A Polícia Federal deu uma nova investida contra investigados na operação Facção Litoral, que desarticulou um grupo catarinense que distribuía drogas e armas, além de fazer lavagem de dinheiro para o Comando Vermelho. A ordem de busca e apreensão desta quinta-feira foi num condomínio de alto padrão  no bairro Ariribá, em Balneário Camboriú.

O investigado tinha ligação direta com o líder do bando na região B.S.S., de 37 anos. Na casa do investigado, foram apreendidos R$ 21 mil em grana, 3 mil euros (cerca de R$ 16 mil) e uma motocicleta BMW 1250. O procurado não estava em casa no momento do cumprimento da ordem de busca e apreensão.

Na quarta-feira, a PF já tinha divulgado o saldo da operação de terça-feira, com as apreensões de carros de luxo, motocicletas e jet-ski com a soma chegando perto dos R$ 10 milhões. O bando tinha em seu poder um Porsche Carrera, uma BMW X-6 e uma 320i, duas Land Rover Discovery, um Jaguar F-Pace, Pajero, dois Camaros, dois Dodge sRAM, Toyota Hilux, dois Amarok, EcoSport, um Fusion blindado, uma Sportage e um Gol, além da moto BMW e dois jet-skis. 

Foram apreendidos aparelhos celulares e computadores que passarão pela perícia, duas pistolas e um pouco de MDMA – droga sintética.

Segundo o delegado Alessandro Netto Vieira, das 36 ordens de apreensão de veículos autorizadas pela Vara Criminal de Balneário Piçarras, somente 10 foram cumpridas. No entanto, na operação foram apreendidos mais oito veículos que não constavam na lista inicial da investigação. “Nos chamou a atenção que foram apreendidos muitos veículos de alto valor e um  blindado. Também pedimos o sequestro de uma Porsche Panamera, mas essa ainda não foi encontrada”, adiantou.

A PF ainda fez o sequestro de 12 imóveis de luxo, sendo sete na região: a casa do líder do bando no condomínio Caledônia, em Camboriú, e os apartamentos nos edifícios Ocean Towers, Piazaa Mayor, Luísa e Atlântico, em Itapema, e dois apartamentos no condomínio Yellowstone, de Porto Belo. O valor de todos os bens apreendidos chega a R$ 37 milhões.

Famosinhos na região

A investigação começou quando Ruan Arno Brockveld, filho do ex-presidente da Câmara de Penha, Maurício Brockveld (MDB), foi preso com 719 kg de cocaína, em fevereiro de 2022, em Piçarras. A característica do grupo é de reunir pessoas jovens e bem relacionadas, que compravam, transportavam, guardavam e distribuíam drogas e armas pra traficantes do CV em Floripa, Porto Alegre e no Rio de Janeiro, além de fazerem a lavagem de dinheiro comprando carros, imóveis e embarcações no litoral catarinense.