ITAJAÍ
Detentos da Canhanduba ficaram cinco dias com falta d’água, aponta denúncia
Familiares vão fazer protesto nesta terça e quarta
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Os detentos do Complexo Penitenciário de Itajaí, no bairro Canhanduba, ficaram sem água para tomar banho e limpar as suas necessidades, com apenas duas a três canecas de água por dia para beber, de segunda a sexta-feira da última semana. O caso foi denunciado por familiares dos detentos.
“Eles estão pagando pelos seus erros lá dentro. Não estou querendo defender nenhum e sim os direitos de pessoas. Olha o calorão que está fazendo, se nós que temos água para beber, tomar banho, já não estamos quase aguentando com o calor, imagina eles lá dentro com uma caneca de água de dia e uma à noite”, aponta a irmã de um dos detentos.
O Semasa afirma que em casos de falta de água ou baixa pressão o Canhanduba é abastecido por caminhões-pipa, assim como os hospitais. “Temos um medidor de pressão que nos permite acompanhar em tempo real a situação lá. Racionar água era uma orientação para toda a cidade, mas nós mantivemos o presídio abastecido por caminhão-pipa”, acrescenta a autarquia, através de assessoria.
Em nota, a Secretaria de Administração Prisional disse que mesmo durante o período de escassez hídrica no Vale do Itajaí, o estabelecimento prisional tem recebido regularmente mais de 40 caminhões-pipa desde o dia 18 de novembro a partir de uma parceria direta com o Semasa. “Essa colaboração reforça o fornecimento de água no local, garantindo o pleno atendimento às necessidades dos internos e servidores do complexo prisional”, afirma a nota.
Familiares vão protestar
C., familiar de outro detento, também denunciou ao DIARINHO a situação crítica com a falta de água. No entanto, ressalta que a negligência com os presos vai além da falta de abastecimento.
“A unidade que se diz ser modelo no estado não tem uma estrutura para suprir esse tipo de situação, onde os internos que já estão vivendo em 12 pessoas dentro de uma cela que é adaptada pra oito. Estão em uma situação desumana, que não corresponde com os direitos constituídos pela lei. Queremos incentivar as famílias a denunciarem, para fazermos algum movimento pacífico para apoiar os internos que hoje estão passando por esse momento crítico. Precisamos do apoio de todas as famílias”, pontua a mulher.
As denúncias dos familiares resultaram na organização de um protesto pacífico, pedindo pela garantia dos direitos dos presidiários. A manifestação será na terça e na quarta-feira, às 9h, na estrada geral da Canhanduba.
“Estaremos reunidos com advogado dos direitos humanos, advogado de familiares, queremos chamar atenção e pedir ajuda por nossos familiares, que se encontram em situações críticas, relacionadas à higiene, alimentação, regimes. Não estamos pedindo para soltar eles ou diminuir a condenação, nada disso, só queremos melhorias que são direito deles”, acrescenta o familiar de outro detento.