“Tínhamos uma carência muito grande de um transporte coletivo eficiente. Tenho consciência de que nos primeiros dias ainda há o período de adaptação, mas acredito que em poucos dias já poderemos deixar nossos carros na garagem”, diz a moradora Francisca. Ela conta que até a semana passada chegava a esperar mais de duas horas em um ponto de ônibus.
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A professora Cleusa compartilha da satisfação. “Além de esperar muito tempo, eu parava muito longe de casa. Agora, com os novos itinerários, eu desembarco bem mais perto”, conta.
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Das cinco linhas, apenas a linha Turquesa, que atende as localidades de Escalvado e Escalvândia, não parte do terminal urbano. A linha Amarela liga o centro ao bairro Gravatá, a Vermelha segue para o bairro Machados, a Verde parte com destino ao bairro Pedreiras e a Azul liga o centro ao Escalvado.
Ajustes
Os veículos começaram a circular antes mesmo da demarcação dos mais de 320 pontos de parada e da implementação de 20 pontos de grande porte - incluindo iluminação, abrigo e bicicletário. A prefeitura informa que as placas estão sendo concluídas e a construção dos pontos está em fase de licitação.
Tem ainda o aplicativo, que servirá para recarga e acompanhamento dos veículos, que não entrou em operação. A expectativa é para agosto. “Tínhamos uma carência muito grande. Optamos por não esperar e fazer os ajustes”, diz o município.
Os cartões para usuário comum, idosos e estudantes podem ser feitos e recarregados na Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Av. Prefeito José Juvenal Mafra, 498, centro), de segunda a sexta, das 7h45 às 12h e das 13h30 às 18h.
4 milhões bancados pela prefeitura
“Muita gente entra nos ônibus e fica admirada. Estávamos há quase 16 anos sem uma empresa que operasse apenas dentro de Navegantes. O preço também está bem em conta e isso agrada a população”, diz o motorista Edmilson Marcos dos Santos.
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Para implementar esse modelo, o município firmou um contrato com a empresa Melissa Transportes e Turismo (controladora da Transpiedade, de Itajaí) e vai custear todas as despesas, com o dinheiro da venda de passagens ficando para o poder público.
Pelo contrato, a empresa recebe R$ 4,95 por km rodado e, em contrapartida, tem que rodar 67 mil km por mês, com um custo de R$ 3,98 milhões por ano, mais 5% desse valor referente ao transporte ocioso.
A expectativa é de que o serviço atenda 55% da população, de cerca de 86,5 mil habitantes. O contrato tem validade de um ano, podendo ser renovado por até cinco. A intenção do município é fazer uma concessão em até dois anos.
Terão gratuidade idosos com 60 anos ou mais e crianças de até cinco anos e pessoas com deficiência (PCDs) e com fibromialgia, estendido ao acompanhante. Estudantes pagam meia. A prefeitura descartou tarifa zero, como ocorre em Balneário Camboriú.
Comunidade gostou
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A reportagem do DIARINHO resolveu dar um rolê usando o serviço e a primeira impressão foi boa. Os veículos são relativamente novos, todos acessíveis e, acima de tudo, são pontuais e com alternância de no máximo 45 minutos. O que, à primeira vista, surpreendeu os usuários foram os itinerários, que incluíram novas ruas e rotas alternativas.
No entanto, no decorrer da viagem se constatou que essas rotas atendem melhor as pessoas que residem nas áreas que antes não tinham cobertura.