Legislativo
Vereadores abrem investigação contra prefeito e vice de Itajaí
Comissão formada por cinco parlamentares vai dar parecer por cassação ou arquivamento
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]



Após a aprovação do pedido pra cassação do mandato do prefeito Volnei Morastoni (MDB) e do vice-prefeito Marcelo Sodré (PDT) na Câmara de Vereadores de Itajaí, foi formada a Comissão Processante que terá prazo de 90 dias pra apurar o caso. Com a conclusão dos trabalhos, o grupo deve emitir parecer pela cassação ou arquivamento do processo, que será votado em plenário.
O processo contra o prefeito e o vice teve a abertura aprovada na sessão de terça-feira no Legislativo, com nove votos favoráveis e sete contrários. O pedido de cassação foi recebido em denúncia protocolada no Legislativo na própria terça-feira pelo advogado Vilmar Hoepers, presidente da Associação de Moradores do Bairro Fazenda.
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Segundo o advogado, quando o prefeito Volnei Morastoni estava em licença de saúde, entre outubro e novembro de 2022, somando 60 dias de afastamento, ele continuou recebendo salário integral, mesmo com o vice-prefeito no exercício da função. O denunciante apontou que, como a licença foi superior a 15 dias, o prefeito deveria ter se afastado e solicitado o auxílio-doença do INSS.
Com a aprovação da denúncia, foi formada a comissão responsável pelo andamento do processo, por meio de sorteio entre os vereadores, com base no tamanho das bancadas. O grupo ficou composto pelos vereadores Fábio Negão (PL), Beto Cunha (PSDB), Laudelino Lamim (MDB), Christiane Stuart (PSC) e Douglas Cristino (PDT).
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Uma resolução da Mesa Diretora, aprovada na sessão, definiu a liderança da comissão, que será de Laudelino Lamim, representante do MDB no grupo, e terá como relator Douglas Cristino, representante do PDT, ambos da base governista no Legislativo. O prazo da comissão começa a correr a partir da notificação dos denunciados.
A Procuradoria-Geral de Itajaí informou que o prefeito e o vice ainda não foram notificados. A Comissão Processante da Câmara se reunirá nos próximos cinco dias pra tomar as primeiras providências. O prefeito e o vice não comentaram o caso com o DIARINHO. O presidente da câmara, Marcelo Werner (PSC), também não se manifestou.
Votaram FAVORÁVEIS a abertura do processo de impeachment
Adriano Alexandre Arcega Klawa (PSL)
Anna Carolina Cristofolini Martins (PSDB)
Beto Cunha (PSDB)
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Christiane Stuart (PSC)
Maurílio Moraes (Progressistas)
Odivan Mamão Linhares (PSB)
Osmar Anibal Teixeira Júnior (SD)
Otto Luiz Quintino Junior (sem partido)
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Rubens Angioletti (sem partido)
Votaram CONTRA abertura do processo de impeachment
Aline Seeberg Aranha (União Brasil)
Bruno Alfredo Laureano (MDB)
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Celia Regina da Costa (MDB)
Douglas Cristino da Silva (PDT)
Fabio Luiz Fernandes Castelo Guedes (PL)
Laudelino Lamim (MDB)
Paulo Manoel Vicente (PDT)
Após a aprovação do pedido pra cassação do mandato do prefeito Volnei Morastoni (MDB) e do vice-prefeito Marcelo Sodré (PDT) na Câmara de Vereadores de Itajaí, foi formada a Comissão Processante que terá prazo de 90 dias pra apurar o caso. Com a conclusão dos trabalhos, o grupo deve emitir parecer pela cassação ou arquivamento do processo, que será votado em plenário.
O processo contra o prefeito e o vice teve a abertura aprovada na sessão de terça-feira no Legislativo, com nove votos favoráveis e sete contrários. O pedido de cassação foi recebido em denúncia protocolada no Legislativo na própria terça-feira pelo advogado Vilmar Hoepers, presidente da Associação de Moradores do Bairro Fazenda.
Segundo o advogado, quando o prefeito Volnei Morastoni estava em licença de saúde, entre outubro e novembro de 2022, somando 60 dias de afastamento, ele continuou recebendo salário integral, mesmo com o vice-prefeito no exercício da função. O denunciante apontou que, como a licença foi superior a 15 dias, o prefeito deveria ter se afastado e solicitado o auxílio-doença do INSS.
Com a aprovação da denúncia, foi formada a comissão responsável pelo andamento do processo, por meio de sorteio entre os vereadores, com base no tamanho das bancadas. O grupo ficou composto pelos vereadores Fábio Negão (PL), Beto Cunha (PSDB), Laudelino Lamim (MDB), Christiane Stuart (PSC) e Douglas Cristino (PDT).
Uma resolução da Mesa Diretora, aprovada na sessão, definiu a liderança da comissão, que será de Laudelino Lamim, representante do MDB no grupo, e terá como relator Douglas Cristino, representante do PDT, ambos da base governista no Legislativo. O prazo da comissão começa a correr a partir da notificação dos denunciados.
A Procuradoria-Geral de Itajaí informou que o prefeito e o vice ainda não foram notificados. A Comissão Processante da Câmara se reunirá nos próximos cinco dias pra tomar as primeiras providências. O prefeito e o vice não comentaram o caso com o DIARINHO. O presidente da câmara, Marcelo Werner (PSC), também não se manifestou.
Especialista analisa o caso
O advogado Marcelo Vrenna, especialista em direito administrativo, comenta que, a princípio, não procede que a competência seria da justiça. “Quem tem a atribuição para julgar o prefeito pelo que a gente chama de crime de responsabilidade, ou infração político-administrativa, é o poder legislativo local”, diz.
Marcelo explica que cabe ao legislativo seguir o regramento previsto no decreto-lei. “Qualquer coisa fora do decreto, ele [o processo] vai se tornar ilegal”, frisa. Sobre a questão do salário, o especialista destaca que a Lei Orgânica é clara em dizer que o vereador licenciado por motivo de doença ou assunto pessoal fica sem remuneração.
O município aplicou a regra por analogia para o prefeito, mas a procuradoria teve um entendimento favorável ao recebimento. “A Procuradoria-Geral emitiu um parecer que poderia pagar, mas eu vejo aí um equívoco que pode culminar na cassação do mandato”, opina Marcelo. Se a Comissão Processante for pela cassação, são necessários 2/3 dos votos pro afastamento.
Município nega ilegalidade e questiona competência da Câmara

Procuradoria diz que não há ilegalidade no recebimento do salário de Morastoni e Sodré
Em nota da Procuradoria-Geral, o município afirmou não existir qualquer ilegalidade no subsídio mensal recebido pelo prefeito e vice-prefeito de Itajaí durante o período em que Volnei ficou afastado para tratamento de saúde.
Segundo o esclarecimento, a justificativa do decreto 706/2022, da Câmara de Vereadores, que autorizou o afastamento do prefeito, informou que a solução para a solicitação de permanência do subsídio fosse dada pelo próprio executivo. A prefeitura abriu processo administrativo e, com parecer favorável da procuradoria, autorizou o pagamento por simetria conforme a Lei Orgânica municipal.
“Por conta disso, o município de Itajaí recebe com estranheza a notícia de que a Câmara de Vereadores aprovou requerimento para investigação de possível violação político-administrativa cometida por prefeito e vice-prefeito”, diz a nota.
Além de defender a legalidade do ato administrativo do executivo, a Procuradoria-Geral considerou que não cabe aos vereadores analisar este tipo de conduta, pois contrariaria o decreto-lei presidencial 201/1967, que fala sobre as responsabilidades de prefeitos e vereadores.
“Se prefeito e vice-prefeito supostamente tivessem cometido qualquer crime de responsabilidade, esta matéria seria de competência exclusiva do julgamento do Poder Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara de Vereadores”, afirma.
A Câmara afirma que é órgão competente para o julgamento, esclarecendo que o processo obedece ao decreto-lei, bem como à Lei Orgânica e o Regimento Interno. “Conforme previsão expressa do artigo 4° do Decreto-Lei n. 201/67, as infrações político-administrativas do prefeito municipal sujeitam-se ao julgamento pela Câmara de Vereadores, com possibilidade de cassação de mandato”, justificou.