Campeão mundial quatro vezes com a seleção brasileira, Mário Jorge Lobo Zagallo foi sepultado na tarde de domingo no Rio de Janeiro. Ele morreu na noite de sexta-feira, aos 92 anos, por falência múltipla de órgãos. Personagem icônico da amarelinha, Zagallo conquistou a Copa do Mundo pelo Brasil em 1958 e 1962 como jogador, em 1970 como treinador e em 1994 como coordenador técnico.
O velório do Velho Lobo, como era conhecido, iniciou na manhã deste domingo no museu da seleção brasileira, na sede da CBF, e foi aberto ao público. O caixão de Zagallo foi colocado ao ...
O velório do Velho Lobo, como era conhecido, iniciou na manhã deste domingo no museu da seleção brasileira, na sede da CBF, e foi aberto ao público. O caixão de Zagallo foi colocado ao lado de uma estátua de cera sua e das cinco taças da Copa do Mundo vencidas pelo Brasil, quatro delas conquistadas por ele.
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Durante o dia, vários ex-jogadores que foram comandados pelo treinador, em especial da seleção de 1994, e personalidades do futebol brasileiro passaram para dar um último adeus a Zagallo, como o técnico da seleção nas duas últimas Copas e atualmente no Flamengo, Tite.
O enterro aconteceu durante a tarde, no cemitério São João Batista, em Botafogo, no Rio de Janeiro. As bandeiras do Brasil, da Conmebol e da Fifa cobriram o caixão durante o cortejo no carro do Corpo de Bombeiros.
A sua morte rendeu homenagens de dezenas de clubes e personalidades do futebol brasileiro, além de repercutir internacionalmente. Presente nas Copas de 1994 e 1998 junto com Zagallo, Ronaldo Nazário foi um dos grandes nomes da história da seleção a publicar um texto em homenagem ao ex-treinador.
“O Velho Lobo é o último dos campeões do mundo de 1958 a nos deixar; o último de uma geração que colocou o Brasil no mapa do futebol; o único tetracampeão mundial. Sorte a nossa que tivemos que engolir essa lenda e aprender com sua paixão pela seleção brasileira o verdadeiro sentido da amarelinha. Sorte a minha que tive a sua direção em campo – sem dúvida alguma, meu melhor técnico – e a sua mentoria para além das quatro linhas – Mario Jorge também foi um pai pra mim”, escreveu nas redes sociais.
O legado de Zagallo será imortalizado no Museu de Futebol de Blumenau. O acervo de Zagallo pertence atualmente ao instituto do diretor de Museus da Univali, Jules Soto, que é o curador do museu que está sendo montado na cidade do Vale do Itajaí, com apoio da prefeitura.
Ícone nacional
Além dos quatro títulos mundiais, Zagallo foi treinador do Brasil em mais duas Copas do Mundo: chegou à fase semifinal de 1974, e levou o Brasil à final em 1998, perdendo para a França, em Paris. Ele ainda integrou a delegação brasileira na Copa do Mundo de 2006.
Conhecido por revolucionar taticamente o futebol brasileiro e mundial, Zagallo será sempre lembrado pelas frases icônicas e pela superstição com o número 13. Entre as mais célebres, está a frase “Vocês vão ter que me engolir!”, dita após a conquista da Copa América em 1997, como treinador da seleção.
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Como jogador Zagallo foi multicampeão por Flamengo e Botafogo entre as décadas de 50 e 60, clubes que também fez sucesso como treinador nas décadas seguintes. No Rio de Janeiro, comandou ainda Vasco e Fluminense.