Funcionários da CR construtora e incorporadora, de Itajaí, denunciam irregularidades no pagamento salarial. O caso foi levado à justiça na terça-feira. Os profissionais estariam sem receber o salário de março e de janeiro, e relatam atrasos nos pagamentos de outros meses.
O servente de pedreiro J. C. trabalha com a empreiteira CR há cerca de um ano e alega que nunca recebeu o salário na data certa. “São em média 15 a 20 homens, pais de família. Tem pessoas ...
O servente de pedreiro J. C. trabalha com a empreiteira CR há cerca de um ano e alega que nunca recebeu o salário na data certa. “São em média 15 a 20 homens, pais de família. Tem pessoas que vivem de aluguel, temos contas, pais de família passando dificuldades até pra comer com seu filho. Trabalhamos e precisamos receber”, pontua. “A gente só queria esse dinheiro pra justamente não estar passando por isso com nossos aluguéis, com as nossas contas. Tem gente que não tinha nem mais o que comer”, comenta o pedreiro Émerson Lira, de 50 anos, que trabalha na CR há cinco meses.
Os funcionários da obra acionaram o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Itajaí (Siticon) na última sexta-feira, e se reuniram novamente na terça, em busca de apoio.
Todos os trabalhadores que foram até o Siticon estão recebendo suporte do advogado do sindicato por meio de ações trabalhistas. Isto para que recebam não apenas a folha de pagamento, como todos os benefícios e o valor da rescisão, conforme o caso de cada funcionário.
Edemilson Ambrozio, presidente do Siticon, explica que a responsabilidade do pagamento dos funcionários é das duas empresas. “Se a empreiteira não tiver condições de renda para pagar todos os funcionários, a D6 vai ter que pagar, porque ela é comum responsável”, explica o presidente.
Irregulares
Alguns funcionários da empreiteira não estariam contratados de forma regular. Por conta disso, em uma nova etapa da obra, a D6 não liberou o dinheiro da empreiteira, que por sua vez disse que teria como pagar os funcionários. “Quem sai prejudicado é o trabalhador. O erro da D6 foi não ter exigido a documentação [dos funcionários] no início”, comenta Edemilson.
Halisson Souza, proprietário da D6 Empreendimentos, reitera que a empresa nunca deixou de pagar seus funcionários. Segundo Halisson, o dinheiro que não foi pago foi bloqueado pelo setor jurídico por conta da falta de documentação apresentada pela empreiteira.
“O contrato com o empreiteiro está sendo rescindido. Ele não trabalha mais com a D6. Todos os colaboradores, em conjunto com o sindicato, serão pagos. Esse pagamento será homologado em juízo, para nada mais restar à D6”, afirma Halisson.
A equipe de reportagem do DIARINHO tentou contato com o proprietário da empreiteira CR, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto. O Siticon e a D6 informaram que também não estão conseguindo contato com o proprietário da CR por telefone ou e-mail.