O cancelamento das aulas na rede municipal de ensino de Itajaí por conta do ciclone que trouxe ventos de mais de 100 km/h pra região deixou uma família do bairro Cordeiros desesperada. O filho de seis anos da operadora de caixa S.T.S., de 40 anos, ficou desaparecido por três horas, entre o meio-dia e as 15h, tudo porque, segundo ela, o colégio permitiu que a criança saísse do Centro de Educação em Tempo Integral (Cedin), no final da manhã, e fosse para o colégio Aníbal César para o contraturno à tarde, mesmo sabendo que não haveria aula.
O aluno frequenta de manhã o Cedin Dilzelena Márcia Teixeira, na rua Alfredo Kleis. Ao meio-dia, quando termina a atividade, ele segue com colegas até o colégio Aníbal César, na rua Estefano ...
O aluno frequenta de manhã o Cedin Dilzelena Márcia Teixeira, na rua Alfredo Kleis. Ao meio-dia, quando termina a atividade, ele segue com colegas até o colégio Aníbal César, na rua Estefano José Vanolli, também no São Vicente, onde frequenta o primeiro ano à tarde. O trajeto de 200 metros é feito em três minutos a pé.
O menino chegou na frente do Aníbal César e, sem aulas, voltou pra casa. “Quando chegou na escola não tinha ninguém. O portão estava fechado e várias crianças esperando. Como não tinha aula, ele decidiu ir para casa sozinho e a pé”, conta a mãe. A criança de seis anos mora no loteamento Votorantim, no bairro Cordeiros. O trajeto até a casa da família, na rua Selso Duarte Moreira, leva em média 30 minutos a pé.
A criança se perdeu e só foi encontrada às 15h. “Como cancelaram a aula, o mínimo que se espera do colégio é que liguem para a gente avisando. Ele tem um caderno com todos os telefones dos parentes”, reclama a mãe.
S. conta que só soube do cancelamento das aulas por uma colega de trabalho, que lhe avisou. “Começamos a procurar. Eu liguei para minha filha, ela estava a caminho do Cedin, mas ele não estava mais lá. Foi um desespero e começamos a procurar pelas ruas”, conta a mãe. Um vizinho viu o menino sozinho e avisou à família.
Contraponto da Educação
Ao DIARINHO, a Secretaria Municipal de Educação informou que o estudante tem autorização por escrito, feita pela própria mãe, para que possa deixar a unidade sem a presença dos pais. “Nesta quinta-feira, em função da suspensão das aulas, o aluno saiu da escola junto com colegas e foi para a casa de sua irmã. O Cedin Dilzelena Márcia Teixeira tentou ligar para a mãe do estudante, porém não conseguiu contato com ela. O Cedin adotou esse mesmo procedimento com os outros 136 alunos da unidade”, alega a Educação.
Diferente da informação da operadora de caixa, a secretaria alega que o Aníbal César, para onde a criança geralmente vai após as aulas no Cedin, acolheu todos os alunos que não sabiam da suspensão das atividades na quinta.