Navegantes

Família denuncia descaso com saúde de criança em Navegantes

Secretaria não oferece o transporte adequado e menino fica sem acompanhamento; prefeitura promete resolver o problema

Francisca é cearense e reside há 10 anos em Navegantes. Ela cria o neto depois que a mãe, de 28 anos, morreu por complicações no parto. (Foto: Divulgação)
Francisca é cearense e reside há 10 anos em Navegantes. Ela cria o neto depois que a mãe, de 28 anos, morreu por complicações no parto. (Foto: Divulgação)
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Um garotinho de apenas 18 meses necessita de sessões de fisioterapia e fonoaudiologia para respirar naturalmente e não está recebendo o tratamento de forma regular pela falta de transporte fornecido pela Secretaria de Saúde de Navegantes.

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A avó, Francisca Maria Ferreira, de 48 anos, procurou o DIARINHO para denunciar o descaso com a criança, que depende desse tratamento para poder fazer cirurgias reparadoras das vias aéreas ...

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A avó, Francisca Maria Ferreira, de 48 anos, procurou o DIARINHO para denunciar o descaso com a criança, que depende desse tratamento para poder fazer cirurgias reparadoras das vias aéreas superiores em Florianópolis. O secretário de Saúde de Navegantes, Pablo Sebastian Velho, teve conhecimento da denúncia pela reportagem do DIARINHO no final da tarde de sexta-feira e acionou o setor de transporte da secretaria para apurar e resolver o problema.

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C.B.N.F. perdeu sua mãe por complicações no parto e é criado pela avó materna no bairro Nossa Senhora das Graças. Com pouco mais de um mês de idade a criança teve uma séria bronquiolite, acompanhada de pneumonia, que comprometeu as vias aéreas superiores. Desde então o menino usa uma traqueostomia para respirar, recebe alimentação por sonda e se prepara para fazer a reconstituição das vias aéreas com sessões de fisioterapia e fonoaudiologia.

“[O menino] recebe todo o acompanhamento no Hospital Infantil Pequeno Anjo e é muito bem atendido, assim como nas clínicas de fisioterapia e fonoaudiologia da Univali. Só que ele tem perdido muitas sessões porque a Secretaria de Saúde, que teria que fazer o transporte, não garante uma regularidade”, conta Francisca. Ela é viúva, cria dois netos e sobrevive com dificuldades financeiras. “Não tenho condições de gastar com despesas de táxi ou Uber”, acrescenta.

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Donielson “Donni” Santiago Corrêa é companheiro do tio da criança e acrescenta que vem tentando conversar com o secretário, mas conta que não é recebido. Donni diz que é perseguido porque denunciou problemas da administração e acusa o secretário de racista e xenófobo, porque a família é nordestina, formada por descendentes de negros e índios e é pobre.

Sem discriminação

Pablo nega ter sido procurado por Donni e refuta qualquer ato discriminatório. “Estamos aqui para atender a população e é inadmissível que uma criança ou qualquer outro usuário tenha um tratamento comprometido por falhas no nosso sistema de transporte. Já acionei o setor responsável para corrigirmos imediatamente todo e qualquer problema que venha ocorrendo”, garantiu.

O secretário explica que o transporte de pacientes do SUS em Navegantes é feito por ambulâncias do Samu nos casos de emergência e os casos de transporte eletivo são feitos por veículos da secretaria ou carros de aplicativo, com agendamento prévio, e coordenados pelo setor de regulação da pasta.

 

Paciente acusa descaso do hospital de Navegantes

Donielson é ativista cultural e acusa a administração de Navegantes de racista, preconceituosa e xenófoba

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Donielson Santiago Corrêa relata que já houve outros casos de negligência na família. Ele conta que sofreu um acidente de bike em 2021 e desde então vem tendo problemas para ser atendido no Hospital Nossa Senhora de Navegantes. Embora a gestão da instituição seja feita pela Rede de Beneficência Cristã, a unidade é vinculada ao município. “O último episódio aconteceu em 31 de agosto, quando precisei ser atendido na emergência por uma inflamação no nervo ciático, decorrente de duas hérnias de disco que adquiri com o acidente, que já na época não foram tratadas adequadamente”, relata.

Segundo Donni, ele conseguiu que um conhecido o levasse até o hospital depois de tentar inúmeras vezes acionar uma ambulância do Samu durante três dias. “Chegando lá eu fui colocado deitado sobre um banco de madeira da recepção pelas pessoas que me levaram e lá permaneci por mais de três horas. Não conseguia me locomover devido à dor que sentia, implorava ajuda e era totalmente ignorado pelos servidores do local.”

Francisca também credita a morte de sua filha Juliana, mãe do garotinho C.B.N.F., à negligência por parte do corpo clínico da instituição. “O menino demorou muito para nascer e após o parto ela teve muita hemorragia. Ela só recebeu sangue três dias depois, em Itajaí”, conta a mãe. “Se tivessem nos relatado a necessidade da transfusão e a falta de sangue no hospital teríamos buscado doadores”, acrescenta Donni.

O parto ocorreu em 12 de abril do ano passado e Juliana faleceu seis dias depois, no hospital Marieta. As causas da morte que constam em seu atestado de óbito são disfunção de múltiplos órgãos e sistemas. “O descaso dos servidores e médicos do hospital de Navegantes aumenta muito quando o paciente é nordestino, negro e pobre”, arremata Donni.

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Hospital diz que atendeu paciente

A direção do hospital garante que o paciente foi atendido todas as vezes que procurou a emergência e confirma que Donielson foi atendido em 31 de agosto. No entanto, não informou quanto tempo ele precisou aguardar pelo atendimento.

O hospital não se manifestou com relação ao caso de Juliana. Já a diretora-geral do Hemosc, Patricia Carsten, explica que, caso a família queira doar sangue para um determinado paciente, isso tem que ser feito por meio do Hemosc, que fornece sangue para todas as unidades hospitalares de Santa Catarina.

No momento, todos os hospitais da região são atendidos pelos hemocentros de Blumenau e de Florianópolis. A doação de sangue pode ser feita nessas cidades. Também é possível doar por meio de coleta externa, quando a unidade móvel do Hemosc vai às cidades da região para campanhas de doação.

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