De acordo com os meteorologistas do Ciram/Epagri, Gilsânia Cruz e Marcelo Martins, o inverno deve ser mais quente que o normal neste ano. “O que não quer dizer que não terá alguns períodos de frio com temperatura próxima de zero grau e negativa, com formação de geada e até neve, nas áreas altas do Estado, com a chegada de massas de ar polar, comuns nesta época do ano”, ressaltam.
O motivo da temperatura mais amena é porque as massas de ar frio terão rápido deslocamento pelo Sul do Brasil. Isso deixa os períodos de baixas temperaturas mais curtas, entre um e três dias, alternando por períodos mais quentes devido à influência do El Niño. O fenômeno é marcado pelo enfraquecimento dos ventos e aumento da temperatura do mar, que deixam as águas menos frias.
Sem ondas de frio mais duradouras, são esperados dias consecutivos de temperatura elevada, acima dos 30°C, marcando os veranicos que devem ser mais frequentes neste ano. Outra caraterística da estação serão os nevoeiros, associados à nebulosidade baixa, com redução de visibilidade, e circulação marítima, comum na região de Itajaí.
. De acordo com o laboratório de Climatologia da Univali, as médias das temperaturas máximas são de 21,5°C para julho, 22,4°C para agosto e 22,9°C em setembro. Já as mínimas são de 12°C em julho, 12,9°C em agosto e 14,7°C em setembro.
“Madrugadas com temperaturas entre 12 e 15°C e tardes entre 21 e 23°C. Sempre é bom salientar que já registramos muito calor nesse período com absolutas de 31,2°C, 36°C e 37°C nos respectivos meses [julho, agosto e setembro]. E igualmente muito frio com 0,2°C e 0,5°C negativos e 2,4°C, respectivamente”, informa o professor Sergey Araújo, coordenador do laboratório.
Chuva forte e temporais
Em relação à chuva, a expectativa é de maiores volumes. Normalmente, o inverno é a estação mais seca do ano. São esperados períodos de chuva forte, com volume elevado em curto tempo, inclusive com temporais com raios, granizo e ventania. Ainda assim, períodos de estiagem não estão descartados.
Historicamente, os meses de junho e julho são bem parecidos em relação à média de chuva, variando de 70 a 140 mm do Planalto ao Litoral e, de 110 a 170 mm no Oeste e Meio-Oeste, sendo que junho costuma ser menos chuvoso que julho. Em agosto, a média de chuva sobe um pouco em relação a julho, podendo chegar a 150 mm no Vale do Itajaí e Litoral.
Região
Na região de Itajaí, o inverno é a estação menos chuvosa. A média histórica é de 109 mm em julho, 91 mm em agosto e 141 mm em setembro. “As chuvas estão mais ligadas a passagens de frentes frias, contudo, nosso oceano está com águas mais quentes que favorecem chuvas (pancadas de verão) nos dias mais quentes”, destaca Sergey Araújo, do laboratório de Climatologia da Univali.
Além da influência das frentes frias, a chuva na estação é preferencialmente causada pela formação de sistemas de baixa pressão, que deixam o tempo instável, e correntes de jato, que são ventos fortes nas camadas mais altas da atmosfera. O período também é época frequente dos ciclones extratropicais próximos ao litoral Sul do Brasil, que trazem risco às embarcações devido aos fortes ventos e mar agitado, em alguns casos com ressaca.