Matérias | Entrevistão


Juliano Custódio

"Banqueiro não ostenta, gestor de investimentos não ostenta”

CEO da EQI Investimentos

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

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Ao falar de investimento no sul do Brasil é impossível não se chegar ao nome da EQI Investimentos. A empresa com sede no litoral catarinense ganhou ainda mais notoriedade no mês passado, ao receber autorização do Banco Central para se tornar uma corretora independente. A EQI já dispõe de banco digital e aplicativo para investimentos. Por trás do sucesso da EQI, está o seu CEO Juliano Custódio, que iniciou no mundo dos investimentos através da corretora do Banrisul. Ele virou representante da XP em Santa Catarina e atualmente tem sociedade com o banco BTG. Se hoje Juliano colhe os frutos do trabalho iniciado há mais de duas décadas, ele não esquece de como tudo começou e reconhece que  ganhou notoriedade no mercado financeiro através do blog “Eu Quero Investir”. A  simplicidade com que explicava conceitos complexos e a disciplina que se impôs para ampliar seu público fizeram com que Juliano, aos poucos, se tornasse referência no setor e conquistasse os primeiros clientes. Nesta entrevista à jornalista Franciele Marcon, Juliano relembrou o início, falou sobre a atual estrutura da EQI, e deu dicas para os brasileiros investirem e prepararem a aposentadoria, mas sem cair em falsas promessas ou vítimas da famosas “pirâmides financeiras”.


 

 

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A entrevista, em áudio e vídeo, você confere no Portal DIARINHO.net e nas redes sociais. As imagens são de Fabrício Pitella.


DIARINHO – Como um funcionário de carreira do Banrisul, formado em Engenharia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, se transformou em proprietário da primeira corretora de valores de SC, com autorização do Banco Central para trabalhar com assessoria de investimentos?

Juliano: A empresa foi fundada em Balneário Camboriú, mas a gente se instalou em Itajaí agora. Eu costumo dizer que nem nos meus sonhos mais malucos de infância eu teria ideia de que a gente iria conseguir fazer. É uma perseguição de longo prazo. Hoje eu falo muito com a molecada que trabalha comigo, que as mídias sociais são muito legais para muita coisa, mas elas estão gerando uma ansiedade muito grande. Porque eles querem ser o Juliano em dois, três anos. Não vai acontecer. Eu só consegui fazer o que eu fiz em 20 tantos anos trabalhando exatamente na mesma coisa. A mesma coisa todos os dias, tentando ser um pouquinho melhor durante os últimos 22 anos. É uma construção de longo prazo. Fora alguns caras raros, digo, os “Romários”, que o cara em pouco tempo faz alguma coisa grandiosa. A maior parte é meio Cafu, que todos os dias faz a mesma coisa, correndo na lateral direita e cruzando na área. Todos os dias fazendo a mesma coisa, tudo igualzinho, com muita intensidade. Eu não sou o Romário, eu consegui fazer todos os dias a mesma coisa, com mais intensidade. E a base sempre foi educar as pessoas. [O senhor tinha uma carreira estável como servidor público. Decidiu arriscar na iniciativa privada?] Exatamente, eu decidi arriscar. Um dia eu fui consertar o computador da presidente da corretora do Banrisul, e ela me perguntou se eu não queria trabalhar na corretora do banco. Fui. Só que estudando eu vi que eu era uma pessoa que queria fazer muita coisa. E um banco público, grande, você tem todos os “stepszinhos” para crescer na vida e realmente demora muito. Eu descobri que eu poderia tirar dois anos de licença não remunerada. Pensei “vou ver como é o mundo lá fora”, longe do banco público, porque eu entrei no banco com 18 anos de idade - foi a minha primeira experiência de trabalho. Queria ver como era a iniciativa privada. E deu certo. Fui trabalhar na Ambev, depois fui trabalhar na corretora que eu trabalhava antes, que era a XP. Da XP eu saí para virar representante deles. Montei a representação aqui em Balneário Camboriú em 2008.


DIARINHO – O escritório da EQI Investimentos nasceu em Balneário Camboriú e hoje está na Brava. Como surgiu a ideia de montar a EQI no litoral catarinense?

Juliano: Porque eu era porto-alegrense. De Porto Alegre, a empresa que eu trabalhava me mandou para Joinville. A minha família é catarinense, é de Rio do Sul. O meu avô saiu de Rio do Sul porque ele era da Aeronáutica e foi parar em Canoas (RS). Mas a família toda é de Rio do Sul. A gente visitava o litoral catarinense todos os anos. No inverno, íamos para Rio do Sul. No verão, para Piçarras. Quando a empresa me mandou para pilotar o negócio em Joinville, eu passei dois anos e meio. Eles queriam me mandar para outro lugar. Eu disse: “não, eu vou ficar em Santa Catarina”. Um dos lugares no estado onde ainda não tinha um escritório de investimentos era justamente aqui. Essa trinca de cidades: Brusque, Itajaí e Balneário são a mesma cidade. As três juntas têm uma potência econômico muito forte. Essa região eu resolvi botar o pé. Eu escolhi Balneário pela questão da qualidade de vida, por causa da praia, instalei a empresa  em 2008.

DIARINHO  - O senhor sempre se destacou pela facilidade de explicar às pessoas comuns como funciona o mercado financeiro. Pode explicar isso melhor pros nossos leitores?

Juliano: Eu acho que durante muitos anos, décadas, na verdade, os grandes bancos ficaram com o monopólio da informação. Eles descobriram muito antes de qualquer um que informação é poder. Enquanto só eles entendiam, quem dava as cartas eram eles. Quando a gente começou a empoderar a população a entender o que eles sabiam, as pessoas começam a fazer as escolhas. A gente entrega a possibilidade das pessoas terem escolhas. Elas não ficam reféns. Antigamente, só o gerente de banco entendia das coisas. Ele não gerava o melhor para as pessoas. Gerava o melhor para o banco. Pra quem pagava o salário dele. A gente entrou em 2013 com essa proposta de montar um blog, começar a educar as pessoas e entregar informação para elas. Se elas iam investir comigo, lá no banco, não tem problema. Mas, graças a Deus, muitas pessoas disseram “ah, já que tu tá me ensinando aqui, já que tu fez esse favor de me ensinar, eu gostaria que tu continuasse me ajudando”. E esse foi o embrião da nossa empresa.

 


Aqui na nossa região nós temos o paraíso das pirâmides financeiras”

 

DIARINHO – O senhor criou o portal EuQueroInvestir e lá qualquer pessoa pode escolher seus investimentos. Investir na bolsa é coisa só pra quem tem muito dinheiro sobrando?

Juliano: Se a pessoa tiver capacidade de poupar R$ 100 por mês, já pode ser nosso cliente. Para investidores que têm até R$ 50 mil tem o autoatendimento e atendimento via chat e via pool. Ou seja, a pessoa liga para um número, ela não sabe bem quem vai atender naquele momento. A partir de R$ 50 mil a gente consegue ter um assessor de investimentos exclusivo. Investir não é coisa só para gente rica. Tem que começar a investir cedo. Se a gente consegue, no nosso primeiro emprego, já começar a poupar qualquer dinheiro, R$ 50, R$ 100, você vai garantir uma aposentadoria muito melhor. Imagina hoje você se aposentar pelo INSS com R$ 2 mil de salário, R$ 3 mil de salário. Tem muitas pessoas que, conforme a doença, R$ 2 mil não pagam nem os remédios. É começar cedo, guardando R$ 50 por mês, ou fazer um plano de previdência privada. Todo mundo fala muito mal de previdência, mas boas previdências são boas.

DIARINHO –No Brasil, os juros estão altos. Como o investidor comum pode avaliar se é melhor investir na poupança, na bolsa de valores, em CDB, fundos de investimento ou ainda em moedas estrangeiras e ouro?


Juliano: O Brasil é o paraíso dos investidores. Não tem melhor lugar para se investir do que no Brasil. E é uma pena que o mundo inteiro se aproveita dos nossos juros altos e nós, brasileiros, a maior parte, não vem aproveitando. Por que que o americano compra tanto? Porque ele não tem muito incentivo para investir. O juro lá é de 3% ao ano. A gente tem juros de 12, 13, 14% ao ano. Aqui a gente não tem que comprar nada. A gente tem que investir. É muito mais fácil se aposentar. As pessoas pensam: “pô, mas você é maluco, é muito mais fácil se aposentar nos Estados Unidos.” Não, lá é muito mais difícil, os juros são muito baixos. A gente tem que investir no Brasil. Eu costumo dizer que o Brasil nunca vai ser um país de primeiro mundo, mas nunca vai ser um país pobre também. A gente sempre fica ali... Quando vai dar certo, os hospedeiros do Brasil vão lá e sugam a nossa economia. Quando a gente vai morrer, os nossos hospedeiros dizem: “olha, a gente tá sugando demais, vamos deixar dar uma engordadinha”. O Brasil fica engordando e emagrecendo, engordando e emagrecendo. [Quem são os hospedeiros?] Toda uma grande classe política que é hospedeira do Brasil. Pelo menos a nossa turma aqui é mais inteligente do que alguns países da América Latina que os caras sugam até matar. Aqui eles não sugam até matar. Não estou dizendo que é toda classe política. A gente tem políticos muito bons no Brasil. Mas o que acontece é que toda vez que a gente tem inflação, e a inflação normalmente acontece porque o governo gasta mais do que arrecada, a gente tem que subir os juros. É o problema de gastar mais do que arrecada.

DIARINHO - Os youtubers que atuam como coachs financeiros viraram moda. Como as pessoas comuns podem se aproveitar deste conteúdo?

Juliano: Eu acho que o YouTube é um grande serviço para as pessoas. Antigamente você pagava para ter curso de investimentos. As pessoas continuam pagando, agora o segredo é filtrar bem. Não pode acreditar em proposta milagrosa. Toda vez que alguém diz que ganha muito mais que 1,5% ao mês de rendimenti, é mentira. “Ah, não, mas a pessoa ganhou com Bolsa”. Ok, pode ser que ganhe mais do que isso com a Bolsa. Mas não é para sempre. É durante alguns períodos da história. E corre-se o risco de perder o dinheiro. Toda vez que alguém disser “tenho um investimento aqui que é garantido 2% ao mês, 3% ao mês, 4% ao mês”. É mentira!  E provavelmente se trata de uma pirâmide. Na nossa região nós temos o paraíso das pirâmides financeiras. Tome muito cuidado com propostas de “rentabilidade garantida”. Passou de 2% garantido, 95% de chance que é pirâmide.

DIARINHO - Noticiamos muitos casos de golpes financeiros de falsos corretores da bolsa. As pirâmides financeiras já causaram prejuízos milionários. Como o investidor comum pode ter certeza que está investindo seu capital em empresas sérias e não em golpistas?

Juliano: Banqueiro, banqueiro como eu, dificilmente vocês vão ver com uma Ferrari com adesivo do nome da empresa. Se tiver, isso é piramideiro na certa. Relógio de ouro, pulseira de ouro, colar de ouro, ostentação... Banqueiro não ostenta, gestor de investimentos não ostenta. Ostentou para tentar dar sinais de riqueza para você, grande chance de ser um piramideiro. São promessas. Se você tiver promessa de vantagem para trazer novas pessoas, também, provavelmente é uma pirâmide. Promessa, ostentação e pagar para novas pessoas chegarem – isso é a trinca do piramideiro.

 

O Brasil é o paraíso dos investidores. Não tem melhor lugar para se investir do que no Brasil”

 

DIARINHO – A bolsa de valores também causa prejuízos pra muita gente que tem a ilusão de enriquecer fácil. Qual é a dica pra não perder dinheiro?

Juliano: Se você nunca investiu em ações, não passe de 10% do seu patrimônio líquido. Ficou um pouquinho mais experiente, vai a 20%. E não passe de 30% do seu patrimônio. Compre ações de boas empresas que você seria cliente, não de empresas que algum influencer tá dizendo. Você pode estar sendo usado pelo influencer para crescer o valor da empresa. Compre ações de empresas das quais você seria sócio. Eu seria sócio do Itaú - é uma boa empresa para você comprar. Eu sou sócio do BTG, uma boa empresa para você comprar. Eu seria sócio da Vale do Rio Doce, uma boa empresa para você comprar. Tá sofrendo agora a Vale do Rio Doce, porque? A China tá mostrando que vai crescer menos, o preço tá caindo. Mas não vai quebrar uma empresa como essa. São empresas que você gostaria de ser sócio. Você olha para a empresa e diz: “puxa, que serviço bom que eles fazem”. Essas são as empresas que você tem que virar sócio. “Eu adoro o ramo de papel e celulose”. Você pode comprar ações do Grupo Klabin, que tem fábrica aqui em Itajaí. Há quantos anos eles estão aqui, fazendo o mesmo serviço? Compre de empresas sólidas, não entre em ações de aventureiros. E nem tentem, o pessoal gosta muito de pegar empresa que está quebrando, porque pensa que vai entrar em recuperação judicial e vai se dar bem na volta. É muito raro isso acontecer.

DIARINHO - Em 2020 a sua empresa conseguiu se associar à XP e ao BTG, o que isso significa?

Juliano: Em 2020 eu queria deixar de ser um representante, porque de 2008 a 2020 eu era um representante da XP Investimentos. A gente virou o maior representante da XP no Brasil na época. Em 2020 eu pensei: já cumpri essa fase, tá na hora de eu ter a minha instituição financeira. A turma da XP não quis ser minha sócia na instituição financeira. O pessoal do BTG quis. Abandonei ser representante da XP, deixei os clientes antigos lá. Migrei pro BTG, montei, comecei a construção da corretora de valores junto com o BTG, em sociedade. A empresa é 51% minha e dos meus sócios e 49% do BTG. A gente começou a construir a corretora de valores que foi aprovada no mês passado. E vai conquistando os clientes de volta pro lado de cá, boa parte deles já tá aqui com a gente de novo.

DIARINHO – Com a autorização do Banco Central para operar como corretora de valores, a empresa montou a EQI Corretora. O que a empresa é autorizada a fazer a partir de então?

Juliano: A gente está autorizado, tem o direito, passa a ser “dono” do cliente. Ninguém é dono do seu cliente, mas vamos dizer... Eu sou responsável pelo cliente junto ao Banco Central. Isso me dá a chance de montar outros negócios em volta. Por exemplo, o banco de investimentos que a gente montou. Lançou o nosso banco digital, tem o banco de investimentos. A gente montou uma asset management. O que uma asset faz? Numa asset você paga um percentual anual para que a gente cuide dos seus investimentos. Tem duas maneiras de a gente trabalhar no mercado, que chama de discricionário e não discricionário. O não discricionário é: você tem a sua conta e compra o que você quer ali e a gente te orienta a comprar. Mas quem compra é você. E tem o discricionário que é: você delega para mim a possibilidade de  investir o dinheiro. A gente passa a poder fazer isso agora. Temos a nossa asset, a nossa gestora de recursos. Que pode gerir o dinheiro dos clientes.

DIARINHO – Em uma entrevista o senhor destacou que conseguiria competir bem com empresas grandes do segmento, porque a EQI tem um modelo de negócios diferenciado da XP e BTG. Qual o diferencial?

Juliano: Estar muito mais próximo do cliente, porque a gente tem uma estrutura de inside sales. Todo mundo sentado aqui atendendo cliente à distância, sentado no computador. Tu pensa: “puxa, mas como isso pode ser um diferencial?”. O diferencial é que, como a gente não visita o cliente e como os clientes não vem nos visitar, as reuniões são mais profissionais, mais concisas. Quando você vai fazer uma reunião presencial, senta, tem o cafezinho, fica tudo muito mais longo. Quando você faz on-line, o meu assessor consegue atender muito mais pessoas por dia, porque as reuniões são mais curtas, mais concisas e objetivas. Número dois, por ser uma empresa local, eu consigo oferecer pros meus clientes investimentos locais. Investimentos em empresas menores, mas não necessariamente menos seguras. Eu citei algumas construtoras que a gente dá crédito [Embraed e CK], nossos clientes podem investir no crédito dessas construtoras. Essas empresas têm um balanço muito sólido. São menores, com balanço sólido, e essas grandes corretoras não saem da Faria Lima para buscar essas empresas. Se hoje você entrar na plataforma do BTG, na plataforma da XP, na plataforma do Itaú, os investimentos que estão lá são todos iguais. A gente tem produtos diferentes.

DIARINHO - Poucas pessoas sabem que em Itajaí temos uma empresa do mercado financeiro desse tamanho da EQI. São mil funcionários, 400 na sede. Quem é o funcionário EQI?

Juliano: O funcionário da EQI, a maior parte dele, nunca trabalhou em outro lugar na vida. Ele saiu da faculdade, veio trabalhar com a gente, aprendeu todo o processo. É uma pessoa jovem, tem uma ambição de crescimento e tem um padrão de trabalho que a gente trouxe dos grandes centros do Brasil. Ele quer crescer, gosta de estudar e tá focado em trabalhar para mudar a sua vida, mudar a realidade da sua família. É o que eu digo para eles, você só consegue pular de classe social numa geração se você trabalhar muito para isso. Se você “deixa a vida me levar”, você não troca de classe social durante a sua vida. Normalmente, você fazia o seu filho mudar de classe social através de estudo e tal. Eu digo para eles que o trabalho duro consegue fazer você trocar de classe social na mesma geração. [Hoje se entra com qual salário e pode sair daqui ganhando quanto? Ou não sair...] A remuneração total, com os benefícios, parte de uns R$ 2600. Dali pra frente, o céu é o limite. Porque antes a gente comissionava as pessoas, hoje a gente faz PLR [participação em lucros e resultados]. Tem gente aqui que ganha 800 mil por ano, contando com o salário e o PLR. A gente tem aqui um rapaz que tá com 26, 27 anos de idade, já está ganhando R$ 10, R$ 12 mil por mês e ele acha que é pouco. Eu digo, amigo, para e pergunta para os teus amigos o quanto que eles ganham. “Ah, mas eu trabalho demais”. Bom, mas você só ganha bastante porque você trabalha bastante.

DIARINHO - Quem são os brasileiros que investem?

Juliano: Cada vez tem mais gente investindo. Nossa missão é fazer todo brasileiro investir, todo mundo guardar dinheiro.  As pessoas começam a ter algum dinheiro para guardar depois dos 40. Até os 40 paga a faculdade, compra o primeiro carro, consegue comprar o primeiro apartamento e vai ter um filho, vai ter despesa do filho. O brasileiro começa a respirar com 40 anos de idade. Quem investe é quem tem mais de 40. Normalmente são homens que têm essa propensão maior. Normalmente, é homem com mais de 45 anos do sudeste. [Investir em imóvel ou investimento financeiro?] Os dois, na verdade. Eu tenho imóveis, eu tenho renda fixa, eu tenho crédito privado, eu tenho bonds nos Estados Unidos, eu tenho ações americanas. A teoria de investir, de guardar dinheiro, é pensar na alocação. Quando falo alocação, que é uma palavra bonita, a sua vó já falava isso, que é “não pode botar todos os ovos na mesma cesta”. Tua vovó já dizia isso: “não bota todos os ovos na mesma cesta, se tu tropeçar, tu quebra todos”.

DIARINHO – Tem alguma dica imprescindível pro investidor não perder dinheiro?

Juliano: Pense sempre a longo prazo. Investir é a longo prazo. Você não vai conseguir construir uma grande fortuna em dois, três anos. Se você tentar fazer isso, é muito grande a chance de você voltar para a estaca zero. Então é no tempo, é no prazo, é usar o que o Einstein falou, que é uma das forças mais poderosas do universo, que é o juro composto. Então é juro em cima de juro, em cima de juro, em cima de juro. É assim que todo banco fica rico. Você pode usar isso a seu favor. Ou contra você. Quando você faz um financiamento para comprar alguma coisa que você não pode comprar... Ou quando você faz um crediário para comprar algo que você não pode comprar. Quando você gasta no cartão de crédito mais do que você consegue pagar. Você tá usando o juro composto a favor do banco. Use o juro composto a seu favor. Guardando dinheiro, quando quiser comprar alguma coisa, compra à vista. Mas poupa antes. Isso exige disciplina, e o brasileiro está ficando mais disciplinado. A turma já está indo mais na academia, já está sendo mais disciplinadacom a saúde física. Agora, a gente quer ver se a turma fica mais saudável e disciplinada com a saúde financeira.

 

 

Raio X

 

NOME: Juliano Custódio

Natural: Porto Alegre (RS)

Idade. 42 anos

Estado civil: Casado

Filho: uma filha

Formação: Engenheiro Eletricista

Trajetória:  servidor concursado do Banrisul, fundador do blog EuQueroInvestir e CEO da EQI Investimentos.




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