O projeto da agora chamada Mada Araújo Itajaí Port para a cidade dentro do contrato de arrendamento transitório foi apresentado pelo diretor-executivo da companhia, Marco Antônio de Araújo, em reunião na tarde desta quinta-feira. O empresário listou as obras de preparação do terminal e a reforma do prédio administrativo que estão em andamento, os parceiros, os processos de autorizações e as expectativas pra receber navios.
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O executivo disse que a empresa vem trabalhando há cerca de um mês nas adequações de infraestrutura e nas documentações. Segundo ele, o Plano Básico de Implantação (PBI), que lista os investimentos e melhorias na preparação para as operações, exigido pelo Governo Federal, está finalizado e deve ser entregue até o dia 18, dentro do prazo.
Já o processo de alfandegamento, que permite as operações, segue em trâmite, tocado pela empresa Transbrasa, operadora logística que é parceira da Itajaí Port no arrendamento. Marco informa que as solicitações da Receita Federal estão sendo providenciadas.
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Ficou para maio
Após o alfandegamento ser aprovado pelo órgão, Marco diz que em até 10 dias a empresa já consegue iniciar as operações. A expectativa é que isso ocorra só em maio.
A empresa diz que projeta uma retomada escalonada da movimentação de contêineres, iniciando abaixo do mínimo da proposta apresentada no edital de arrendamento, que é de 44 mil TEUs. “Na hora que a gente atingir 20 mil [TEUs] é sinal que a gente já está preparado para chegar a 30 mil, 40 mil [TEUs]. A gente espera chegar em 40 mil em setembro”, afirma Marco.
Pra início das operações, segundo o executivo, é prevista a abertura de abertura de 100 empregos diretos, além de quase 400 vagas de mão de obra avulsa. Ainda neste mês, a empresa promete iniciar a contratação de funcionários para o setor administrativo. Profissionais que saíram da ex-arrendatária APM Terminals poderão ser chamados, segundo ele.
Negociação com armadores não está garantida
O diretor da arrendatária não citou empresas, mas afirmou que negocia com ao menos quatro armadores. Entre eles, estariam a CMA CGM e a Cosco Shipping, que são linhas que hoje atracam na Portonave.
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Devido às obras de adequação do cais de Navegantes, ao menos uma linha já estaria migrando para o porto de Imbituba no final de fevereiro. Ao DIARINHO, Marco Antônio não falou em nomes, mas diz que as negociações incluem linhas que já atracam no complexo e que querem evitar a migração para Imbituba. Conforme o diretor, os armadores devem assumir o compromisso com Itajaí quando já tiverem a certeza do anúncio do alfandegamento.
As obras no cais da Portonave não paralisaram as atividades do porto vizinho. A Portonave segue tocando as operações em um dos lados, enquanto as obras ocorrem na outra parte do cais. O cronograma das melhorias para receber navios de até 400 metros vai até 2025.
Na parte de infraestrutura do terminal de Itajaí, serviços de reparos básicos são tocados pela empresa. As melhorias envolvem drenagem do pátio, limpeza de galerias, troca de tomadas para contêineres refrigerados e colocação de defensas e cabeços pra atracação dos navios, além de cabeamento de TI.
“A parte mais crítica é essa reforma das defensas e dos cabeços. Se isso não tiver 100%, o navio não atraca aqui porque não pode ter seguro. Esse é o projeto que já está contratado. A princípio, começou com 120 dias, mas conseguimos fechar uma situação de trabalho em 60 a 80 dias, no máximo”, afirmou Marco Antônio.
Segundo ele, os investimentos na preparação do terminal devem somar cerca de R$ 25 milhões, incluindo obras no pátio, sistema operacional, reforma interna e móveis. Todas as ações devem constar no PBI, a ser apresentado ao Ministério dos Portos ainda em fevereiro.
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O diretor da empresa rebateu alegações de que a Mada Araújo não tem condições financeiras ou “lastro” pra garantir as operações no porto de Itajaí. “A resposta quem já tem é o Governo Federal, a Antaq, o Banco do Brasil. Nós passamos na capacidade financeira e agora só é uma questão de adequar números. As obras estão aí”, comenta.
Além da parceria com a Transbrasa, operadora portuária de Santos, Marco destacou que conta com parceiros internacionais e com um quadro com especialistas na movimentação de cargas e logística. Segundo ele, o projeto pra Itajaí não envolveria só o porto, mas também ferrovias, logística e formação de profissionais. “Nós não viemos pra cá para um projeto de dois anos, nem de quatro, mas de 40 anos”, completou.