Escola de Itajaí cria cooperativa de crédito com agência e moeda próprias
Projeto de educação financeira dispõe de conta corrente, loja de produtos e até “salário” para a criançada
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Projeto de educação financeira tem conta corrente, loja de produtos e até “salário” (Foto: João Batista)
Cédulas têm medidas “antifraude”, como assinatura do professor e carimbo da escola
(foto: João Batista)
É de Itajaí a primeira Cooperativa de Crédito Escolar do Brasil. A Aníbal Cred tem um posto de atendimento dentro da Escola Básica Aníbal César, no bairro São Vicente. O local está em pleno funcionamento há cerca de um mês e atende todos os 1500 alunos do colégio. Eles podem fazer depósitos, saques e consultar saldos por meio dos cartões da conta da cooperativa.
A agência usa notas próprias, que vão de 1 até 50 “aníbals”, na moeda da cooperativa, que têm animais da região estampados no verso, como a capivara, a tainha e a sardinha. As cédulas ...
A agência usa notas próprias, que vão de 1 até 50 “aníbals”, na moeda da cooperativa, que têm animais da região estampados no verso, como a capivara, a tainha e a sardinha. As cédulas têm medidas “antifraude”, como assinatura do professor e carimbo da escola.
Os valores são arrecadados pelos estudantes cooperados conforme o desempenho escolar. Os “aníbals” são depositados nas contas correntes, identificadas pelo número da matrícula de cada estudante.
Com os créditos acumulados, os alunos podem ter a experiência real de consumir produtos que estão ofertados na loja física da cooperativa, que funciona junto à agência Aníbal Cred. As opções reúnem itens doados por empresas parceiras do projeto. Tanto os produtos como as empresas também podem ser conferidos pelo site , a loja on-line voltada para os alunos da escola.
As opções reúnem itens doados por empresas parceiras do projeto. Tanto os produtos como as empresas também podem ser conferidos pelo site Capivarashop, a loja on-line voltada para os alunos da escola. “Por meio desse projeto, a gente consegue trabalhar a educação financeira aliada aos indicadores de sucesso. Os estudantes acumulam Aníbals ao longo do trimestre, não apenas com base nas notas que obtêm nas avaliações, mas também por meio de uma pontuação conhecida como nota processual, que avalia critérios como pontualidade, assiduidade, participação, engajamento e disciplina”, explica a diretora da escola e “presidente” do Banco Central Estudantil, Elenice Furtado.
A cooperativa conta com oito funcionários. São alunos que se revezam no contraturno escolar durante a semana pra realizar os atendimentos. Cada atendente recebe 40 aníbals de salário e segue uma escala das 9h30 às 11h30 e das 13h15 às 15h. “Esses alunos acabam tendo um contato ainda maior com a educação financeira e aprendem, na prática, questões sobre finanças e responsabilidade monetária”, destaca o professor de matemática e de educação financeira, Romero Avelino Marcos.
Projeto movimenta alunos, escola e empresas
O projeto vem sendo elaborado desde o início do ano. O professor Romero Avelino Marcos buscou parcerias para viabilizar a agência, com contrapartidas para os alunos, parceiros e a escola.
O próximo passo é ofertar para os alunos que atendem na cooperativa uma formação profissional sobre atendimento e abordagem, por meio de parceria com uma cooperativa da cidade.
“Queremos passar para os nossos alunos a importância de estar lidando com essas questões financeiras. E aí entra uma série de fatores. São várias situações que a gente está trabalhando e está tendo um retorno muito positivo”, comenta.
Os estudantes estão curtindo a novidade, fazendo o cartão da cooperativa e acumulando os aníbals pra trocar por produtos.
Miguel Bassotto, de 11 anos, do Rio Grande do Sul, está há um mês na escola e já virou cooperado. “Até agora ganhei cinco aníbals – dois por usar o uniforme completo, dois por ter tirado primeiro lugar na prova de matemática e também um por boas-vindas. Nunca tinha visto isso lá na minha cidade. Achei bem interessante”, comentou.
Funcionárias
A estudante Larissa Pinheiro Furtado é uma das funcionárias da Aníbal Cred e tem 91 aníbals na conta, 40 do salário na cooperativa e o restante devido ao desempenho na escola. “Estou vendo aqui na nossa loja que tem um relógio digital que custa 100 aníbals. Daqui a pouco já vou poder comprar e sair por aí desfilando e mostrando aquilo que conquistei com meu trabalho e dedicação na escola”, disse Larissa.
Também atendente da agência, Eran Ribeiro dos Santos, de 14 anos, estudante do 8º ano, tem na conta 106 aníbals. Ele está economizando pra comprar um dos produtos da loja.
Enquanto isso, tem tido muito trabalho no atendimento de clientes como a Anna Luiza Gonçalves, de 12, que buscam a agência pra fazer depósitos.
“Tanto nós quanto eles estamos aprendendo a como mexer com o dinheiro, saber o momento de gastar e de economizar”, ressaltou.
Materiais são doados por parceiros
Todos os produtos na loja virtual são ofertados por lojas parceiras do projeto que participaram com a doação de mercadorias. O projeto conta com cerca de 20 empresas do comércio local, como papelarias, óticas, lojas de esportes, de eletrônicos e farmácias, que abraçaram a ideia da escola.
Os itens disponíveis incluem carregadores e acessórios de celular, produtos de informática, cosméticos, brinquedos e materiais escolares. Eles podem ser adquiridos na loja física, junto da agência montada em uma das salas do colégio.
O projeto também pretende estimular a economia na região da escola. Há parceiros que dão até 15% de desconto aos alunos que apresentarem o cartão da cooperativa junto com um documento com foto. “Esse é um trabalho inédito e bastante inovador, porque prepara os alunos para enfrentar os desafios financeiros do mundo real, capacitando-os a tomar decisões responsáveis e a entender o valor do dinheiro”, completou a diretora da escola, Elenice Furtado.
muito show, deveríamos ter educação financeira já na escola a partir dos 10 ou 12 anos, creio que teríamos uma sociedade bem melhor na saúde em seus diversos aspectos.
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