As chuvas e o mar agitado dos últimos dias têm deixado um rastro de sujeira nas praias da região. Em Itajaí, as praias de Cabeçudas e Brava são as mais afetadas, com a faixa de areia sendo coberta por troncos, galhos e lixo trazido pelas ondas. Em Balneário Camboriú, o problema atinge principalmente as praias agrestes.

Os entulhos nas praias de Itajaí vêm do rio Itajaí-Açu, por causa das chuvas durante o final de semana. A correnteza continua trazendo sujeira mesmo após a trégua do tempo. Até segunda-feira, a prefeitura tinha recolhido cerca de 40 toneladas de entulhos nas praias.

O secretário de Obras, Márcio José Gonçalves, o Dedé, explica que as equipes da empresa Ambiental, responsável pela limpeza urbana, têm trabalhado todos os dias na remoção dos entulhos. No entanto, logo em seguida, o mar traz de volta mais sujeira, dando a impressão que a limpeza não é feita.

“A gente está limpando e isso só vai parar quando parar de chover lá em cima”, informa. Em Cabeçudas, galhos e troncos têm se acumulado no trecho perto do hotel Marambaia. Na Praia Brava, o trecho Sul, próximo ao ribeirão Ariribá, recebe a maior parte da sujeira.

No meio dos entulhos na Brava, que inclui lixo como espumas, plásticos e garrafas, até uma cobra foi vista se arrastando entre os galhos espalhados pela faixa de areia. Na praia da Atalaia, junto ao molhe, troncos foram arrastados para a areia.

Em outras praias da região, até animais mortos foram vistos entre os entulhos. Na semana passada, durante a ressaca, os corpos de uma capivara, um tatu e um veado apareceram na foz do rio Itapocu, que limita os municípios de Barra Velha e Araquari.

Praias agrestes terão limpeza geral

O secretário de Obras de Balneário Camboriú, Osmar Nunes Filho, o Mazoca, informou que, mesmo com as chuvas, a limpeza nas praias não foi interrompida. Ele adiantou que nas praias agrestes ainda será feita uma limpeza geral assim que o mar ficar calmo.

“As praias são muito curtas e com isso não é possível fazer uma boa limpeza”, explicou. Os entulhos e lixos plásticos também chegaram à praia Central, onde a retirada dos materiais é feita de forma constante pelas equipes da empresa responsável, informou.

Chuva levou cobra d´água até a areia da Brava

A reportagem do DIARINHO topou com uma cobra-d’água-do-litoral na Praia Brava. Segundo os biólogos Fabrício Ulber e Carla Gucci, o nome científico da cobra é helicops carinicaudus. Ela tem peito amarelo e não é venenosa.

“Ela é encontrada em regiões litorâneas desde o Espírito Santo até o Rio Grande do Sul. Não apresenta perigo, não é peçonhenta. Atingem em média um metro de comprimento. Esta serpente tem hábitos aquáticos, comum em áreas alagadas, brejos, manguezais e regiões estuarinas”, explica Fabrício, falando que ela se alimenta de sapos, ratos, rãs, pererecas, peixes e crustáceos.

O biólogo lembra que no verão é o período reprodutivo, por isso aumenta a incidência na região, já que os animais estão ativos em busca de parceiros para acasalamento. “Podem ser vistas durante o dia tomando sol ou deslocando-se próximo de áreas alagadas”, finaliza o biólogo.