Fiesc cobra túneis no Morro dos Cavalos e ação da Arteris contra caos nas rodovias
Entidade pede novas obras em áreas de risco de eventos climáticos para evitar bloqueios como os da BR 101 e BR 376
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Trânsito em Palhoça teve filas de até 30 quilômetros nesta quarta-feira
(foto: divulgação Filipe Scotti )
Tráfego na BR 101 em Palhoça está em uma pista no sentido norte e tem filas de até 30 quilômetros (Foto: Divulgação PRF)
A interdição da BR 101 no trecho do Morro dos Cavalos, em Palhoça, durante três dias, levantou questionamentos sobre o contrato de concessão à Arteris Litoral Sul e os investimentos necessários para evitar bloqueios causados por ocorrências climáticas.
No último ano, o trecho da BR 376, na serra de Guaratuba (PR), sob concessão da empresa, também sofreu com deslizamentos, travando o transporte e isolando o acesso entre Santa Catarina ...
No último ano, o trecho da BR 376, na serra de Guaratuba (PR), sob concessão da empresa, também sofreu com deslizamentos, travando o transporte e isolando o acesso entre Santa Catarina e o Paraná.
A situação no Morro dos Cavalos ainda não está 100% resolvida. Ao menos até esta sexta-feira, o trecho liberado parcialmente na terça-feira vai funcionar em pista simples à noite.
Durante o dia, a rodovia terá duas faixas liberadas no sentido sul (Porto Alegre) e uma na pista no sentido norte (Florianópolis).
O esquema é para os serviços de limpeza, drenagem, recuperação do asfalto e demolição de rochas. Nesta quarta, foi registrada fila de 30 km no sentido norte devido ao afunilamento de pista.
Plano pra diminuir efeitos climáticos
O presidente da Câmara de Transporte de Logística da Fiesc, Egídio Antônio Martorano, analisou a situação da rodovia, os impactos na economia e as soluções. Ele lembrou que a Fiesc propôs, ainda em novembro de 2023, no lançamento da Agenda da Água, um plano de adaptação às mudanças climáticas para logística a fim de reduzir os efeitos dos eventos climáticos severos.
“A sugestão da Fiesc é que esse plano faça uma análise de risco identificando os pontos críticos das rodovias (segmentos como encostas etc), rotas alternativas e plano para emergências. Esta ação deve ser uma iniciativa da concessionária em conjunto com a Defesa Civil, a Polícia Rodoviária Federal [PRF], entre outros entes relacionados ao tema”, explica.
As medidas ajudariam a diminuir os impactos de bloqueios como os no Morro dos Cavalos e na serra da BR 376. Nos dois casos, Martorano destaca que as interdições foram causadas pelas chuvas intensas. No Morro dos Cavalos, a medição foi de 838 milímetros de chuva em 96 horas.
“De acordo com o Climatempo, a chuva prevista para o mês de abril em Palhoça é de 115 mm, ou seja, choveu no local em quatro dias mais de sete vezes a média esperada para o mês inteiro. Da mesma forma na BR 376 – volumes extremos de chuva”, comentou.
Túnel no projeto básico de duplicação nunca saiu
A responsabilidade da recuperação do trecho em Palhoça é da concessionária Arteris Litoral Sul, que toca obras no local no momento. O presidente da câmara de logística da Fiesc, Egídio Martorano, informa que o trecho foi incorporado ao contrato de concessão em 31 de agosto de 2012, quando foi extinta a praça de pedágio de Palhoça.
A solução para a região, segundo explicou, seria a construção do túnel do projeto de duplicação. A obra é considerada a mais adequada, tanto pela segurança aos usuários como pelos danos econômicos que a interdição da BR 101 ocasiona, mas não avançou na concessão.
Na época da duplicação, o governo federal previa dois túneis de 1300 metros, dois viadutos de acesso e proteção das encostas. Martorano comenta que o projeto nunca saiu do papel em função de dificuldades com o licenciamento. A Fiesc defende que a obra precisa ser viabilizada dentro do contrato de concessão.
“Hoje, trafegam cerca de 30 mil veículos por dia (dados da Arteris - 2024). Ele integra um dos mais importantes corredores logísticos do Brasil na orientação norte-sul e é extremamente relevante para a movimentação portuária catarinense e para o turismo. Seu entorno conta com atividades comerciais e industriais intensas”, alerta.
O presidente da Câmara acredita que a proposta do túnel, defendido há tempo pela entidade dentro da agenda de infraestrutura para o estado, voltará a ser discutida. Uma oportunidade seria a negociação da obra no processo de renovação da concessão da Arteris, que tem contrato até 2032.
“Temos reiterado nosso entendimento de que os túneis devem ser uma prioridade absoluta e deverão ser incorporados no processo de extensão da concessão em estudo pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), ou na renovação da concessão, cujo término está previsto para 2032”, completou Martorano.
O DIARINHO questionou a Arteris sobre o projeto do túnel e outras melhorias na rodovia, mas não teve retorno até o fechamento desta matéria.
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