Mais de seis décadas
Conheça curiosidades históricas sobre Navegantes
Município era um bairro de Itajaí até 1962, quando conquistou sua emancipação
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Privilegiada pela natureza, localizada entre o rio Itajaí-açu e o mar, Navegantes era um bairro do município de Itajaí até 1962, quando conquistou sua emancipação. A historiadora navegantina Vilma Marli Rebello Mafra listou algumas curiosidades. Aos 74 anos, sua vida se entrelaça com a da cidade, já que acompanhou de perto os processos de modificação e toda a luta emancipatória. Sob seu olhar, separamos algumas curiosidades históricas do município.
Dengo-dengo
Os navegantinos são chamados de dengo-dengo e a origem do apelido carinhoso é o som do sino da igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, no centro, onde hoje é a Igreja Matriz e o Santuário de Nossa Senhora dos Navegantes.
“No final de 1800, quando construiu-se a primeira igrejinha, o sino do município ficava num cavalete bem alto. Botaram o sino na lateral para fazer o balanço. Ele tocava mais agudo e os itajaienses escutavam e diziam que o sino fazia "dengo, dengo, dengo”.
Canoa de travessia
Na década de 1960, os moradores atravessavam de Navegantes para Itajaí em canoas, pequenas lanchas sem coberturas, como as de pescador, com bancos laterais e as pessoas sentadas. A travessia era complicada em dias de ventos fortes e mar agitado.
“O navegantino é muito bem-humorado, se o vento estava mais forte, que balançava e era perigoso, aquilo era uma folia dentro da barca. As mães é que ficavam preocupadas. Era sério quando davam ventos fortes, não era qualquer comandante de leme que conseguia. Iam buscar no pontal um pescador experiente para guiar a lanchinha”, narra a historiadora.
Molhes
A construção do primeiro molhe começou em 1912 porque a entrada da barra era estreita e tinha, embaixo d’água, um calçadão de pedras que ficava submerso. Então, se a maré não estivesse bem cheia, a embarcação não passava. A obra parou na época da guerra e só foi finalizada em 1945.
“Talvez tenha sido a obra do século de engenharia em 1912. O molhe sempre foi um atrativo, mas hoje ainda falta ser explorado como um ponto turístico”.
Caju e areia
A cidade já chegou a ter mais de 100 pés de caju e montes de areias como dunas na praia. A terra era propícia para o cultivo da árvore e todas as casas tinham pés de caju. A avenida João Sacavem, no centro, a principal da cidade, era chamada de avenida da Areia Molhe.
Fonte da Pedreira e Estrada da Gruta
A fonte de água natural nasce do alto de uma pedreira, local que no passado era usado como rota até Curitiba, antes da construção da BR 101 e cuja comunidade é conhecida até hoje como Pedreiras. Um menino ficou entre a vida e a morte em um acidente de ônibus e os pais imploraram ajuda a São Judas Tadeu e Nossa Senhora. Eles teriam construído a gruta em homenagem aos santos.
“Quando é dia 28 de outubro, dia de São Judas Tadeu, dizem que o menino vem à missa. Mas é uma versão dessa história. O que sei é que houve um resgate muito sério”, conta Vilma.