A secretária de Meio Ambiente de Balneário Camboriú, Maria Heloísa Lenzi, abriu um procedimento administrativo esta semana para apurar a denúncia de um suposto assédio sexual cometido por T.S., coordenador da secretaria de Meio Ambiente. A vítima é servidora efetiva da pasta e atua como educadora ambiental.
“A servidora me procurou relatando o ocorrido e apresentou o boletim de ocorrência na tarde de terça-feira. Na mesma tarde solicitei a abertura de processo administrativo para apurar os ...
“A servidora me procurou relatando o ocorrido e apresentou o boletim de ocorrência na tarde de terça-feira. Na mesma tarde solicitei a abertura de processo administrativo para apurar os fatos. O processo já foi aberto”, informou Maria Heloísa ao DIARINHO.
O coordenador denunciado está de férias e não pode ser ouvido pela reportagem. Se a denúncia for confirmada, ele pode ser demitido. O acusado ainda responderá à justiça criminal, já que a servidora registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil.
Pelo boletim de ocorrência divulgado pelo portal Página 3, a vítima sofreu assédio sexual no domingo, 4 de junho. “Fui convocada a trabalhar no domingo, dia 4 de junho, e ao chegar ao meu local de trabalho cumprimentei os colegas presentes quando fui abraçada e recebi beijos no pescoço por parte do senhor que ocupa cargo comissionado como coordenador de projetos. Constrangida pelo assédio me livrei do abraço forçado, dizendo-lhe que eu não havia lhe dado esse tipo de liberdade”, relatou a servidora no BO.
A educadora ambiental ainda disse em voz alta que é casada e sugeriu que o coordenador “cheirasse o pescoço do seu marido”. O coordenador teria respondido: “não gosto de macho”. “Muitos colegas presenciaram o episódio, o que me colocou em situação vergonhosa e vexatória. Não autorizei nenhum toque e jamais estabeleci este tipo de contato ou liberdade. O rapaz ocupa cargo comissionado de gestão de projetos o qual me coloca em sua subordinação”, informou.
Fez BO no dia seguinte
Após o registro do BO e a denúncia na secretaria, no dia seguinte, o acusado também registrou um boletim de ocorrência na polícia. No documento, ele narra que deu um abraço e um beijo no rosto da servidora. “Não foram vários beijos, tampouco no pescoço, em momento que a mesma acabara de chegar ao local de trabalho, pronunciando ‘bora, bora que hoje é o grande dia do nosso evento’ em gesto de celebração”, narrou no BO, falando que o episódio ocorreu pouco antes do início da abertura da Semana do Meio Ambiente de Balneário Camboriú, no parque Raimundo Malta.
Pediu desculpas
O acusado garante que, ao ver que servidora não gostou do cumprimento, pediu desculpas. “Como não havia interesse sexual da minha parte no simples cumprimento, considerei a fala da mesma como um simples mau humor, já tinha conhecimento de que a mesma teria um desgosto pelo formato do evento, por não ter sido sua iniciativa ou ter tido maior colaboração por sua parte”, alegou T. à polícia.
O coordenador de projeto ainda citou que a servidora fez uma postagem o xingando nas redes sociais. “Nojo é o que define! Nojo de quem não sabe nada e se julga superior... nojo da prepotência, arrogância! Cabide de emprego para quem despencou de palanque! A esperança é que já estamos chegando em 2024! E para quem chegou aqui por mérito, estudo, conhecimento e dedicação ao serviço... A vida continua e novos ares soprarão!”.
Para T. , segundo o que afirmou no BO, a denúncia tem “manifestação política”. “Como conclusão dos fatos, a colaboradora me acusa de assédio sexual para outros colegas de trabalho, denegrindo a minha imagem de maneira pública (fofoca), com possível interesse político ou até mesmo por “dor de cotovelo” tendo em vista que o evento da Semana do Meio Ambiente contou com uma participação reduzida da mesma e ter sido uma iniciativa minha com outros colaboradores”.