O empresário T.P., que se apresenta nas redes sociais como CEO de uma corretora de Saúde de Itajaí, gerou revolta no Instagram ao fazer um comentário numa postagem sobre a morte de Larissa Henckel Nascimento, de 25 anos, vítima de dengue hemorrágica. Ele alegou que a moça gastaria "mais com o cabelo do que com saúde". A repercussão negativa do comentário fez o CEO apagar a postagem.
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O empresário comentou em seu Instagram que a morte de Larissa teria ocorrido por ela não ter plano de saúde. “Ain, eu sou nova, não preciso de plano de saúde. Ta aí oh, se não tivesse se fudido 4x ...
O empresário comentou em seu Instagram que a morte de Larissa teria ocorrido por ela não ter plano de saúde. “Ain, eu sou nova, não preciso de plano de saúde. Ta aí oh, se não tivesse se fudido 4x na fila do SUS, não estaria morta e enterrada agora. E não vem dizer que é por falta de dinheiro não hein?! Não aceito, tem plano pra idade dele com cobertura TOTAL em toda SC +PR e nacional para urgência e emergência por apenas R$ 232,08. Com certeza ela gastava muito mais que isso, todo mês, só com o cabelo”, escreveu T..
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Ao DIARINHO, o empresário disse que "se expressou mal", se arrependeu da postagem e a apagou, mas que o intuito era conscientizar as pessoas sobre os cuidados com a saúde. “Não gostaria de esticar esse chiclete, porque na verdade eu me expressei mal. Não deveria ter exposto o rosto da pessoa, só compartilhado a publicação de vocês [DIARINHO] e conscientizado o pessoal. Essa era a minha intenção”, alega.
“Eu me expressei mal, o que queria dizer é que as pessoas se preocupam muito com a estética e negligenciam o mais importante que é a saúde. Com certeza ela e várias mulheres hoje gastam muito mais que R$ 250 por mês com estética e não pagam plano de saúde. E dá essas merdas aí... Com certeza se ela tivesse plano de saúde não teria morrido. Porque não teria batido e voltado quatro vezes no Ruth Cardoso. Ela iria ao pronto atendimento do plano de saúde e seria resolvido...”, escreveu.
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Após a postagem, T. foi acusado de fazer o comentário para alavancar as vendas dos planos de saúde para os quais trabalha. “Não fiz isso pra vender. Fiz para conscientizar! Vendemos de R$ 60 a R$ 100 mil de planos de saúde todos os meses. R$ 250 não faz nenhuma diferença. Mas me expressei mal, deveria ter sido mais político, mas sendo muito político também, as pessoas não deixam de negligenciar a saúde, e acaba dando nisso...”, disse à reportagem.
O empresário alegou que se arrependeu do ocorrido e já apagou o comentário, mas não pediu desculpas à família. “Não pedi, não quero esticar esse chiclete, foi feito, me arrependi, apaguei e tudo certo. Eles deveriam aprender com a situação e ver um plano de saúde, o que posso fazer por eles é ajudar com isso. Meus sentimentos pelo ocorrido por conta do descuido com a parte mais importante da vida da falecida, a saúde”, finalizou.
Larissa faleceu vítima de dengue hemorrágica no dia 16 de abril, após buscar atendimento por quatro vezes na rede de saúde pública de Balneário Camboriú, entre UPAs e o hospital Ruth Cardoso. Ela recebeu o diagnóstico de "crise de ansiedade". No dia da morte, a mãe de Larissa pegou dinheiro emprestado para levar a filha ao hospital da Unimed. Larissa morreu logo após dar entrada no hospital particular ao sofrer duas paradas cardíacas. O hospital da Unimed atestou a dengue hemorrágica, que foi confirmada pelo Laboratório Central de Santa Catarina (Lacen).