A ponte, sem condições de uso, já estava interditada desde 24 de agosto do ano passado, quando sofreu abalo em sua estrutura por conta do ciclone no litoral catarinense. A interdição de agosto de 2022 foi feita com faixas plásticas de alerta e placas, mas ninguém a respeitava. Na última sexta-feira, o diretor da Defesa Civil, Elton Cunha, optou por pregar tábuas de madeira no local.
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A atenção sobre a ponte voltou após a tragédia ocorrida no sul de Santa Catarina, no último dia 19 de fevereiro, quando outra ponte pênsil caiu causando uma morte e vários feridos, entre as cidades de Torres (RS) e Passos de Torres (SC) .
Elton Cunha não liga uma ocorrência à outra, mas reconhece os perigos para quem atravessa o local. Ao DIARINHO, Cunha confirmou que isolou o perímetro por questões de segurança, e notificou a prefeitura para que o município destine ou reforce os fiscais na área.
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“A Defesa Civil não tem instrumentos legais para fiscalizar nem multar quem viola a interdição. Mas essas pessoas podem ser denunciadas à polícia ou Ministério Público, e lá eles poderão responder por colocarem a si próprios ou a outros em risco”.
O diretor da Defesa Civil também entendeu que era necessário um isolamento mais adequado, além das fitas e placas. “Isolamos em agosto, violaram. Aí fizemos outro isolamento com travessas de madeira, produzimos a placa de interdição, e solicitamos que o município arrancasse as tábuas das cabeceiras, justamente para dificultar o acesso das pessoas ao trajeto”, detalha Elton.
Mesmo assim, as travessias seguiram. Agora, a expectativa é que com esse reforço, o problema seja resolvido.
Símbolo da quinta
Em fevereiro de 2022, a Fundação de Turismo, Cultura e Esporte da cidade (Fumtec) divulgou o vídeo de um projeto de revitalização não apenas da ponte, mas do entorno. Nada saiu do papel.
O prefeito Douglas da Costa (PL) está atrás de verbas para bancar o projeto, mas a ponte pênsil não existirá mais. A intenção é uma passarela reforçada, e nada da estrutura atual será aproveitada.
A ponte pênsil foi uma iniciativa da empresa Empretur, do Rio Grande do Sul, que no início dos anos 80 loteou a Quinta dos Açorianos, ainda desabitada.
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O empresário Irineu Machado, de Joinville, assumiu parte desse loteamento, e bancou a prometida ponte pênsil, que virou símbolo do bairro e a forma como os banhistas tiveram para acessar o mar sem precisar contornar cerca de cinco milhas ao longo da lagoa.
A ponte passou para o município com o passar dos anos, mas não houve manutenção, até sua reclamação completa.