A Justiça Federal de Santa Catarina condenou o fotógrafo J.A.M. a 14 anos e 10 meses de prisão por crimes sexuais. A condenação saiu no dia 14 de agosto, mas como o caso corre em segredo de justiça só veio à tona nesta semana. O fotógrafo induzia as modelos a trocarem de roupa em seu carro e em seu estúdio fotográfico, onde haveria espelhos e câmeras posicionados para registrá-las nuas.
J. foi condenado a 10 anos, 4 meses e 25 dias de prisão por estupro de vulnerável, 3 anos e cinco dias de reclusão por violação sexual e por assédio sexual ele foi condenado a 1 ano, ...
J. foi condenado a 10 anos, 4 meses e 25 dias de prisão por estupro de vulnerável, 3 anos e cinco dias de reclusão por violação sexual e por assédio sexual ele foi condenado a 1 ano, 4 meses e 29 dias de detenção.
Além dos crimes sexuais, ele ainda responde processos por produção, publicação, comercialização de material erótico de criança e adolescentes.
No dia 28 de abril do ano passado, ele foi preso pela Polícia Federal em seu apartamento, acusado de fazer parte de uma organização criminosa que atuava na produção, disponibilização e comercialização de fotos e vídeos de menores, principalmente brasileiras, direcionadas à pedofilia na internet. O fotógrafo foi solto um mês após a prisão para responder em liberdade. Como a defesa de J. já recorreu da condenação, ele vai responder em liberdade.
J. foi um dos alvos da Operação Abusou, que cumpriu 10 ordens de busca e apreensão, e fez o sequestro e bloqueio de bens. As ordens foram cumpridas em Balneário, além de Santana do Parnaíba (SP) e nas capitais dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.
A PF bateu no apartamento de outro fotógrafo de BC. Esse segundo investigado seria o dono do site onde eram disponibilizadas as fotos das crianças.
O bando disponibilizou mais de 200 mil fotos de menores para sites estrangeiros. Segundo os policiais, a venda das imagens aconteceu durante muitos anos. Os criminosos sediam as fotos e recebiam pagamentos através de cartões de crédito, transferências internacionais e, mais recentemente, também por criptomoedas.
Dezenas de vítimas
Segundo a PF, desde o ano de 2001 as meninas eram filmadas e fotografadas com roupas de banho e sem peças íntimas, sob a promessa de que o material seria usado pra agenciamento de modelos em trabalhos de moda e publicidade. O argumento de J. era de que as fotos seriam exigências das empresas.
Só que as imagens eram vendidas na deepweb (uma rede de internet clandestina), por meio de sites controlados pela quadrilha, em países como a República Tcheca, EUA e Rússia. As imagens ainda eram compartilhadas com indivíduos interessados no abuso sexual infantil e que queriam o contato das crianças.
Mais de 120 menores brasileiros, com idades entre 4 e 18 anos, foram identificadas no banco de imagens. Dez pessoas foram investigadas por organização criminosa, violação sexual mediante fraude, importunação sexual, assédio, registro não autorizado da intimidade sexual, disponibilização de material pornográfico e estupro.