O Ministério Público recorreu do primeiro julgamento porque queria aumentar a pena e pedia a condenação de Paulo por assassinato. No entanto, a defesa dele conseguiu reduzir em dois anos a condenação inicial.
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Em 16 de março de 2023, ele foi condenado a oito anos de prisão pela juíza Anuska Felski da Silva, em regime semiaberto, por participação no assassinato do engenheiro. Nesta quarta, a juíza Alessandra Mayra da Silva de Oliveira condenou Paulo a seis anos em regime semiaberto pelo crime de extorsão.
No julgamento, os jurados entenderam que o homem não pretendia que a vítima fosse morta. “Houve desclassificação do homicídio”, informou o advogado Guilherme Gottardi. O Ministério Público já adiantou que irá novamente recorrer da decisão do júri.
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Dos envolvidos no bárbaro crime, três foram condenados e os três mandantes ainda aguardam decisão da justiça para passar pelo Tribunal do Júri.
O Ministério Público apontou como mandantes Vera Lúcia da Luz, a Verinha, o namorado dela, o empresário Milton Marin Gomes, e o ex-vereador de BC, Moacir Schmidt.
Segundo a denúncia do Ministério Público, Paulo Henrique, a pedido de Celso Machado, o Paulista, contratou Matheus dos Santos Henrique e Paulo Anderson Morais dos Santos para assassinar Sérgio Renato. O valor pago pelo crime seria o de R$ 20 mil. “Paulo Henrique entregou a Matheus uma arma de fogo, e em seguida levou Paulo Anderson à rua Renato Melim Cunha, na Praia Brava, onde morava a vítima”, diz a denúncia do MP.
Já Paulo Anderson e Matheus subcontrataram Guilherme Kurt Habeck, que tinha experiência em condução de motos, e Leandro Ribeiro, o Alemão, que seria exímio atirador, para matar o engenheiro. Como iriam receber R$ 20 mil de Paulo Henrique, os dois ofereceram R$ 2 mil para Guilherme e R$ 5 mil para Alemão.
No dia 22 de fevereiro de 2017, às 18h30, Guilherme e Leandro mataram Sérgio no quintal da casa dele. Além de Paulista, Alemão e Paulo Henrique, outras quatro pessoas ainda serão julgadas.
Ex-vereador é acusado de ser um dos mandantes do crime
Paulista, que também intermediou o assassinato, foi quem entregou à polícia os nomes dos mandantes do crime. Em delação premiada, ele teria contado à justiça que foi contratado por Vera Lúcia da Luz, a Verinha, e pelo namorado dela, o empresário Milton Marin Gomes, e pelo ex-vereador Moacir Schmidt.
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Verinha, além de ré no processo de assassinato, também foi acusada pelo Ministério Público de participação em fraudes em vários projetos de construção civil aprovados em Balneário, inclusive com a falsificação de assinaturas de Sérgio, que foi diretor de projetos da Secretaria de Planejamento de Balneário Camboriú por 16 anos.
A denúncia do MP aponta que Verinha teria mandado matar o engenheiro para que ele não desmascarasse as fraudes em seu nome. O engenheiro descobriu, no final de 2016, que sua assinatura foi falsificada em projetos e vinha apurando o caso após deixar o cargo público em janeiro de 2017.
Verinha, Milton e Moacir já foram denunciados pelo MP, mas ainda aguardam a decisão da magistrada sobre o julgamento em Tribunal do Júri.
Em novembro de 2022, Paulista e Alemão foram condenados pelo crime. Paulista, que foi denunciado pelo MP por ter intermediado o assassinato, foi condenado a três anos, 11 meses e 24 dias de prisão, em regime aberto. Já Alemão, que confessou que atirou e matou Sérgio, cumprirá 14 anos de reclusão em regime fechado. Ele está preso no cadeião da Canhanduba desde 2020.