Sustentabilidade

Veleiro-casa de ex atletas olímpicos é certificado com Bandeira Azul em Itajaí

Barco dispõe de motor elétrico, usa energia solar e tem sistema próprio de tratamento de esgoto

Sérgio Danilas e Dora Castanheira são atletas olímpics de vôlei
(FOTOS: JOÃO BATISTA)
Sérgio Danilas e Dora Castanheira são atletas olímpics de vôlei (FOTOS: JOÃO BATISTA)
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Por João Batista

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Construído durante 11 anos pelas mãos do casal de ex-jogadores de vôlei da Seleção Brasileira e atletas olímpicos Sérgio Danilas e Dora Castanheira, o veleiro Ictus é  a primeira embarcação ...

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Construído durante 11 anos pelas mãos do casal de ex-jogadores de vôlei da Seleção Brasileira e atletas olímpicos Sérgio Danilas e Dora Castanheira, o veleiro Ictus é  a primeira embarcação do sul do país com a certificação internacional do programa Bandeira Azul.  O veleiro conta com soluções sustentáveis, como motor elétrico, placas solares e tratamento de esgoto.

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O reconhecimento foi dado na The Ocean Race pela Marina Itajaí, que é uma das quatro marinas de Santa Catarina a ter a Bandeira Azul e pode conceder o mesmo direito para embarcações. O prêmio comprova que o veleiro de 40 pés adota práticas sustentáveis.

Sérgio diz que a premiação foi uma surpresa, mas lembrou que a questão ambiental já era uma preocupação na construção do barco. “Desde que eu comprei o projeto, eu queria fazer um barco ecologicamente sustentável”, conta. A premiação pra embarcações é uma iniciativa recente. Marinas e clubes que têm a Bandeira Azul podem certificar barcos que se enquadram nos requisitos.

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“Nós sempre caminhamos para isso. O motor elétrico, as baterias que são carregadas por painel solar, tratamento de esgoto nos dois banheiros... São coisas que vão se somando e é por isso que nos escolheram”, avalia.

O motor elétrico, alimentado por um sistema de baterias, evita a queima de combustível. Placas solares sob o convés fazem a captação de energia que alimenta o sistema de navegação e serve pro funcionamento de utensílios elétricos.

O barco dispõe de gerador à diesel, mas que só é usado fora da costa quando é necessário usar a cozinha, podendo ainda servir pra emergências.

Outra medida sustentável no veleiro é o tratamento de esgoto, coletado por um sistema que processa os dejetos usando a ação biológica de micro-organismos. O princípio é o mesmo de uma estação municipal e devolve o esgoto tratado pro mar.

Ações como redução do uso de plástico e separação de recicláveis fazem parte da rotina do casal. Sérgio e Dora ainda pretendem implantar um sistema de captação de água da chuva, compostagem, gerador sem diesel e motor de popa elétrico.

 

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A gente pensou: já que fizemos o barco, vamos morar nele”

 

Casa flutuante

Embarcação tem todo conforto de uma casa

Embarcação tem todo conforto de uma casa

 

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A construção ao estilo “faça você mesmo” também torna o veleiro diferenciado. Mas o Ictus está longe de ser um veleiro convencional só pelo conceito sustentável. A embarcação é uma “casa flutuante” e virou o lar do casal que, além de velejar, toca projetos sociais na região.

Após 11 anos de construção, o veleiro foi colocado na água em 2020, na Marina Itajaí, que desde então é a casa do Ictus que, por sua vez, é o endereço de Sérgio e Dora. A decisão de morar embarcado veio pouco antes de o Ictus ficar pronto. Seria o “projeto de terceira idade” do casal.

“A gente pensou: já que fizemos o barco, vamos morar nele. Então, nos aposentamos aqui e estamos morando, levando uma vida modesta, mas confortável”, afirma.

No veleiro, além de passeios, eles querem fazer expedições pela costa catarinense, parando nas cidades para projetos ligados ao esporte e à sustentabilidade. Em Itajaí, Dora já toca um projeto de iniciação esportiva pela prefeitura, com aulas para crianças.

A ideia é de ações semelhantes em outras cidades, capacitando professores e usando o esporte pra integrar a comunidade e desenvolver valores.

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O veleiro

Placas solares garantem energia

Placas solares garantem energia

 

O Ictus foi projetado por Roberto Barros, o Cabinho, o mais famoso projetista de veleiros do Brasil. A embarcação de 40 pés (12 metros) de comprimento e 10 toneladas tem três cabines, dois banheiros, cozinha e espaço externo pra refeição e lazer.

O barco é feito de fibra de vidro em “sanduíche”, com duas camadas recheadas com uma chapa de polipropileno. A composição deixa o barco mais leve, porém, resistente. Várias janelas garantem o arejamento interno.

O nome do veleiro vem do grego antigo e significa peixe. O processo de construção é contado em fotos que estão num banner gigante. As tochas usadas nas Olímpiadas no Rio também são atração no barco e contam a história do casal.

 

Construção feita a quatro mãos durante 11 anos

Hoje com 70 anos, Sérgio foi jogador da seleção e participou das Olimpíadas de Montreal, em 1976. Também ex-seleção, Maria Auxiliadora Villar Castanheira, a Dora, de 63 anos, competiu nas Olimpíadas de Moscou, em 1980, e de Seul, em 1988.

Ela já trabalhou como técnica de clube, foi assistente técnica da Seleção Brasileira e atuou em projeto social do técnico Bernardinho, na época do time Rexona. Já fora das quadras, os dois construíram o próprio barco em Curitiba (PR).

No começo, foi Sérgio quem tocou a obra, dividindo a tarefa com a profissão de químico, enquanto Dora seguia no Rio de Janeiro devido aos projetos de vôlei que cuidava. Nos últimos cinco anos, ela voltou pro Paraná e o casal se dedicou à embarcação com disciplina de atleta.

“A gente tinha horário pra iniciar o trabalho, a hora de parar, tudo. Quase que a gente batia cartão”, lembra Dora. O veleiro foi concluído no final de 2019, sendo trazido pra Itajaí em 2020.

A escolha da cidade veio por indicação de um amigo de Sérgio. “Aqui reúne todas as condições. Além de ser uma marina excelente, ainda tem a questão da proximidade com a cidade”, observa.

 

Estímulo para outras embarcações

Primeira marina do Brasil com certificação internacional de gestão ambiental ISO 14.001/2015, a Marina Itajaí também é o único local da cidade com Bandeira Azul. Pelo reconhecimento, a empresa pode certificar embarcações que seguem os critérios de sustentabilidade náutica.

Se nas praias o Bandeira Azul indica a qualidade da água, para os barcos a certificação atesta que os requisitos de preservação dos mares e de meio ambiente em geral estão sendo cumpridos. A ideia da marina é que a certificação do Ictus sirva de exemplo e estimule outros donos de barcos a adotar medidas sustentáveis.

“O selo Bandeira Azul tem uma importância positiva para que possamos divulgar ainda mais formas de preservar o meio ambiente. A nossa intenção é ampliar as ações de sustentabilidade e certificar mais embarcações que se comprometam com a causa ambiental”, destaca Carlos Gayoso, diretor da Marina Itajaí.

 

 

 




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