A prisão de J.S.L., de 28 anos, ajudará a Polícia Civil a concluir a investigação sobre o assassinato da farmacêutica Gabriela Alves Grecco, de 34 anos, morta ao ser jogada do sétimo andar de um residencial no bairro Cordeiros, em Itajaí, no dia 14 de março. J. foi preso no sábado, no estado de Tocantins, e deve ser interrogado por videoconferência ainda nesta semana pelo delegado Eduardo Ferraz, da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Itajaí.
Segundo o delegado, a polícia já sabe que J. e Gabriela se conheceram poucos dias antes do assassinato. Vítima e assassino tinham amigos em comum dividindo quitinetes no bairro Cordeiros ...
Segundo o delegado, a polícia já sabe que J. e Gabriela se conheceram poucos dias antes do assassinato. Vítima e assassino tinham amigos em comum dividindo quitinetes no bairro Cordeiros. J. morava com o primo e uma amiga de Gabriela era vizinha deles. Os dois se conheceram na sexta-feira, dia 11 de março, cinco dias antes do crime.
No sábado passaram o dia bebendo juntos e na terça-feira ele matou a farmacêutica. “A gente ainda não fez o interrogatório formalmente, mas ele falou para parentes e amigos próximos que ele teria ido para a casa dela, permaneceu a noite toda ali usando drogas, em dado momento pela manhã, ela teria entrado em surto e começado a gritar com ele, a brigar. No meio deste surto, ela teria caído, espontaneamente, da sacada do sétimo andar”, narrou o delegado sobre a versão do assassino.
O delegado Eduardo Ferraz não acredita nesta versão e trabalha com a acusação de feminicídio. “A perícia no local já foi finalizada, mas o perito não conseguiu concluir a causa da queda. Vamos trabalhar com outros elementos para elucidar o caso. O interrogatório dele, dos vizinhos, que ouviram a discussão. Em vários momentos, os vizinhos relataram que ouviram a vítima pedindo para ele sair da casa e ele dizendo que não iria sair. A discussão e o fato de ele ter se evadido do local indicam o feminicídio”, explica o delegado.
Logo após jogar Gabriela do sétimo andar, J. fugiu do prédio usando as sacadas dos apartamentos e as caixas dos aparelhos de ar-condicionado para se apoiar até o chão. Ele fugiu do local e chegou a machucar o pé na fuga.
No dia do assassinato, segundo o delegado, J. ainda permaneceu na quitinete onde morava em Cordeiros. Já no dia seguinte, ele foi para o bairro São Pedro, em Navegantes, e ficou na cidade vizinha até quarta-feira da semana passada. “A gente acredita que ele saiu de Santa Catarina na quarta passada.Como é natural do Maranhão, tem parentes lá, e estava foragido do Distrito Federal, ele estava voltando para o Maranhão”, explica o delegado. J. foi preso no sábado dentro de um ônibus de linha na BR 153, na cidade de Guaraí, no Tocantins.
Fazia bicos em Itajaí
Nos cerca de 30 dias que morou na cidade, J. trabalhou com bicos de carga e descarga. O trabalho não era registrado e ele se apresentava com o seu nome verdadeiro. “Ele se apresentava com o seu nome mesmo, mas se fosse abordado ele usava um documento falso, que inclusive foi apreendido com ele no momento da prisão”, explicou.
Com o interrogatório de J., o delegado pretende finalizar o inquérito policial. Ainda não há confirmação se J. ficará no Distrito Federal ou se será julgado e ficará em Santa Catarina. Ele estava foragido desde fevereiro deste ano do presídio da Papuda, no Distrito Federal. Ele sumiu após ganhar o benefício de uma saída temporária de sete dias e não retornar mais. Ele cumpria pena por tráfico de drogas.
O delegado confirma que J. tinha várias passagens policiais, mas que a condenação dele atual era por tráfico de drogas. Sobre a afirmação do delegado Anderson Alves, da polícia do Tocantins, de que J. faria parte de uma facção criminosa, o delegado catarinense Eduardo Ferraz diz que desconhece essa informação. Caso o acusado esteja mesmo participando de uma organização criminosa, segundo o delegado Ferraz, isso não acontecia em território catarinense.