O júri popular do ex-deputado federal João Pizzolatti, que responde por tentativa de homicídio após acidente que vitimou um jovem de 23 anos em 2017, foi marcado pela justiça de Blumenau para 28 de agosto de 2024. A data do julgamento aguardava decisão após o processo ter travado por conta de recursos junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A definição vem após quase sete anos do acidente, ocorrido na rodovia Werner Duwe (SC 421), entre Blumenau e Pomerode. Na ocasião, Pizzolatti bateu o carro que dirigia, uma caminhonete ...
A definição vem após quase sete anos do acidente, ocorrido na rodovia Werner Duwe (SC 421), entre Blumenau e Pomerode. Na ocasião, Pizzolatti bateu o carro que dirigia, uma caminhonete Volvo XC60, contra um Hyundai IX35 e um Fiat Mobi, conduzido por Paulo Marcelo Santos, de 23 anos. O carro do rapaz pegou fogo e ele ficou preso nas ferragens, sofrendo ferimentos graves e queimaduras de 1º, 2º e 3º graus.
A vítima foi internada na UTI do hospital Santa Isabel, em Blumenau, e depois foi transferida para a unidade de queimados em Joinville, onde ficou vários meses hospitalizado e passou por cirurgias. O ex-deputado tinha sinais de embriaguez no momento da batida. Em vídeo gravado por populares na ocasião, Pizzolatti disse que estava bêbado. No processo, consta que ele afirmou ter bebido antes de pegar o carro.
Relatório da Polícia Militar Rodoviária constatou a embriaguez e que o ex-parlamentar estava sem a carteira de motorista. Após o acidente, ele foi levado pelos bombeiros ao hospital Santa Isabel com suspeita de traumatismo craniano. No local, ele recusou atendimento e foi embora. A defesa negou que Pizzolatti tivesse bebido, argumentando que ele estava sob efeito de medicação.
O julgamento em júri popular já tinha sido determinado pela 1ª Vara Criminal de Blumenau, mas recursos no STJ travaram o andamento do caso na primeira instância. O júri vai julgar o crime de tentativa de homicídio doloso qualificado por perigo comum. O ex-deputado também deve responder por crime de trânsito, por dirigir com capacidade psicomotora alterada pela influência de álcool ou outra substância psicoativa.
O processo ainda pode sofrer paralisações e voltar a travar. Isso porque ainda há recursos aguardando julgamento no STJ, entre eles um pedido de suspensão do processo. A defesa do ex-deputado não concorda com a necessidade de júri popular, entendendo ter ocorrido crime de trânsito com lesão corporal culposa e não crime de tentativa de homicídio.
Dois anos após o acidente, Pizzolatti chegou a ser preso preventivamente por descumprir medida cautelar depois de ser flagrado, em Rio dos Cedros, no Vale do Itajaí, dirigindo mesmo com a carteira de habilitação suspensa. Na ocasião, ele alegou que assumiu o volante no lugar da esposa pra que a mulher pudesse cuidar da filha que teria sofrido uma crise asmática na viagem. Meses depois, o STJ concedeu a soltura.