Comércio é obrigado a retirar painel em formato de pênis
Fiscalização da prefeitura apontou ofensas “à moral e aos bons costumes”
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
Empreendedora foi intimada a retirar painel luminoso do comércio
(Foto: Divulgação)
Uma loja de crepe diferentona abriu as portas em Balneário Camboriú recentemente e já está dando o que falar. A La Rolaria, localizada na rua 1500, quase na esquina com a avenida Brasil, vende crepe com formatos fálicos. O formato com conotação sexual para a gastronomia inspirada na cozinha francesa não foi o problema. A polêmica foi gerada por um luminoso em formato de pênis instalado dentro do estabelecimento, mas com ampla vista de quem passava na rua. Uma lei municipal de 1974, da época da ditadura militar, impede esse tipo de instalação, porque ofende a “moral e os bons costumes”.
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A empreendedora Simone Gravine, de 49 anos, abriu a loja em BC no último dia 19 de janeiro, após ter sucesso com a matriz da La Rolaria em Floripa. “Eu tenho a La Rolaria em Florianópolis ...
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A empreendedora Simone Gravine, de 49 anos, abriu a loja em BC no último dia 19 de janeiro, após ter sucesso com a matriz da La Rolaria em Floripa. “Eu tenho a La Rolaria em Florianópolis e lá temos o luminoso de rola na parede, que é onde as pessoas tiram fotos. Abri aqui da mesma forma. No primeiro fim de semana deu muita repercussão. No entanto, dia 24, recebi a visita de dois fiscais da prefeitura com uma intimação para a retirada imediata do luminoso pois infringia uma lei municipal”, conta Simone.
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A empreendedora retirou o painel imediatamente. “Em seguida coloquei um cartaz bem mal feito, escrito ‘rola censurada’, porque as pessoas entravam na loja e perguntam ‘cadê a rola?’ Passados dois dias, recebi outra intimação sobre o cartaz, dizendo que continha palavras ofensivas. Retirei tudo e, para não ficar só a parede lisa com vestígios de cola, coloquei um ponto de exclamação com o led”, narra.
Simone comenta que a fachada da creperia é bem discreta, porque a graça mesmo está no interior da loja, onde as pessoas gostam de tirar fotos. “A frente da loja é toda em vidro, então dava para ver do lado de fora, bem nítido mesmo. A lei municipal proíbe que tenha algo exposto, à vista de crianças, que possa ofender a moralidade. Eu abri na inocência. Tenho em Floripa também e não deu problema, achei que aqui não teria. Eu não discuti, tirei, porque sigo a lei. Mas vou colocar mais escondido dentro da loja”, planeja.
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Tabu sobre sexualidade
Pênis deu lugar a ponto de exclamação
Para a empreendedora, ainda há um grande tabu sobre a sexualidade. “Tem tanta coisa mais bizarra que a gente vê, mas as pessoas têm um tabu muito grande em cima da sexualidade. Eu deixo bem claro: a loja não tem teor sexual. Pediram para eu fechar com insufilm, mas não fechei porque eu não sou sexy shop. As pessoas que vão lá para se divertir. Todo mundo ri muito, come, dá risada. Recebemos famílias, com avozinhos, e é uma coisa muito engraçada. A loja é para ser divertida e leve”, completa.
Simone reforça que investiu na unidade de BC e é das lojas da qual ela tira o seu ganha-pão. “Venho de Floripa todos os dias até montar a equipe aqui. Tenho uma despesa bem alta. É um empreendimento, é um negócio, é um comércio. Eu abri e é dali que eu tiro todo o sustento da minha família”, explica.
Atualmente, a La Rolaria vende cerca de 80 crepes por dia, funcionando das 16h às 21h, em horário reduzido, até que Simone consiga montar uma equipe integral. “Não quero provocar ninguém, não abri com essa intenção. Sei que tem pessoas que não gostam, passam e fazem cara feia. Mas minha intenção não é prejudicar e nem ofender ninguém, é só um negócio. Na Europa é um grande sucesso. No Brasil já está acontecendo por todos os cantos”, completa.
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Lei de 1974 proíbe
O diretor de Fiscalização, Artur Gayer, confirma que a retirada do luminoso seguiu a lei municipal de 1974 que proíbe a exposição de cartazes que possam ser “escandalosos, em linguagem ou alegorias, ou contenham dizeres ofensivos à moral e aos bons costumes, bem como quando façam referências desfavoráveis a indivíduos, instituições ou credos políticos e religiosos”.
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