Expedição ao Titanic
Submarino implodiu e toda tripulação morreu
Os passageiros pagaram mais de R$ 1 milhão cada um pelo passeio sem volta
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
No dia em que acabou o prazo estimado pela Guarda Costeira dos Estados Unidos sobre o estoque de oxigênio no submarino Titan, da empresa Ocean Gate, destroços da embarcação foram localizados na área de busca, perto de onde estão os restos do navio Titanic. Todos os cinco tripulantes que faziam a expedição morreram no fundo do oceano.
O submarino desapareceu na costa norte do Oceano Atlântico no domingo, durante expedição com cinco pessoas até os destroços do navio naufragado. Nesta quinta, a Guarda Costeira informou que o veículo implodiu. Ou seja, a pressão exterior invadiu o submarino e causou a destruição instântanea.
A empresa OceanGate também confirmou a morte dos cinco tripulantes, quatro deles pagaram mais de R$ 1 milhão pela viagem. Além do bilionário britânico Hamish Harding, 58 anos, faziam parte da expedição o diretor-executivo da Ocean Gate, Stockton Rush, piloto do submarino; o empresário paquistanês Shahzada Dawood e o filho dele, Suleman Dawood, e o ex-comandante da Marinha Francesa Paul-Henry Nargeolet, maior especialista do mundo no naufrágio do Titanic.
Restos
A implosão foi confirmada após serem achados destroços da cabine que protegia os passageiros da pressão do mar. Também foram achados um cone frontal do submarino, além de um pedaço da frente e a a tampa traseira da embarcação, onde consta o nome da empresa.
Ainda segundo a Guarda Costeira, os destroços foram localizados por um robô não tripulado, controlado por um navio canadense.
A operação contava com equipes de resgate do Canadá e dos Estados Unidos. No ponto onde estão os destroços do Titanic, são quase 3900 metros de profundidade.
Dono da empresa pilotava
Um dos mortos, Hamish, é aviador e donos das empresas Action Group, de investimentos, e da Action Aviation, especializada na venda de aviões. Conhecido por participar como “turista espacial” no voo suborbital da Blue Origin, do bilionário Jeff Bezos, em 2022, ele já fez diversas “viagens exóticas” e tinha recordes em viagens de avião.
Fundador da OceanGate, Stockton Rush era o responsável pela expedição e pilotava o submarino. A empresa cobrou 250 mil dólares, cerca de R$ 1,2 milhão, por passageiro pelo passeio até os destroços do Titanic, navio naufragado em 1912. Da superfície até o local do naufrágio, o submarino levaria cerca de 2,5 horas. Mas o equipamento perdeu o contato cerca de uma hora e 45 minutos após ter submergido.
Agência de ex-ministro vendia viagens pra aventura
A agência de turismo do senador e astronauta Marcos Pontes (PL), ex-ministro de Ciência no governo Bolsonaro, vendia pacotes para a expedição no submarino da Ocean Gate para visitar os destroços no Titanic. Não se tem notícias se algum brasileiro já tinha comprado o pacote.
Após o desaparecimento da embarcação, a oferta do passeio no site da agência foi retirada do ar.
A OceanGate organizava excursões que duravam oito dias e tinham como ponto máximo a visitação aos destroços do navio. Apesar dos altos custos, ex-funcionários da empresa alertaram sobre problemas de “qualidade e segurança”.
Em 2018, o diretor de operações marítimas da empresa, David Lochridge, foi demitido após questionar a segurança do submarino. Um dos problemas seria na janela de observação, que não poderia suportar pressões abaixo dos 1,3 mil metros de profundidade. A situação colocaria em risco a vida dos ocupantes, uma vez que a embarcação tinha que avançar quase 4 mil metros até os destroços.