Esperança de cura

Clínica oncológica é referência em tratamentos de câncer com metástase

Centro de pesquisa está recrutando pacientes para participarem de 14 estudos para novos medicamentos que combatem câncer de pulmão, mama, pele e próstata

Tratamento intravenoso é indolor (Foto: divulgação Neoplasia Litoral)
Tratamento intravenoso é indolor (Foto: divulgação Neoplasia Litoral)
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Por Renata Rosa
Especial para o DIARINHO

Em meados de 2022, Regina Lorenz, 82 anos, viu em sua perna uma ferida que não cicatrizava. Ela não imaginava que pudesse ser coisa séria, mas aí surgiu uma pinta preta ao lado e o danado começou a doer, então a família a levou ao médico. O diagnóstico assustou: melanoma, um tipo de câncer de pele agressivo com poucas possibilidades de tratamento em Indaial.

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Primeiro eles foram para Blumenau, onde Regina foi tratada por um médico oncologista, mas depois de uma experiência mal sucedida, ela começou a receber um tratamento avaliado em R$ 44 mil, sem custos, na clínica Neoplasia Litoral de Itajaí.

A nora Úrsula conta que em Blumenau foi realizada uma limpeza no local, que acabou piorando a situação, já que era um câncer invasivo, e se espalhou na forma de pústulas dolorosas.

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“O médico de Blumenau disse que não tinha mais o que fazer. Mas como não tem o que fazer?! Confiamos nele e agora vai deixá-la assim? Nem nos recomendou outro médico, nada”, relembra Úrsula, com lágrimas nos olhos.

Determinada a não desistir de Regina, a nora foi atrás de uma segunda opinião e ouviu de uma médica que em Itajaí havia um centro de pesquisa oncológica que estava testando novos tratamentos para câncer avançado. Seis meses após o início do tratamento, as mudanças já são bem significativas.

As pintas que iam do tornozelo até o joelho, hoje estão agrupadas na parte inferior da perna. E as dores também reduziram bastante, tanto que Regina nem toma analgésicos.

“Eu não andava, não podia fazer nada. Graças ao tratamento já consigo tomar banho sozinha, me vestir sozinha, voltei a comer e até rego as flores”, comemora.

Centro de pesquisa

Quem trata Regina é o médico oncologista Giuliano Borges, 47. Ele coordena o centro de pesquisa que tem hoje 14 estudos clínicos de medicamentos, que estão sendo testados simultaneamente em várias cidades do mundo.

O custo é patrocinado por fabricantes como a Regeneron (EUA), Roche e Novartis (Suíça), Astrazeneca (Reino Unido) e Daiichi Sankyo (Japão). Grupos colaborativos como a LACOG (Latin American Cooperative Oncology Group) também ajudam a custear o tratamento, que envolve exames laboratoriais periódicos de monitoramento para avaliar a remissão da doença.

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Medicamentos não estão disponíveis na rede pública

Os medicamentos ministrados em estudos clínicos levam até cinco anos para a aprovação final por órgãos regulatórios, como a Anvisa, e até lá, não estão disponíveis na rede pública de saúde. A boa notícia é que pacientes que sofrem de vários tipos de câncer podem ter acesso ao tratamento em Itajaí, inclusive com metástase, quando o câncer se espalhou. Mas para conseguir uma vaga o paciente precisa se enquadrar em alguns critérios para que o medicamento tenha eficácia, além de ser maior de 12 anos.

“Os pacientes com câncer metastático respondem melhor ao tratamento quando não iniciaram a quimioterapia, também é preciso fazer exames clínicos para saber se o seu perfil genético é compatível com a atuação do medicamento, que reconhece as células cancerosas e bloqueia a proteína”, explica o médico. A presença ou ausência de certas proteínas são indicativas de um tipo específico de câncer e ajudam os médicos a confirmar o diagnóstico.

No caso da imunoterapia, utilizada no tratamento de dona Regina, ela recebe o medicamento através de injeções ou no cateter, a cada três semanas. Além disso, ela faz exames laboratoriais periódicos para monitorar a resposta das células cancerosas à terapia. E o resultado tem sido tão animador que Giuliano acredita estar diante de um tratamento que pode revolucionar o tratamento do melanoma, o tipo mais agressivo de câncer de pele.

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“A resposta ao tratamento é impressionante. A cada vídeo que a Úrsula envia de como a perna desinchou, as feridas fecharam e a doença recrudesceu, mais acredito que mais pacientes como ela possam se beneficiar do estudo clínico”, afirmou. Segundo Giuliano, há mais de mil vagas abertas em várias cidades do mundo para este tratamento, e como é muito caro, só está disponível em centros de pesquisa, como o de Itajaí.

Por lá já foram testados mais de 100 protocolos desde 2007 e um remédios que acabou sendo testado e aprovado foi o Trastuzmabe, fabricado no Japão, para tratar cânceres de mama e gástrico avançados.

Atualmente, estão abertos no centro de pesquisa 14 protocolos, sendo quatro para câncer de mama, dois para câncer de pele, dois para câncer de pulmão, um para câncer ginecológico, um para próstata, dois de câncer colorretal, um de pâncreas e um de câncer renal. Todos são para casos graves, que já não respondem aos tratamentos convencionais, e tem vaga sobrando.

 

Andreia vive há seis anos com metástase  graças ao tratamento

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A costureira Andreia Dias, 44 anos, viu a vida virar de ponta cabeça seis meses depois do nascimento da filha, quando recebeu o diagnóstico de câncer de mama. A moradora de Canelinha tinha 38 anos na época e ficou surpresa porque ainda não tinha começado a fazer os exames de prevenção, como a mamografia, recomendada a partir dos 40.  Ela até sentiu o nódulo no seio, mas nem passou pela cabeça que pudesse ser câncer, já que não havia casos na família.

“Como eu estava amamentando e o leite secou de repente, achei que estava empedrado, tanto que até voltei a trabalhar, não sentia nada”, conta. Então, sua chefe recomendou que ela fosse ao ginecologista para analisar a natureza daquele caroço. O ultrassom revelou um tumor maligno tão grande que precisaria tomar um medicamento para reduzir o tamanho antes da cirurgia, mas não deu tempo. Logo no terceiro exame de rastreio apontou que o câncer do tipo HER 2 tinha ido para a axila e o pulmão, o que inviabilizou a cirurgia.

Como não havia possibilidade de tratamento em sua cidade, foi através de pesquisa na internet que seu marido descobriu um centro de pesquisa em Itajaí que tratava pacientes com câncer metastático. Mas antes de aderir ao estudo clínico, Andreia consultou a ginecologista. “Diante dos meus exames ela me disse para não pensar duas vezes. Foi a melhor coisa que eu fiz. Eu não imaginava que pudesse viver com câncer sem tirar o tumor”, relembra.

Desde então, Andreia vem a Itajaí receber sua dose de Trastuzmabe deruxtecan (anticorpo + quimio) a cada 30 dias. E a cada seis semanas ela precisa fazer uma bateria de exames com ressonância magnética e tomografia para o médico analisar a evolução do tratamento e se o câncer continua regredindo. O único efeito colateral que apresentou foi náusea na primeira aplicação. “Hoje não aparece mais nenhuma célula cancerosa nos meus exames, levo uma vida normal, acompanho o crescimento de minha filha, é uma bênção”, avalia.

 

SERVIÇO

Catarina Pesquisa
Clínica - Neoplasia Litoral:
(47)98432.0028

ENDEREÇO: Rua Aderbal Ramos da Silva, 148, Centro, Itajaí/SC

E-mail: luisa@catarinapesquisa.com.br




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