Uma semana após o vazamento de áudios em que propõe usar um projeto de lei que reajusta o salário de professores da rede municipal de ensino para criar um cargo para sua própria indicação, o vereador Toninho Uller (PL), de Navegantes, gravou um vídeo dando sua versão ao caso – negando a acusação e alegando ter sido “infeliz” na forma como falou.
O posicionamento do parlamentar sobre o projeto, que tramitou e foi aprovado na Câmara de Vereadores em 2021, não liberou Toninho de 26 pedidos de cassação do mandato por quebra de decoro ...
O posicionamento do parlamentar sobre o projeto, que tramitou e foi aprovado na Câmara de Vereadores em 2021, não liberou Toninho de 26 pedidos de cassação do mandato por quebra de decoro parlamentar que agora tramitam na câmara.
No vídeo, Toninho alegou que as considerações feitas foram “retiradas de contexto”. Mas pela primeira vez, ele admite a veracidade do que está no áudio, onde aparecem as vozes do próprio Toninho e também do vereador Gabriel dos Anjos, do Podemos, e são citados ainda a vereadora Soriley Dappe, a Sol (PSD), e o presidente atual da câmara, Lourival Kempner (PP).
De acordo com Toninho, que dia 15 foi comunicado dos pedidos de cassação, não era sua intenção fazer qualquer tipo de troca entre o projeto de reposição dos professores e a criação de cargo a ser indicado por ele.
A situação, entretanto, gerou um enfrentamento entre ele e a servidora K.C., comissionada para o cargo em questão – coordenadora de comissões – e acabou resultando em suposto assédio moral do vereador contra K., que conseguiu na justiça uma medida protetiva que estabelece distância entre o vereador e ela.
No vídeo, Toninho não fala da acusação de assédio moral e nem se refere a K.C. Ele alega que não houve “moeda de troca”, já que o projeto tramitou em poucos dias e acabou aprovado no parlamento, e assegura que é “conservador, patriota e que defende os valores de Deus, da família e da pátria”, frisando que toda a polêmica seria por conta de 2024 ser ano eleitoral.
Ainda conforme Toninho, o projeto de lei chegou para as comissões no dia 19 e foi votado e aprovado online em virtude da pandemia da covid-19 no dia 22 de fevereiro de 2021. Segundo ele, o prazo entre a chegada do projeto e a efetiva votação é “normal e regimental”. No áudio, entretanto, ele diz ter sido “achincalhado” por segurar o projeto.
26 pedidos de cassação
Na segunda-feira, dia 15, o sindicalista Francisco Johannsen, presidente do Sindicato dos Servidores da Foz do Rio Itajaí-açu (Sindifoz), teve o seu requerimento lido. Outros 25 moradores também pediram a cassação do vereador. Francisco assegurou ao DIARINHO que seu pedido é individual, e não representa o Sindifoz. “Queremos que a câmara analise provas, possibilite o contraditório e ampla defesa, e se realmente a prática cometida é punível com a cassação do mandato, que possamos moralizar o ambiente público”, propõe. A Câmara de Vereadores de Navegantes não comentou o novo vídeo do vereador.