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A beleza de mudar: por que crescer também machuca?


Crescer não é só conquistar. Às vezes, é perder. É se despedir de versões antigas de si mesmo, abandonar velhos hábitos, questionar verdades que pareciam absolutas. Na psicologia, entendemos que o desenvolvimento pessoal não é um caminho reto nem leve, ele é feito de curvas internas, silêncios incômodos e descobertas que muitas vezes nos doem mais do que nos libertam, ao menos no começo.

Mudar, no fundo, é um processo de crescimento. E crescer machuca. Segundo Jean Piaget, um dos grandes nomes da psicologia do desenvolvimento, o ser humano passa por “conflitos cognitivos” sempre que precisa reorganizar sua forma de ver o mundo. Em outras palavras, é preciso desmontar ideias antigas para abrir espaço para o novo e isso gera desconforto, às vezes ansiedade e outras vezes, medo.

Nosso cérebro também reage à mudança como uma ameaça. A neurociência explica que o sistema límbico, responsável pelas emoções, tende a evitar tudo que foge do previsível. Por isso, muitas ...

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Mudar, no fundo, é um processo de crescimento. E crescer machuca. Segundo Jean Piaget, um dos grandes nomes da psicologia do desenvolvimento, o ser humano passa por “conflitos cognitivos” sempre que precisa reorganizar sua forma de ver o mundo. Em outras palavras, é preciso desmontar ideias antigas para abrir espaço para o novo e isso gera desconforto, às vezes ansiedade e outras vezes, medo.

Nosso cérebro também reage à mudança como uma ameaça. A neurociência explica que o sistema límbico, responsável pelas emoções, tende a evitar tudo que foge do previsível. Por isso, muitas pessoas continuam em situações infelizes — empregos esgotantes, relacionamentos tóxicos, hábitos nocivos — apenas porque o conhecido parece mais seguro que o novo.

Mas, como mostram os estudos sobre neuroplasticidade, o cérebro é moldável. E, mesmo que resista à mudança no início, ele é capaz de criar novos caminhos, novos jeitos de pensar, de agir, de sentir. Só que isso leva tempo. E esforço. É um processo diante dos enfrentamentos.

Quem está mudando muitas vezes se sente “no meio do caminho”: não é mais quem era, mas ainda não sabe exatamente quem está se tornando. É uma sensação confusa, como estar em reforma interna. E como toda obra, há bagunça, barulho, instabilidade.

No consultório, escuto relatos de pessoas que se sentem mal por estarem fazendo o que é certo para si. Essa é uma dor real. Abrir mão de agradar os outros, romper padrões familiares, crenças limitantes, assumir desejos antes engavetados, tudo isso exige coragem e ação. Mas é nessa dor do desconforto que mora a beleza de crescer, de mudar. Pois só quem enfrenta o desconforto da transformação é capaz de alcançar versões mais verdadeiras de si mesmo.

Buscar apoio psicológico pode tornar esse processo mais leve. A escuta acolhedora, o olhar sem julgamento e o autoconhecimento são ferramentas potentes para quem está atravessando uma fase de mudança. Afinal, mudar não é sobre se tornar alguém diferente, mas sobre se despir do que não serve mais e se aproximar de quem você realmente é.

A beleza de mudar não está na perfeição, e sim na entrega. No ato silencioso de continuar, mesmo quando ninguém vê. Crescer dói, sim — mas é uma dor que constrói e edifica. E você vai sobreviver a ela mais forte, mais lúcido e, com o tempo, mais leve, numa nova e melhor versão sua.


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