Moradores do condomínio residencial Vistalegre, no bairro Cordeiros, em Itajaí, voltaram a reclamar do mau cheiro da indústria de farinha de peixe Kenya. A empresa tem sido alvo de reclamações rotineiras, sendo que no ano passado o Instituto Itajaí Sustentável (Inis) recebeu nove denúncias de moradores e o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (Ima) mais 11. A empresa também foi autuada pelo órgão ambiental em março do ano passado e assinou termo de compromisso para instalar filtros nas chaminés.
“Independentemente dos novos equipamentos, o mau cheiro continua. São muitos moradores reclamando porque o fedor é constante. E a administração da empresa sabe disso, porque estou sempre ...
“Independentemente dos novos equipamentos, o mau cheiro continua. São muitos moradores reclamando porque o fedor é constante. E a administração da empresa sabe disso, porque estou sempre em contato com o setor de meio ambiente para informar da situação”, denuncia a síndica do residencial Vistalegre, Irene Sobanski.
O condomínio tem 272 apartamentos e cerca de 850 moradores. “Essa fábrica tem que sair do bairro. Precisa mudar para fora da área urbana, porque não dá pra conviver com esse fedor”, opina a moradora Juliana.
O vizinho Ancelmo diz que, dependendo da ocasião, o mau cheiro chega a causar um mal-estar. “A gente não consegue respirar direito. Dá vontade de vomitar, literalmente”, acrescenta o morador. Enquanto Maria diz que, por mais que os apartamentos sejam limpos, o mau cheiro fica entranhado nos cômodos. “A gente tem que ficar o tempo todo com a casa fechada”, acrescenta.
Irene diz que o condomínio ainda não fez uma denúncia formal contra a fábrica em consideração aos funcionários, que precisam dos seus empregos. “São famílias que dependem de seus empregos para viver, mas a situação está insustentável. Embora eu procure a direção quase diariamente para reclamar, nada muda”, diz a síndica.
Poluição por gases é monitorada
O Ima informa que desde setembro do ano passado, quando foram instalados equipamentos para minimizar a emissão de gases, não foram formalizadas novas denúncias.
“Os monitoramentos da empresa também estão mostrando melhoras, com redução na percepção de odor em todos os pontos monitorados. No entanto, é importante que, constatado odor, seja formalizada a reclamação no Ima, fazendo constar a data e o horário da percepção, pois assim podemos saber se foi uma falha (por exemplo, no dia 25 de janeiro, agora, a empresa comunicou que precisou fazer um reparo no sistema de gases) ou se trata de um problema que exige mudanças no sistema de tratamento”, informa o órgão.
As denúncias para o Ima devem ser feitas sempre na ouvidoria, no site do órgão.
Em nota, a Indústria de Farinha Kenya informa que todas as ações propostas para a melhoria no tratamento dos gases provenientes do processamento de resíduos do pescado foram d implementadas na unidade. “Essas ações foram comunicadas e são criteriosamente acompanhadas pelo órgão ambiental Ima.”
O grupo diz, também, que o aerocondensador, equipamento que promove a condensação de 90% dos gases gerados no processo produtivo, está instalado e operando normalmente desde outubro de 2023. “Após a sua instalação, percebeu-se uma significativa melhoria na percepção de odores pela comunidade, acompanhada diariamente pela empresa por meio da Rede Sentinelas.”
A empresa esclarece que na última semana ocorreram serviços de manutenção e limpeza nos sistemas de exaustão.
A ouvidoria pode ser acessada pelo WhatsApp: (47) 9754-0752.”