA

Vítimas de nudes com IA sofrem em limbo digital enquanto sites lucram: “Me senti abusada”

Cidades mineiras se preparam para exploração de enorme jazida de terras raras

EXPLORAÇÃO

Cidades mineiras se preparam para exploração de enorme jazida de terras raras

O primeiro indígena com obras de arte compradas pelo Museu de Arte do Rio Grande do Sul

ARTE INDÍGENA

O primeiro indígena com obras de arte compradas pelo Museu de Arte do Rio Grande do Sul

COP30 escancara crise de moradia, energia e água em Belém

CRISE NA MORADIA

COP30 escancara crise de moradia, energia e água em Belém

Entidades vão levar a Lula proposta de Comissão Indígena da Verdade de crimes da ditadura

CRIMES DA DITADURA

Entidades vão levar a Lula proposta de Comissão Indígena da Verdade de crimes da ditadura



Blogs

O caos no trânsito tem solução?

Blog do Magru

O caos no trânsito tem solução?

Jair Renan diz que não conversar com Zanatta é informação fútil

Blog do JC

Jair Renan diz que não conversar com Zanatta é informação fútil



Diz aí

"Nosso projeto é de clube formador, de dar oportunidades aos jovens talentos"

Diz aí, Bene!

"Nosso projeto é de clube formador, de dar oportunidades aos jovens talentos"

“O gargalo que a gente enfrenta é a mão de obra e a qualificação da mão de obra”

Diz aí, Thaisa!

“O gargalo que a gente enfrenta é a mão de obra e a qualificação da mão de obra”

"Comprem em Camboriú porque vai valorizar. Camboriú é a bola da vez"

Diz aí, Pavan!

"Comprem em Camboriú porque vai valorizar. Camboriú é a bola da vez"

"Não pense que eu vou ficar os quatro anos fora da Câmara"

Diz aí, Anna Carolina!

"Não pense que eu vou ficar os quatro anos fora da Câmara"

"Na minha chapa, os candidatos ao Senado vão ser de Santa Catarina"

Diz aí, João Rodrigues!

"Na minha chapa, os candidatos ao Senado vão ser de Santa Catarina"



Hoje nas bancas

Capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯






Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.