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Vendedora trans denuncia preconceito no PS do Mariet

Naty sofreu resistência das enfermeiras para ter pulseira com nome e gênero informados no PS

Naty teve que ser insistente para ter informações corretas na identificação (Foto: Divulgação)
Naty teve que ser insistente para ter informações corretas na identificação (Foto: Divulgação)

Mais um caso de transfobia foi registrado na região. No sábado, a vendedora Natalye de Lima Furtado, de 23 anos, alega que sofreu preconceito ao procurar o hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, para atendimento médico

Vendedora na Chillibeans e modelo na Mega Model, Naty conta que procurou o pronto-socorro do Marieta sábado ao meio-dia porque começou a passar mal no trabalho. “Entreguei meu documento e a atendente começou a me chamar de “moço”. Ela não falou só para mim, falou bem alto, todo mundo olhou quando ela repetiu: ´você quer ser chamado de Natalye ou Natanael?´ Eu respondi: ´moça como está no meu documento – eu já retifiquei os meus documentos, já atualizei na Receita Federal´”, narra.

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A recepcionista alterou os dados e imprimiu a pulseira. Só que nela veio sexo masculino. “Voltei e pedi para alterar o sexo que estava errado. Mas daí ela falou: ´ai, moço, o sexo tem que estar como está no documento´. E outra enfermeira falou que só alteraria se tivesse alteração no documento...”, narra.

Naty mostrou novamente a identidade às recepcionistas e não constava gênero. A vendedora então mandou mensagem para o namorado pedindo a certidão de nascimento, para mostrar que já estava identificada como mulher no documento. “Neste meio tempo achei a certidão no meu celular, daí elas imprimiram uma nova pulseirinha”, conta.

Depois de muito tempo de espera, a médica chamou Naty para a consulta. “A médica foi muito querida, muito gente boa... Eu expliquei que tinha agonia de tomar medicação ou tirar sangue com a agulha na veia.... Ela conversou com as enfermeiras para fazer a injeção intramuscular”, narra.

A médica explicou para a enfermeira a forma como seria aplicada a medicação. “Só que quando a médica saiu, a enfermeira viu o nome na etiqueta e perguntou: ´Natalye é você? Mas você é menino ou menina?!´”, conta.

Humilhada, Naty rebateu perguntando porque o sexo interessava tanto à enfermeira. “´Vai mudar algo na medicação?´ Isso foi no meio das pessoas, teve quem riu. Ela rapidinho falou ‘desculpa, desculpa’. Mas daí eu falei: ´que sacanagem, que pessoal ignorante...´ Levantei, arranquei a pulseira e saí chorando do hospital”, conta.

Como Naty ficou sem bateria no celular, não conseguiu gravar o constrangimento vivido no Marieta. Agora ela pretende registrar um boletim de ocorrência denunciando a transfobia. Ela também relatou o ocorrido a um grupo de LGBTQI+.

Em nota, o hospital Marieta informou que a lei determina que a pessoa trans deve ser tratada de acordo com o gênero com o qual se identifica. “O Hospital Marieta orienta a equipe a tratar a todos com respeito e sem discriminação, por isso, lamenta o ocorrido e irá reforçar o treinamento para que esse tipo de situação não volte a ocorrer”, informou.

 

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Hotel acusado de transfobia nega preconceito e alega mal entendido

O Hotel Salto do Norte, de Blumenau, divulgou uma nota no sábado se defendendo das acusações de transfobia feitas pela artista MC Trans na sexta-feira. O hotel diz que a recusa em hospedar a cantora ocorreu devido à superlotação do local e que a reserva havia sido feita apenas meia hora antes de a artista chegar.

Segundo o hotel, a reserva original teria sido feita para um quarto de duas pessoas e não três, por esse motivo o estabelecimento não estava preparado para recebê-la. O hotel negou  transfobia.

A nota também afirma que a MC Trans teria sido avisada pelo telefone de que o hotel só tinha uma diária disponível e ela terminaria ao meio-dia do dia seguinte. Segundo o estabelecimento, o assessor foi o primeiro a chegar na recepção e exigiu três diárias e um quarto para três pessoas, o que foi negado pelo recepcionista. Ou seja, a recusa da hospedagem teria sido feita antes da MC entrar e não teria relação com o fato da cliente ser trans, alega o hotel.

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A nota diz que, após a recusa, a MC teria entrado no hotel e afirmado que por ser famosa deveria ter um quarto disponível para ela. O recepcionista, ainda segundo o hotel, teria usado a palavra “conservador” de forma inocente, se referindo ao fato de “não privilegiar pessoas famosas desde o princípio do hotel”, sem saber a reação que acarretaria. A nota do estabelecimento afirma que a transfobia não aconteceu e que os vídeos postados foram cortados e editados para favorecer a MC.

A fala de que o dono do hotel tem problemas com pessoas trans, relatada pela artista, teria surgido devido à proximidade do local com a rodovia BR 470 e, consequentemente, à prostituição que acontece no local.

A nota também justifica que o hotel tentou arranjar meios de hospedar MC Trans, mas a artista teria recusado outras acomodações. Ao final, o Hotel Salto do Norte disse que está à disposição da justiça e tem imagens de câmeras de segurança corroborando a sua versão.

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