Bob, o cachorro acolhido para acompanhar idosa em asilo, desapareceu
Instituição diz que doou o animal depois que o estado de saúde da idosa se agravou. Paradeiro de Bob é misterioso
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Dog tinha sido resgatado das ruas quando a idosa foi despejada e internada em asilo
(foto: Arquivo)
Dog tinha sido resgatado das ruas quando a idosa foi despejada e internada em asilo (Foto: Divulgação)
Depois de cinco anos asilo busca adoção para Neguinho (Foto: Divulgação)
Cachorro tinha padrinhos que pagavam a sua alimentação e despesas veterinárias, mas niguém foi informado que ele seria doado (Foto: Divulgação)
Há pouco mais de um ano, uma senhora idosa precisou ser institucionalizada depois de ser despejada de casa e ainda descobrir um câncer agressivo. A situação comoveu a vizinhança do bairro São João, em Itajaí, especialmente porque a família da senhora era um simpático e leal vira-lata chamado Bob. Quando a idosa se foi, Bob montou guarda em frente à casa trancada e passou dias, sob o sol e a chuva, achando que um dia sua tutora voltaria.
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Na época houve uma mobilização através do DIARINHO e de voluntários para resgatar Bob e interceder junto à diretoria do Asilo Dom Bosco para que o doguinho fosse acolhido no lar juntamente ...
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Na época houve uma mobilização através do DIARINHO e de voluntários para resgatar Bob e interceder junto à diretoria do Asilo Dom Bosco para que o doguinho fosse acolhido no lar juntamente com sua tutora, companheira de muitos anos. Inclusive, todas as despesas com alimentação, veterinário e pet shop passaram a ser custeadas por esses voluntários.
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Só que cerca de oito meses depois a coordenação do asilo resolveu se desfazer do cachorro em sigilo e, desde então, as informações sobre seu paradeiro são misteriosas.
O abandono de Bob foi denunciado ao DIARINHO na última semana por uma funcionária da instituição. Desde então a reportagem vem tentando localizar o animal, mas sem sucesso.
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Procurada na semana passada, a direção do asilo confirmou a doação do Bob, alegando que a idosa já não teria mais condições de interagir com o animal por conta da saúde debilitada. A tutora trata um câncer no seio e, segundo a assistente social Penélope Linares, seu quadro se agravou e a aproximação dela com o pet se tornou inviável.
Penélope diz ainda que a família da idosa foi chamada e, na presença da interna, concordou com a doação de Bob. “Tudo foi feito da forma transparente e com muita calma, para garantir o melhor para o animal”, disse a assistente social. Ela acrescenta que todo o processo aconteceu na gestão da antiga coordenadora e que está tudo documentado, mas não passou à reportagem informações sobre os novos tutores.
Sem endereço conhecido
Quando foi solicitado o contato e o endereço do novo tutor de Bob, a coordenação do asilo pediu um prazo até esta segunda-feira para repassar a informação. A ex-coordenadora Irlene Wurzius disse que a doação de Bob foi uma decisão em conjunto com a equipe técnica da instituição. “A idosa e a sua irmã aceitaram que o Bob fosse adotado por uma família que realmente tivesse condições de cuidar, dar atenção e carinho ao pet”, justifica Irlene.
A ex-coordenadora afirma ainda que, quando surgiu o tutor, uma equipe de técnicos do asilo teria visitado o novo lar de Bob em uma chácara particular onde reside uma família que queria muito o doguinho. Inclusive, o local teria bastante espaço para correr. Mas Irlene não tem qualquer contato com o novo tutor e nem sabe explicar onde fica a chácara.
Tutor e funcionária contrariam versões apresentadas pelo asilo
Bob tinha padrinhos que pagavam a alimentação, pet e despesas veterinárias, mas niguém foi informado que ele seria doado
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A coordenação do asilo Dom Bosco disponibilizou o contato do suposto tutor de Bob depois dos insistentes pedidos da reportagem. Porém, o paradeiro de Bob não foi esclarecido. O homem disse que ficou com o animal pouco tempo e logo depois o passou o Bob para outra família, de Rio Negrinho, e desde então (no final do ano passado), não teve mais notícias do cachorro. Ele também não informou o contato desse tutor.
Outra contradição é que o homem diz que jamais recebeu qualquer visita de representantes da instituição e que jamais assinou qualquer termo de responsabilidade pela adoção e cuidado do animal.
A funcionária que ajudava a cuidar de Bob discorda da versão apresentada pelo asilo. “A nova adoção de Bob aconteceu da noite para o dia”, afirma. Ela teme que Bob tenha sido abandonado nas ruas. “Quando o Bob serviu para o asilo fazer o papel de bonzinho para imprensa e ganhar espaço na mídia, foi útil. Depois simplesmente convenceram a irmã da idosa a assinar a autorização para a doação e nem sequer deram qualquer satisfação às pessoas que pagavam todas as despesas dele e nem aos funcionários que o cuidavam”, diz.
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Neguinho também será doado
Dog vive há cinco anos no asilo
A história de Neguinho no asilo iniciou em 2018, quando o dog apareceu na instituição ainda filhote e encontrou um idoso que lhe dava comida e carinho. Funcionários daquela época contam que foi amor à primeira vista. Tanto é que Neguinho acompanhou o idoso durante toda a sua permanência. Quando o idoso ficou muito acamado no final da vida, outro interno levava o dog ao quarto do colega.
Com a morte do idoso, esse colega teria assumido os cuidados do vira-lata. Só que o novo tutor agora está em avançado estado de demência e, apesar do amor de Neguinho, não consegue mais interagir com ele.
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Silvia Isaura da Silva, auxiliar da coordenação do asilo, afirmou que Neguinho não é um cão “muito sociável” e pede ajuda pra achar um novo lar pro animal que vive lá há mais de cinco anos, mas essa decisão vai contra o entendimento de alguns funcionários e ex-funcionários.
“O asilo assumiu Neguinho ainda filhote e os próprios funcionários sempre se uniram para pagar as vacinas e medicamentos, davam banho e até pagavam veterinário. O cãozinho faz bem para os idosos. Eles não podem agora simplesmente se desfazer do Neguinho como se fosse uma roupa velha”, dizem.
Quem tiver interesse em adotar Neguinho pode entrar em contato com a Silvia no telefone (47) 3348-1832.
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